A Smart Compass, empresa voltada à aquisição e administração de créditos inadimplentes, recebeu um investimento de R$ 100 milhões para ampliar sua atuação no mercado brasileiro. O aporte foi viabilizado por meio de uma parceria estratégica com a Itajubá Capital, a operação visa viabilizar a compra de R$ 1,5 bilhão em ativos considerados estressados até o final de 2025.

Com sede no interior de São Paulo, a Smart Compass tem se posicionado como uma alternativa no setor de crédito inadimplente, especialmente no nicho de ativos originados de cooperativas financeiras, bancos de médio porte e fundos de investimento. A empresa atualmente administra uma carteira própria de R$ 540 milhões e outros R$ 370 milhões sob gestão de terceiros.

A estratégia da companhia envolve o uso de tecnologia desenvolvida internamente para localização de bens, análise patrimonial e automatização de processos. A estrutura tecnológica tem sido um diferencial para a empresa apresentar uma taxa média de recuperação de 54,5%, índice que supera significativamente a média nacional de 18%, segundo dados do setor.

A parceria firmada com a Itajubá Capital, braço de assessoria e operações estruturadas do Grupo Itajubá, permitirá acelerar a expansão operacional da Smart Compass. Segundo Filipe Carneiro, sócio da Itajubá, a escolha da startup foi motivada pelo histórico consistente e pela tecnologia aplicada no processo de recuperação de crédito. Ele destaca que a decisão de investir se baseou na sinergia entre as competências das duas organizações.

Um dos marcos recentes da Smart Compass foi a aquisição, no primeiro trimestre de 2025, de uma carteira judicializada superior a R$ 300 milhões pertencente a uma cooperativa financeira da região Sul do país. A transação foi vista como estratégica para a instituição, que pôde reorganizar seus ativos e reduzir sua exposição ao risco, mantendo foco em suas operações principais.

Para o CEO da Smart Compass, Daniel Ramos, o modelo adotado pela empresa permite mitigar riscos e oferecer liquidez imediata aos credores. O executivo afirma que os retornos consistentes e a especialização em inteligência patrimonial têm atraído interesse de investidores institucionais. A abordagem tem sido estruturada para escalar a capacidade de aquisição e recuperação dentro de uma estrutura que privilegia dados e automação.

A Smart Compass foi formada em 2023 a partir de uma joint venture entre a OR Services e a holding Smart House Investments. A primeira, criada por Ramos, tinha foco em gestão de ativos judiciais e inteligência patrimonial. Já a segunda, com sede em Minas Gerais, atua em diferentes frentes como crédito, mineração e negócios imobiliários, sendo liderada por André Colares, conselheiro de administração da nova estrutura.

O crescimento do mercado de créditos inadimplentes acompanha um movimento de reavaliação dos ativos judiciais por parte das empresas. Em um cenário de alta inadimplência e escassez de liquidez, a venda de carteiras problemáticas tornou-se uma solução operacional com potencial de liberar recursos e reduzir o impacto financeiro. Neste contexto, companhias especializadas como a Smart Compass têm buscado ampliar participação oferecendo um modelo baseado em dados, análise de risco e eficiência na execução.

Para manter a escalabilidade, a Smart Compass aposta em automação de processos e análise preditiva. Nos últimos seis meses, a empresa desenvolveu uma plataforma de precificação que padroniza o valor de ativos considerados problemáticos, com o objetivo de aumentar a transparência e facilitar decisões de aquisição. A ferramenta passou a ser utilizada em todas as operações e tem permitido à equipe operacional maior velocidade e precisão na avaliação de carteiras.

A equipe executiva conta com profissionais oriundos de instituições financeiras, gestoras de ativos e consultorias com experiência na estruturação de operações semelhantes. O grupo é responsável por validar modelos de risco, estimar valores de recuperação e acompanhar os fluxos de renegociação ou cobrança judicial.

A expectativa da empresa é utilizar os recursos captados para avançar sobre novas carteiras nos próximos 18 meses, mantendo o foco no segmento de cooperativas de crédito e entidades mercantis. A projeção é de que, ao fim desse ciclo, a Smart Compass consiga dobrar a base de ativos sob gestão, com ampliação da estrutura regional e reforço nos times de análise, tecnologia e recuperação.


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