Seminário e lançamento de livro reúnem empresas bem-sucedidas em inovação no Brasil

“É importante desmistificar a ideia de que inovação é para poucas empresas ou depende de estruturas grandes e de emprego de muito dinheiro. Qualquer empresa de qualquer setor pode inovar”, encorajou Ivan Hussni, diretor técnico do Sebrae SP, durante o seminário Casos de Inovação, realizado pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), com apoio do Sebrae e Confederação Nacional das Indústrias (CNI). “A inovação é fazer aquilo que até então não era feito, é acrescentar algo novo. Pode ser na criação ou mudança de produto e serviço; pode ser na alteração de processos que tornem a operação mais produtiva, reduzindo custos ou tornando a rotina mais ágil e eficiente”, afirmou Hussni. Durante o evento, nesta terça-feira (13), no Museu de Arte de São Paulo (MASP), o Sebrae e a CNI lançaram a publicação “Inovar é desenvolver a indústria do futuro: 30 casos de inovação em pequenas, médias e grandes empresas”. O livro reúne 30 iniciativas de sucesso que geraram resultados práticos para empresas de diferentes portes dos setores de manufatura, elétrico, biotecnologia, construção civil, tecnologia da informação, farmacêutico, bens de consumo, entre outros.

Representantes de todos os 30 casos de inovação apresentaram as iniciativas no seminário, ao longo dos cinco paineis de debates. As empresas selecionadas são de 12 diferentes estados: São Paulo (12 casos), Rio Grande do Sul (4), Alagoas (2) Bahia (2), Mato Grosso do Sul (2), Santa Catarina (2), Amazonas (1), Ceará (1), Goiás (1), Minas Gerais (1), Paraná (1) e Rio de Janeiro (1). “O mundo está buscando valores como a sustentabilidade e a preservação do meio ambiente. As empresas que enxergam isso e colocam a inovação em suas estratégias estão colhendo bons resultados práticos. No livro, há vários casos de empresas que estão caminhando nesse sentido”, destacou Gianna Sagazio, diretora de inovação da CNI.

Uma das provas de que inovar pode acontecer tanto em pequenas como grandes empresas, é o caso da Medicatriz Dermocosméticos, pequena empresa que nasceu com o propósito de transformar a experiência do consumidor por meio de tratamentos estéticos. Com isso, a companhia integra profissionais de cosmética para definir seus lançamentos, em um modelo de inovação aberta que amplia conhecimentos e diminui consideravelmente os custos de desenvolvimento e os riscos de lançamento.

“Nasceram três grandes níveis de produtos a partir desse modelo”, diz Sheila Gonçalves, sócia proprietária da Medicatriz Dermocosméticos. “Um deles foi desenvolvido quando os profissionais sinalizaram a necessidade de criar máscaras, mas com o conceito de ativos brasileiros. Criamos, então, as máscaras Riquezas do Brasil, e foi um projeto tão inovador que fizemos uma transversalidade com a área da moda, incluindo texturas de cetim, seda, veludo, algodão, entre outros, para ver como esses produtos poderiam dar uma textura diferenciada para a pele”, detalha. Para ela, o maior aprendizado foi olhar para o cliente. “Não é só simplesmente inovação de dentro para fora, mas sim chegar lá fora e ter ressonância com o cliente”, diz. “Outro aspecto importante da inovação aberta é ser de baixo risco, pois o cliente participa da definição do preço, da embalagem, do tipo de spray que deseja, entre outros detalhes”, conclui Sheila.

Já no caso de médias empresas, um dos destaques foi a Biotecno Refrigeração Médica, empresa gaúcha que desenvolveu câmaras frias portáteis para vacinas ou transporte de órgãos, e que tem como diferencial manter a refrigeração em caso de falta de energia, além de prestar assistência técnica remota. Nerci Linck, diretor-presidente da Biotecno, contou os entraves que teve até atingir a maturidade. Quando tiveram a ideia de criar o produto e oferecer ao mercado – especialmente para o setor público de saúde – imaginavam que as câmaras seriam um sucesso. De fato, oferecem uma segurança contra perda ou inativação do material médico, como vacinas, em caso de falta de energia. O problema, porém, surgiu quando a empresa não conseguia participar de licitações públicas por não ter concorrentes que ofereciam produtos similares no mercado, o que impedia a comercialização do produto em grande escala. Alguns anos depois, outras empresas reproduziram o mesmo conceito da câmara da Biotecno, o que possibilitou a participação em licitações, o que levou ao seu sucesso. Como conselho, a persistência. “Resiliência, sempre”, disse Linck.

Na categoria de grandes empresas, a Avon foi uma das gigantes presentes no livro. O case de sucesso foi a identificação da necessidade, o desenvolvimento e o lançamento de um batom ultramatte, atendendo à demanda de consumidoras que queriam um cosmético que não apresentasse brilho aos lábios, mas ao mesmo tempo com uma textura confortável e que não ressecasse a boca. Com isso, o time de pesquisa e desenvolvimento da Avon conseguiu encontrar uma matéria prima que atendia às expectativas dos clientes, transformou em produto e, só no Brasil, vendeu mais de 8 milhões de batons em apenas 15 dias a partir do lançamento. O sucesso também se refletiu em outros países. “É o carro chefe da empresa, é um case de sucesso mundial e que nos orgulhamos muito”, diz Juliana Barros, diretora de marketing da Avon.

Veja a lista de empresas e os cases apresentados durante o seminário:

Assessoria de Imprensa Sebrae
Telefone (61) 3348-7570 / (61) 3348-7754

Publicação Original


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder