
O Google foi condenado por manter, de forma ilegal, o monopólio em mercados de tecnologia de publicidade digital, segundo decisão proferida na última quinta-feira (18) pela juíza Leonie Brinkema, do Tribunal Distrital dos Estados Unidos. A magistrada considerou que a empresa abusou de sua posição dominante nos mercados de ad servers para publishers e ad exchanges, prejudicando a concorrência e excluindo rivais.
A sentença reconhece que o Google “adquiriu e manteve intencionalmente poder de monopólio” nessas áreas. As informações são da Reuters.
Apesar disso, a big tech argumenta que a decisão foi “mista”, já que a juíza não identificou condutas anticompetitivas na atuação da empresa com ferramentas voltadas a anunciantes ou nas aquisições de plataformas como DoubleClick e AdMeld. Ainda assim, a companhia afirmou que vai recorrer da parte “adversa” da decisão, que considerou suas ferramentas para publishers como violadoras das leis antitruste.
Google também deve responder pelo domínio no setor de buscas
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ), autor da ação, defende que o Google seja obrigado a vender partes da sua estrutura de publicidade, especialmente o Google Ad Manager, que inclui o ad server e o ad exchange. A proposta é uma tentativa de restaurar a concorrência em um setor no qual a empresa tem domínio sobre diferentes etapas da cadeia de anúncios digitais.
A decisão acontece num momento em que o Google também enfrenta um segundo processo antitruste, dessa vez relacionado ao seu domínio no setor de buscas online. O julgamento começou nesta segunda-feira (21), no mesmo tribunal federal em Washington onde a Meta responde a uma ação semelhante. Esse novo processo foi aberto ainda em 2020, no governo de Donald Trump, e reúne o DoJ com 38 procuradores-gerais estaduais. Os autores da ação alegam que o Google se aproveita de sua liderança em buscas para consolidar uma posição dominante e impedir a entrada de concorrentes.
Entre as medidas propostas pelas autoridades estão o fim dos acordos exclusivos com fabricantes como a Apple, que garantem ao Google a posição de buscador padrão em dispositivos móveis; o licenciamento obrigatório dos resultados de busca a concorrentes; e até mesmo a venda do sistema operacional Android, caso nenhuma outra medida seja suficiente para garantir a restauração da concorrência.
A inteligência artificial também entrou no radar da disputa. No primeiro dia do julgamento, advogados do Departamento de Justiça alertaram que o uso de IA por parte do Google pode reforçar ainda mais seu domínio nas buscas. Entre as testemunhas de acusação estão representantes de empresas como a OpenAI, dona do ChatGPT, e a Perplexity, que também usam IA para oferecer experiências de busca alternativas. O julgamento deve se estender por três semanas e será conduzido pelo juiz distrital Amit Mehta.
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