Nesse painel do Scale-Up Summit 2018, Allen Taylor, MD do Endeavor Catalyst, entrevista Federico Vega, fundador da CargoX e Simón Borrero, Empreendedor Endeavor do Rappi.

Vamos apontar o óbvio: empreender no Brasil é um desafio atrás do outro. Ainda assim, inúmeros negócios globais resolvem trazer operações para cá e usar o mercado nacional como alavanca.

Será que é tão complicado para eles quanto é para os empreendedores brasileiros? E quando o assunto é dinheiro, como atrair os investidores — locais ou não — que ajudarão o negócio a atingir níveis mais altos?

Entenda como acontece o crescimento acelerado da Rappi e da CargoX e como se deu o processo de levantar capital para impulsionar os resultados no país.

Chegar lutando contra gigantes

Que o Brasil é o maior mercado da América Latina, todo mundo sabe. Para Simón Borrero, trazer a Rappi para terras tupiniquins era um movimento óbvio. Isso porque um serviço de entregas rápidas se encaixaria perfeitamente em São Paulo, uma cidade grande e caótica.

Mas grandes oportunidades também vêm, na maioria das vezes, com alta concorrência. Outras marcas já detinham monopólio desse tipo de serviço por aqui. Era a mesma situação que ele já havia encontrado em Bogotá e no México, o que ajudava a reduzir anseios e não se intimidar.

“Quando você vira monopólio, você fica frouxo e começa a se achar muito importante”, diz Simón. O jeito foi recorrer à estratégia mais simples para ganhar escala com aquele modelo de negócios: garantir que seus parceiros estão escalando também.

Levando a possibilidade de delivery para restaurantes, lojas, farmácias e supermercados, eles chegaram à taxa de crescimento de 20% ao mês — o que quer dizer que, a cada 4 meses, a empresa mais que dobra de tamanho.

“O perdedor foca no vencedor, e o vencedor foca em ganhar.”

Simón Borrero

Como levantar capital

Encontrar investidores é sempre complicado. E não fica mais fácil quando você se torna uma scale-up.

Federico explica que, no início, era muito difícil achar anjos que quisessem apostar na CargoX. Depois, quando passaram a gerar tração e buscavam maior volume de capital, os investidores até se aproximavam mais, mas não era tão simples encontrar gente “afiada”, como ele mesmo diz, cuja preocupação não fosse fazer microgestão da empresa e estimular uma saída para gerar retorno rápido.

Um sócio disposto a investir no longo prazo é raro, principalmente na América Latina, onde o mercado de venture capital ainda está em desenvolvimento. E quando eles mostram interesse, o empreendedor se vê competindo com empresas que têm números tão impressionantes quanto — ou até mais. Então como chamar a atenção?

“Se você vai construir uma empresa e gastar tempo com isso, é melhor que ela seja grande.”

Federico Vega

O post CargoX e Rappi: do sonho grande ao plano de crescimento aparece em Endeavor.

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