Quando viu uma garrafa de Coca-Cola Diet com seu nome no aeroporto, a filha de Brian Cassin disse a ele que precisava comprá-la. O enfeite personalizado de uma marca emblemática ratificou mais uma vez, para ele, a crença de que o big data gera muito dinheiro.

Cassin, 51, que dirige a empresa Experian, ajudou a transformar sua empresa, uma firma de referência de crédito, em um negócio mais amplo de dados e software.

Após começar mantendo vastos conjuntos de dados de históricos de crédito pessoal, a maior parte de seu crescimento atualmente vem da assessoria a grandes empresas a respeito de como monetizar a informação que elas têm sobre os clientes e as cadeias de abastecimento, ao mesmo tempo evitando escândalos de privacidade.

A campanha “Share a Coke” (“Compartilhe uma Coca”) da Coca-Cola fez a fabricante de bebidas recorrer à Experian para ajudar a escolher os nomes mais populares entre os prováveis consumidores de refrigerantes no Reino Unido e os imprimiu no lugar normalmente destinado ao emblemático logotipo da marca. A empresa de Cassin gerou a lista analisando dados sobre a população da faixa etária de 19 a 29 anos, incluindo gênero e etnia.

“Temos a capacidade de realmente fazer mais com a combinação de tecnologia, dados e software”, disse Cassin, um ex-executivo bancário do Greenhill & Co. nascido em Dublin, em entrevista, no escritório da Experian em Londres.

A campanha das garrafas personalizadas da Coca-Cola, operada pela empresa em mais de 100 países, ajudou-a a ampliar sua participação de mercado.

Entre os outros clientes importantes da Experian estão grandes instituições financeiras, como o Banco Santander, da Espanha, e a Fannie Mae, além de empresas de serviços públicos e de telefonia, disse Cassin. As firmas menores serão a próxima fronteira: “As empresas que estão mais abaixo na cadeia precisarão de muita ajuda”, disse.

Alta das ações

Trata-se de um progresso natural para aquela que foi uma das empresas de tecnologia financeira originais, disse Cassin. As raízes da empresa estão no TRW, o antigo conglomerado de tecnologia dos EUA, e na Great Universal Stores, um antigo império de varejo do Reino Unido que já foi dono da marca Burberry e que desmembrou a Experian em 2006.

A estratégia de Cassin tem ajudado as ações a ignorar o Brexit em meio a um ano sombrio para a maior parte do FTSE 100: o valor das ações da Experian quase dobrou desde o início de 2015, enquanto o índice de referência do Reino Unido pouco subiu.

No mês passado, a Experian divulgou crescimento de 7 por cento nas receitas do primeiro semestre fiscal, para US$ 2,4 bilhões, impulsionado pelas vendas de ferramentas analíticas e software para empresas.

Assim como a Amazon usa dados de clientes para recomendar produtos adicionais, outras empresas podem usar dados para tomar decisões mais bem informadas para impulsionar o crescimento, disse ele. “Não necessariamente ajuda ter mais e mais dados, a menos que se compreenda o que fazer com eles. Acho que é aí que nós entramos”, disse Cassin.

Fonte: Bloomberg

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