* Por Henrique Volpi

Nesse meu primeiro artigo para o Startupi, eu resolvi escrever sobre um tema que acho particularmente interessante. A aplicação de tecnologia ao mundo de seguros, chamada de insurtech, vem se desenvolvendo bastante nos últimos anos. Mesmos ainda não tendo o tamanho ou a relevância do segmento das fintechs, as insurtechs têm contribuído para inovações importantes no ecossistema de seguros.

Nesse mundo das insurtechs já temos grandes nomes como: Zhong An, Lemonade e Wefox, exemplos de empresas que atuam na China, Estados Unidos e Europa respectivamente. Notadamente, a Europa tem mostrado um número expressivo de startups apresentando casos de colaboração com as grandes seguradoras incumbentes. A Lemonade opera com uma licença de seguradora para cada estado americano que atua. Já a Zhong An é uma seguradora digital autorizada pelo órgão regulador chinês, tendo feito o seu IPO de US$1,5 bilhão em Hong Kong no ano de 2017. Os dois modelos, colaboração e seguradora full stack, têm tido o foco em aprimorar a experiência dos clientes.

Geralmente essa colaboração acontece em três áreas específicas: distribuição digital, atendimento ao cliente e gestão de sinistros. Vou explicar cada uma delas:

Na distribuição digital, as startups aportam uma camada digital ao processo de vendas. Com um foco claro na jornada do usuário, a distribuição digital procura facilitar e tornar o processo de aquisição mais rápido e gostoso. Com poucos cliques, o usuário pode conhecer o produto, comparar preços e finalizar uma aquisição. Ao mesmo tempo esta distribuição facilita o trabalho das seguradoras incumbentes e corretores, dando mais visibilidade e oportunidade para o canal predileto dos mais jovens.

Já o atendimento ao cliente tem recebido novos canais, muito deles oferecidos e compartilhados por startups como chatbots. Utilizando NLP/NLG, os bots têm a capacidade de receber uma grande quantidade de dúvidas, responder para os usuários e muitas vezes direcionar ao canal ou agentes adequados. Isto torna o processo mais amigável ao usuários e muito mais rápido e prático.

Por fim, a gestão de sinistro também se beneficia de NLP/NL, onde um usuário pode fazer todo o processo de sinistro via bot, gerando mais agilidade e potencialmente reduzindo os custos de seguradoras e corretores.

Em comum, estas três abordagens utilizam machine learning como a principal tecnologia de impulsionamento. Ao longo do tempo, os agentes virtuais vão melhorando em seu entendimento e respostas possíveis tornando a experiência do usuário cada vez melhor.

Atualmente, algumas startups estão utilizando machine learning para criação de ferramentas de underwriting, que entrega para as seguradoras parceiras um score de risco de cada novo usuário. Tudo baseado na análise dos dados autorizados previamente fornecidos por cada novo usuário, um enriquecimento dos dados com plataformas terceiras e mídias sociais. Todos estes dados são trabalhados nos modelos e algoritmos de machine learning e finalmente chegamos ao score de risco.

Gostou do artigo? O próximo tema vou falar sobre a diversidade em startups. Até breve!


Henrique Volpi é formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University.  Trabalhou com TI em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Participou de um capítulo do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries” .

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