Você já parou para pensar por que a língua portuguesa atribui gênero a tudo? A cadeira, a mesa, o computador, os gerentes… Essa convenção não tem uma justificativa, mas tem por trás uma intenção social e política.
Aqui na Endeavor, entendemos que, para que uma pessoa esteja representada é necessário nomeá-la. Por isso, adotamos a linguagem neutra e inclusiva em todos os nossos pontos de contato, seja em um email, uma publicação no Linkedin ou durante um evento para mais de mil pessoas.
A linguagem inclusiva – não sexista – é aquela que envolve todas as pessoas, sem especificar gênero e sem alterar a ortografia das palavras. A linguagem neutra – não binária – é aquela que evita a binaridade entre gêneros feminino e masculino.
Atualmente, nas nossas comunicações, escolhemos seguir pelo caminho neutro sempre que possível. Porém, em alguns casos, incluímos sujeitos femininos e masculinos – nessa ordem. Como, por exemplo, sempre repetindo empreendedoras e empreendedores.
Sabemos que cada palavra que usamos molda o ecossistema, baseado na nossa voz e nosso exemplo. Por isso, te convidamos a dar os primeiros passos e adotar a linguagem neutra e inclusiva na sua empresa também.
A seguir, compartilhamos o guia que criamos para o nosso time.
Mini guia Endeavor de linguagem neutra e inclusiva
Quando nos referimos a grupos de pessoas, usamos formas alternativas de representar o grupo:
Os líderes da empresa // Lideranças da empresa
Os diretores // A diretoria
Os coordenadores // A coordenação
Os deputados // O Congresso ou A Câmara
Quando for preciso mencionar Mentoras/es e Embaixadoras/es Endeavor, usamos o coletivo A Rede Endeavor
Substituímos plurais masculinos por termos genéricos:
Os meninos // As crianças
Os administradores // Time de administração
Quando usamos substantivos que possuem a mesma forma no masculino e no feminino no plural, tiramos os artigos ou pronomes que determinem gênero:
Nossos clientes // Clientes da empresa
Os heads de inovação // Heads de inovação
Para substantivos que variam de acordo com o gênero, usamos “pessoas”:
Desenvolvedores // Pessoas desenvolvedoras ou pessoas que desenvolvem
Funcionários // Pessoas que trabalham na empresa
Executivos // Pessoas em posições executivas
Participantes do evento // As pessoas que participaram do evento
Quando damos instruções ou fazemos chamados para ação, usamos você como pronome principal:
Os empreendedores participam do Painel Local antes da Seleção Internacional // Você vai participar do Painel Local antes da seleção internacional
Os candidatos devem enviar o case em 3 dias úteis // Envie o seu case em 3 dias úteis
Ficou interessado // Tem interesse?
Mantenha-se atualizado // Continue se atualizando
Quando formos usar “aquele que” e “aqueles que”, substituímos pela palavra “quem” ou pela expressão “as pessoas que”:
Somos a tribo dos que olham o lado cheio do copo, dos que acreditam que sempre dá pra fazer >> Somos a tribo de quem olha o lado cheio do copo, de quem acredita que sempre dá pra fazer.
…
Aqui na Endeavor, temos muitos grupos de pessoas marcados por gêneros: empreendedores, investidores, mentores… Nesse primeiro momento, optamos por enfatizar e repetir os substantivos no feminino e no masculino como uma forma de marcar a presença feminina no ecossistema.
Quando usamos as formas feminina e masculina juntas, trazendo a feminina primeiro:
Empreendedoras e Empreendedores Endeavor são reconhecidos…
Mentoras e Mentores Endeavor são referências…
Parceiras e Parceiros Endeavor participam…
Investidoras e Investidores do Scale-Up Ventures…
Membras e Membros da nossa rede exclusiva de capacitação e trocas sobre Inovação Aberta…
Elas e eles…
Quando escrevemos em comunicações internas – como mensagens no Slack, e-mails ou documentos compartilhados -, podemos aderir à barra oblíqua, de novo, com a forma feminina primeiro:
Empreendedoras/es e Mentoras/es Endeavor…
Fundadoras/es…
Para mencionar pessoas não-binárias – aquelas que não se identificam nem com o gênero masculino, nem com o gênero feminino -, substituímos as letras “a” e “o” em adjetivos para tornar essas palavras ainda mais neutras.
Existem vários sistemas de linguagem não-binária. Um dos mais utilizados é o elu. Neste caso, o “u” substitui a terminação de pronomes que indicam gênero. Já para palavras terminadas em “a” ou “o”, usamos “e”:
Ele // Elu
Dela // Delu
Todos // Todes
Empreendedor // Empreendedoru
Empreendedores // Empreendedories – quando palavras terminadas em “e” indicam gênero masculino, usamos “ie”
Nós ainda não adotamos a linguagem não-binária. Para saber mais, recomendamos que sigam pessoas não-binárias especialistas no assunto, como Jupi77er e a Janaisa.
Ps: o “x” e o “@” na grafia das palavras não são pronunciáveis, o que limita seu uso à linguagem escrita e os torna não-acessíveis para pessoas com deficiência visual. Além disso, o fato de não terem impacto na linguagem oral não promove uma real transformação na forma de nos comunicarmos.
Em resumo:

Usar a linguagem neutra e inclusiva não é só uma mudança ou inserção de palavras. É uma mudança de perspectiva. Não acontece do dia para a noite mas, com certeza, coloca todas as pessoas na conversa. Com isso, sua rede cresce exponencialmente. Seu mundo se expande. Sua empresa se transforma. O Brasil acelera.
O post Linguagem neutra e inclusiva: por que usar e como começar aparece em Endeavor Brasil.
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