*Por Exame.com

A americana Starbucks sabe que, para ser a maior rede de cafeterias do mundo, não basta oferecer café. É preciso ser o mais conveniente, seja abrindo uma unidade a cada esquina ou oferecendo as melhores formas de entrega e pagamento. A marca criada em 1971, com 30 mil lojas pelo mundo, já realizou projetos inovadores próprios e firmou parcerias com grandes empresas de tecnologia. Mas percebeu que ninguém está mais na vanguarda da comodidade do século XXI do que as startups. E, por isso, comprará parte delas.

A Starbucks é a principal investidora do fundo Valor Siren Ventures, que se define como um “motor de crescimento” para a próxima geração de startups com produtos e serviços para alimentação e varejo.

A rede de cafeterias colocou 100 milhões de dólares no fundo, que espera alcançar 400 milhões de dólares em recursos nos próximos meses, com outros investidores. O Valor Siren Ventures é administrado pelo Valor Equity Partners, fundo americano que já investiu em 42 empresas escaláveis e inovadoras, da gigante espacial SpaceX e do aplicativo de patinetes elétricos Bird à startup de comidas eficientes Eatsa e ao restaurante fast casual asiático Wao Bao.

Café high-tech

A Starbucks possui 90 bilhões de dólares em valor de mercado e possui um longo histórico de inovações. Internamente, começou com seu cartão de fidelidade e depois lançou um aplicativo próprio de pagamentos móveis que se tornou o mais popular dos Estados Unidos, com uma projeção de 23,4 milhões de usuários no ano passado.

Outra frente de inovações são parcerias com gigantes. As entregas a domicílio são feitas por meio da UberEats, braço da gigante de mobilidade urbana Uber, e da chinesa Alibaba. A rede de cafeterias também se envolveu na criação de uma plataforma para transacionar bitcoins, que um dia poderão ser aceitas como pagamento em seus estabelecimentos.

Essa é a primeira vez que a Starbucks investe em um fundo de startups, de acordo com a própria empresa. Segundo a empresa de análises CB Insights, a rede já adquiriu três empresas — incluindo o negócio de chás Teavana, que foi encerrado pelo Starbucks há dois anos. Também investiu em seis negócios, como o meio de pagamentos Square, hoje com 33 bilhões de dólares em valor de mercado.

Em comunicado, a Starbucks informa que o investimento no fundo tem como objetivo “acelerar a agenda de inovação” da rede de cafeterias por “relações externas”, o que pode incluir parcerias comerciais diretas com as startups.

As gigantes da comida querem as startups

A Starbucks é apenas uma das gigantes de alimentação que aderiram a fundos de investimento de capital de risco. Segundo a CB Insights, empresas americanas como Kellogg’s, Tyson Foods e General Mills investem em fundos. A rede de fast food Chipotle começou seu próprio programa de aceleração para startups focadas em comida.

No Brasil, o movimento para inovação 100 Open Startups apresenta startups focadas na indústria de alimentos para negócios como o negócio de benefícios corporativos Alelo; as redes de supermercados Carrefour e Grupo Pão de Açúcar; e as empresas de alimentação Mondelēz, Monsanto e Nestlé.

O GPA montou um programa de aceleração, em parceria com a aceleradora Liga Ventures e a empresa de casa e construção Leroy Merlin, adquiriu a startup de entregas James Delivery e fechou uma parceria com o negócio de kits gastronômicos Cheftime. A Mondelēz possui o SnackFutures, centro de inovação criado para viabilizar parcerias externas e financiamento de projetos no mercado de lanchinhos. e que realiza investimentos em startups. Já a Nestlé participou do Programa Scale-Up Endeavor, que seleciona startups de alto crescimento. Ao redor do mundo, a corrida pelo futuro da alimentação segue endinheirada.

* Por Mariana Fonseca, para Exame.com

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