* Por Bruno Perin

Tenho comentado muito nas minhas palestras: “Na crise, abraçar mais forte o barco que está afundando apenas faz com que você vá mais seguramente para o fundo do poço”, e é sobre isso que irei desenvolver neste artigo.

Você já deve ter ouvido falar a frase “crise também é tempo de oportunidade”, essa é umas das máximas atuais em que pessoas e empresas recorrem toda a vez que as coisas começam a ir mal. Até parece aquele conforto de beijo de mãe quando nos machucamos e ela diz que vai ficar tudo bem – é uma delícia acreditar, e pode ajudar na hora, mas não é isso que cura o machucado.

No caso do mercado, esse ditado é uma
recorrência natural de se ficar numa zona de conforto enquanto as demandas e
ofertas estão caóticas. Você
entende do que faz, mas não entende mais o que está acontecendo lá fora e espera
que o destino mude aquilo que não está conseguindo mais se encaixar.

Eu sei, parece um tanto louco, infantil, estranho… Mas acontece muito mais do que imagina.

O que significa crise?

A crise acontece
quando as coisas pararam de se encaixar.
Pode parecer simples, mas aquilo que a sociedade busca consumir e o que mercado
tem para oferecer entra em colapso e sai de sintonia.

O foco é: as coisas não estão mais
funcionando como antes. E agora? Será que as coisas voltarão a como eram
antigamente?

Óbvio que não!

O mercado vai se ajustar com novos entrantes, oportunidades, quedas, leis, desejos… Ou seja, tantas variáveis que a única certeza é que nada será como antes. A única certeza do mercado é sua constante mudança.

A lógica que não se percebe na crise

Agora vamos fazer um exercício de
lógica muito simples que raramente as empresas se dão conta.

O que está indo bem agora pode ser
que amanhã continue indo bem, mas um dia não irá mais funcionar, porque mudanças
estão ocorrendo o tempo todo a nossa volta.

Se o que você fez bem até agora
começou a sentir o impacto da crise, algo se desencaixou do mercado, qual a
probabilidade de continuar fazendo exatamente as mesmas coisas e se ajustar de
volta a boa maré?

Na crise as mudanças ficam ainda mais
drásticas, portanto, mais do que nunca é necessário perceber as possibilidades
de inovação mais adequadas e tomar boas decisões sobre elas. Quando a situação
não se encaixa mais, as mesmas atitudes apenas lhe levam – ainda mais – ao
fundo do poço.

Um bom exemplo disso é a locadora Blockbuster. Enquanto o mercado sofria mudanças radicais na forma em que o público desejava assistir a filmes, a locadora continuava ampliando e sofisticando suas lojas, mas sem inovar, criando mais do mesmo, e hoje não existe mais. Mude ou morra.

Momento de olhar a ferida

Como já disse antes, beijo de mãe é
uma delícia, mas você precisa olhar o machucado de verdade e ver o que precisa
fazer para sarar, esse é o jeito. A analogia nos serve pois as empresas muitas
vezes fecham os olhos acreditando que ao não olhar para a situação ruim, ela
irá passar sozinha. Mas não vai.

A crise leva embora aqueles que não
se adequam com a nova realidade, não inovam, e normalmente são aqueles que mais
se abraçaram às certezas daquilo que um dia já deu certo. Ok, mas isso tudo significa
a necessidade de uma mudança abrupta que vai mudar totalmente o meu negócio?
Pode ser que sim, pode ser que não…

É necessário aprender a olhar para as
novas oportunidades durante os momentos ruins do negócio. Aprender com quem
está fazendo diferente de você. Se você abraçar cada vez mais forte um barco
que está indo para o fundo do mar, você apenas fica firme indo rumo ao fim. São
os botes salva-vidas que lhe dão a oportunidade de continuar e isso quer
dizer inovação.

O mercado sempre irá mudar. A mudança é necessária para tirar alguns e abrir espaço para outros. O que você precisa lembrar é: A inovação é a única apólice de seguro verdadeira para as empresas.

E também que: A crise não é apenas oportunidade, mas o questionamento de grande parte daquilo que fazemos e para quem fazemos.

Este vídeo complementa a ideia do
artigo falando sobre O Quanto Você Realmente Quer Inovar:

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*Bruno Perin, um cara Free LifeStyle, empreendedor, consultor, palestrante e escritor. Autor do livro – A Revolução das Startups. Pioneiro na combinação dos conhecimentos em Startup, Empreendedorismo, Marketing e Comportamento Jovem alinhado a Neurociência. Busca das formas mais diferentes, malucas e inusitadas possíveis desenvolver pessoas e negócios que façam a diferença no mundo, de jeito divertido, valorizando a vida e o agora.

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