Na última semana o Startupi desembarcou em Cancún para acompanhar o Cisco Live, um dos maiores eventos da Cisco, multinacional norte-americana e uma das maiores empresas de tecnologia do mundo. O evento reúne diversos analistas, clientes e executivos para discutir novas tendências em diversos mercados como Inteligência Artificial, IoT e Blockchain. Nessa edição, a sétima na cidade mexicana, o evento reuniu mais de 6 mil participantes durante os quatro dias. Confira abaixo alguns destaques.
Jordi Bortifoll, Presidente da Cisco América Latina, reforçou o compromisso da Cisco em investir fortemente na transformação digital na América Latina, que tem papel fundamental para economia. Ele também compartilhou que em 2019 serão investidos 1.7 trilhão de dólares em transformação digital, um aumento de 42% em relação a 2017. Até 2020, 1 milhão de novos dispositivos estarão online a cada hora, ou seja, está cheio de oportunidades para o mercado.
Karen Walker, Vice-Presidente Sênior e Diretora de Marketing da Cisco, também marcou presença no evento. Karen e sua equipe são responsáveis por construir e fortalecer a marca da Cisco, apoiar estratégias de crescimento e cultivar oportunidades em novos mercados. Karen mostrou como a Cisco tem contribuído para a transformação digital através da sua nova campanha “Building Bridges Between Hope and Possibility”. Inclusive, seu logo remete a Golden Gate, famosa ponte de São Francisco.
“Vivemos em um mundo de desafios globais complexos que afetam profundamente milhões de pessoas ao redor do mundo – escassez de água, fome, falta de moradia e desemprego. Nós queremos através da tecnologia, dar suporte para tentar reverter essas situações”.
Veja abaixo alguns cases:
Via Varejo – A varejista brasileira Via Varejo Online precisava de agilidade e escalabilidade para aumentar o tráfego online na Black Friday. Com o Cisco HyperFlex, eles conseguiram suportar o aumento de volume, melhorar a escalabilidade e diminuir a latência nas respostas. O Cisco HyperFlex possibilita a TI em multicloud com uma plataforma adaptável, que capacita qualquer aplicação, em qualquer local, com a simplicidade de uma infraestrutura hiperconvergente.
Cisco Networking Academy – Há 20 anos tem trabalhado com um único objetivo: promover as competências técnicas e empreendedoras de que as pessoas, os educadores e as empresas precisam para mudar o mundo para melhor. A rede conta com mais de 22 mil professores e consultores usando a grade curricular gratuita. Entre os cursos disponíveis estão: Internet das Coisas, Programação, Business, Cyber Security e muitos outros.
AACD – A Associação de Assistência à Criança Deficiente, referência nacional em reabilitação física e ortopedia deu um passo à frente no seu atendimento. As unidades da Instituição passaram por uma reformulação no modelo operacional, que afetou também a infraestrutura de TI. A ideia era reduzir custos e o tempo gasto na recepção dos pacientes encaminhados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), além de aumentar a eficiência.
A AACD concluiu a instalação de um sistema de gestão hospitalar em sua sede e está em fase de rollout do HIS (Sistema de Gestão Hospitalar) nas demais unidades. O software de gestão hospitalar tem entre os seus recursos o prontuário eletrônico e gerencia eletronicamente desde o recebimento do paciente encaminhado pelo SUS, o agendamento de consultas, a evolução do tratamento e exames, até a alta, que pode demandar entre 5 e 10 anos.
A integração de novas tecnologias da área de saúde, como exames por imagens, diagnóstico a distância e até telemedicina, também influenciou a configuração do novo ambiente. Todos os processos passam pela rede de dados, rede WiFi, telefonia e pelo sistema de videoconferência. Os equipamentos móveis do Hospital, utilizados na administração de medicamentos aos pacientes e alguns tablets também estão conectados à rede sem fio. Com estes equipamentos conectados ao sistema de gestão hospitalar, a AACD evita erros na administração de medicamentos, controla a saída dos medicamentos da farmácia e o consumo de cada paciente.
Pedro Suares, Diretor de Ventas SMB da Cisco América Latina, falou sobre a iniciativa Cisco Simple IT, que também contribui para a modernização da transformação digital e foi pensada para as pequenas e médias empresas com até 50 funcionários. O produto inclui os pilares de rede; segurança e colaboração e conta com os recursos do Cisco Meraki para redes gerenciadas em nuvem, solução Cisco Umbrella Meraki para segurança e a plataforma de colaboração Webex Teams.
As empresas interessadas podem participar semanalmente de webinars para entender melhor o conceito do Simple IT e outros assuntos como segurança e transformação digital.
