​Corporte Ventures é a expressão utilizada para caracterizar qualquer esforço de uma corporação que busca inovação de um modo mais barato e rápido para criar novas iniciativas empreendedoras. Basicamente, Corporate Ventures caracteriza o investimento de empresas (geralmente de grande porte) em projetos nascentes com alto potencial de crescimento com o objetivo de gerar inovações para o negócio da empresa investidora.

O Rodrigo Menezes – advogado e sócio-diretor da Derraik & Menezes Advogados e Conselheiro Consultivo Voluntário da Anjos do Brasil – compareceu ao Fintoutch, uma iniciativa da nossa parceira ABFintech para que as Fintechs se apresentem ao mercado e empresas possam contratá-las, investidores possam conhecê-las e outras Fintechs possam se aproximar, tudo isso em um ecossistema tecnológico e totalmente inovador. O evento conta com cerca 3.000 pessoas e reúne reguladores, consumidores e todo o ecossistema para debater sobre as dores e tendências do mercado em um ambiente tecnológico e totalmente inovador.

No evento, Rodrigo abordou temas como Corporate Ventures e o engajamento de investidores para realizar investimento em startups. Em uma entrevista para o evento, Rodrigo deu 4 dicas para elaborar um bom processo de Corporate Venture e respondeu dúvidas específicas da repórter. 

Leia abaixo os principais pontos da entrevista:

Em comparação aos Estados Unidos e Europa, qual é o grau de maturidade do Brasil no ecossistema de startups no Brasil?
 

Rodrigo Menezes: Quando falamos dos Estados Unidos, a verdade é que eles não estão tão à frente de nós no despertar para o engajamento de investimento em startups. Estamos indo num processo muito rápido, sendo capazes de trazer fóruns internacionais de Corporate Ventures para o Brasil, a participação das empresas fazendo investimentos fora do Brasil e se engajando com startups nos Estados Unidos, Europa e em Israel. O processo de engajamento e investimento no Brasil se acelerou muito nos últimos 3 anos.
Hoje, não há um dia que não exista um jornal ou revista que se relacione ao processo de investimento de grande empresa para a startup, um processo de engajamento, aceleração, incubação e apoio da grande empresa para a startup.

As Fintechs representam grande parte do ecossistema de startups no Brasil. Como está o movimento de Corporate Ventures em relação ao ecossistema de fintechs? Vemos muitos bancos se movimentando nesse sentido, mas são só eles?
 


Rodrigo Menezes: Não são só eles, esse movimento sim é mais acelerado porque você tem no mundo de Fintechs algo particular do Brasil. É um mercado que tem bons empreendedores, que vislumbraram oportunidades mais rapidamente. Você tem um mercado bancário muito concentrado, que facilita a busca de novos negócios.
No Brasil, também temos participação ativa dos reguladores, o que torna o mercado de Fintechs mais avançado para as Startups e puxa as grandes corporações. Todos os grandes bancos brasileiros, sem exceção, têm algum tipo de relação com startups: seja em coworkings (empresas menores), seja num processo de investimento (processo maior), seja tudo no meio do caminho. Não só os bancos, mas também as empresas de meios pagamentos, empresas de créditos: todas as empresas se relacionam de uma forma ou de outra com o mundo financeiro e com as fintechs.
Então, mesmo empresas que não são aquelas que imaginamos, as triviais no mercado bancário ou financeiro, também estão em busca de melhorar seus processos de pagamento, de encurtar os recebimentos.  

Quando uma empresa decide entrar em processos de Corporate Ventures, quais as mudanças ela precisa fazer, quais desafios ela encontra no caminho?
 

Rodrigo Menezes: Os desafios são comuns a todas elas e vou enumerar 4 principais.
 

  1. Apoio do nível executivo da companhia (C-Level). É importante que isso venha de cima pra baixo porque, caso contrário, a companhia não vai comprar esse processo de inovação.
  2. As companhias precisam ter paciência: O processo de inovação por si e engajamento com startups é um processo que tende a demorar para dar resultados. Você consegue medir resultados mais curtos, mas é preciso ter paciência para resultados mais elaborados.
  3. Transformar um pouco a cultura da sua companhia para que ela facilite o engajamento com startups: Processos do jurídico, de suprimentos e logística – que são processos mais burocráticos – o ideal é que você consiga interagir melhor com as startups facilitando. Startups não vão ter cinco balanços de anos passados: ela acabou de nascer. Então, tem que haver uma adequação.
  4. Entender se existe uma cultura na qual há barreiras jurídicas e como fazer isso com segurança. Na Derraik Menezes, ajudamos com isso). O conhecimento sobre corporate venture é relevante, mas o grande desafio das corporações é: mudar a cultura para conseguir inovar mais e se engajar mais com uma inovação vinda de fora, especialmente das startups.

 
Qual a importância e o impacto de ter um espaço como o evento Fintouch, que reúne reguladores, consumidores, fintechs, etc. para debater as dores e as tendências?
 
Rodrigo Menezes: No final do dia, o que você faz com um evento de 3000 pessoas é acelerar todo o processo de desenvolvimento. Você aproxima todo o ecossistema que está navegando ao redor disso: aqueles que estão engajados e o que querem se engajar. Um evento como esse traz velocidade para que isso aconteça, aumentando o engajamento de todas as partes do ecossistema: empresas, startups, prestadores de serviços, governo. Todos em um só lugar decisões saem mais rápido sobre um próximos passos a serem dados. Seja este novo passo uma nova regulação – porque existe uma demanda de mercado – ou uma aproximação de uma corporação a uma startup.

Confira a entrevista completa através do link.

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