Segurança
O evento teve outro destaque, Cyber Security. Jhon Stewart, confirmou a aquisição da Duo Security, empresa de cibersegurança por US$2,35 bilhões. A aquisição faz parte do plano da companhia em expandir a oferta de computação em nuvem. A plataforma da Duo permite aos usuários verificar a identidade com uma autenticação de duas etapas e seus investidores incluem a Index Ventures, a Workday, a Redpoint Ventures e a True Ventures.
O acordo é a maior aquisição para a Cisco desde que adquiriu por US$3,7 bilhões o grupo de software de monitoramento de desempenho de negócios AppDynamics no ano passado. Também é a maior aquisição no setor de cibersegurança desde a compra da Sourcefire, em 2013, por US$2,7 bilhões.
Ghassan Dreibi, Responsável regional de Segurança da Cisco, apresentou um estudo sobre como as empresas de pequeno e médio porte estão lidando com as ameaças atuais.
Veja alguns pontos de destaque:
- 53% de empresas de médio porte sofreram uma violação;
- São feitos mais de 5000 alertas diários;
- Empresas de médio porte investigam 55,6% de alertas de segurança;
- 29% das empresas de médio porte dizem que as violações custam, para eles, menos de US$100 mil. 20% afirmam que os custos são de US$1.000.000 a US$2.499.999.
“No cenário de ameaça digital de hoje, todas as empresas, grandes ou pequenas, estão em risco de um ataque”, destaca Ghassan. 40% dos respondentes (250 a 499 funcionários) passaram por oito horas ou mais de tempo de inatividade do sistema, devido a uma violação de segurança grave no ano passado. A Cisco viu
resultados semelhantes para empresas maiores na amostra de estudo (aquelas com 500 ou mais funcionários). A diferença, porém, é que empresas de grande porte tendem a ser mais resilientes do que empresas de pequeno/médio porte depois de um ataque, pois elas têm mais recursos para recuperação e resposta.
A boa notícia é que o estudo comparativo mostra que 92% das empresas de médio porte têm um executivo responsável pela segurança. as empresas de médio porte estariam dispostas a acrescentar mais ferramentas de segurança, como firewalls de aplicativos da Web ou proteções avançadas de endpoint. Empresas de médio porte têm algo em comum com empresas maiores: uma escassez de pessoal de TI, dificultando a capacidade de fortalecer as defesas.
Em poucas palavras, o conselho de Ghassan de acordo com o estudo é: “as empresas precisam desenvolver claramente uma estratégia para melhorar a segurança cibernética”. Apenas 38% das empresas de pequeno/médio porte têm uma estratégia de risco digital de ativos em vigor, de acordo com o Vistage Research Center, um centro de recursos para os líderes de empresas.
Inovação e Empreendedorismo
A cisco criou GPS – Global Problem Solvers, que tem como objetivo desmistificar a tecnologia e explorar o potencial da Internet das Coisas para o bem social. O programa é dedicado para estudantes e ajuda os educadores a apresentar aos alunos habilidades importantes, como resolução de problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, gerenciamento de pessoas e coordenação. Também enfatiza a consciência social, o empreendedorismo e o potencial da tecnologia para acelerar as mudanças no mundo.
Durante o Cisco Live foi anunciado o projeto ganhador de 2018: o Project Vive, um um dispositivo gerador de fala que capacita as pessoas com deficiência para se comunicar, conectar e ter acesso à educação e emprego. O dispositivo usa sensores personalizáveis para se adaptar às habilidades de controle motor de qualquer usuário, incluindo dedos, mãos, cotovelos, joelhos, pés e olhos.
Em conversa com Eugênio Pimenta, Head do Centro de inovação da Cisco, localizado no Rio de Janeiro, ele contou que a Cisco investe em dois fundos de VC brasileiros: Monashees e Redpoint eventures. Além destes fundos de venture capital, a empresa faz periodicamente parcerias formais com hubs de inovação e organizações que fomentam o ecossistema, como o Cubo, que tem a Cisco como mantenedora e o InovaBra Habitat, espaço de coworking do Bradesco.
O centro de inovação da Cisco conta com parceiros no Brasil e na América Latina para desenvolver soluções completas usando processos de Design Thinking e prototipagem rápida, alinhados com modelos de negócios sólidos. O espaço trabalha também em conjunto com desenvolvedores, profissionais de TI e empresas que querem integrar suas soluções com a plataforma IoT da Cisco e outras tecnologias. Os programas Cisco DevNet e SP (Solution Partner) oferecem ferramentas adequadas para criar aplicativos que aproveitam as tecnologias Cisco e proporcionam um diferencial de mercado.
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