* Por Vinicius Aguiari
Cartas de apresentação não são correspondências de amor. Não precisam conter palavras bonitas ou frases empoladas.
Elas têm um único e específico objetivo: demonstrar a sua capacidade de resolver os problemas da empresa em que quer trabalhar.
Para definir essa estratégia de abordagem, a criadora da consultoria de RH Human Workplace e colunista da Forbes Liz Ryan cunhou o termo “carta de dor”.
Ryan sugere que você esqueça suas experiências passadas e foque em mostrar empatia com os problemas da posição desejada.
Mas como fazer isso?
Identifique o problema
Suponha que você está se candidatando a uma vaga de gerente de marketing em uma startup. A descrição do trabalho diz que você precisa saber gerenciar equipes, analisar dados e propor soluções.
O que está por trás disso é uma fase de crescimento acelerado. A equipe cresceu e agora é hora de definir melhor os processos. Assim, uma boa carta de apresentação pode começar assim:
“Sei que vossa empresa está passando por uma fase de crescimento acelerado e que processos precisam ser organizados. Quando trabalhei na startup X, vivenciei esta mesma situação, inclusive montando times, explorando novos canais e desenvolvendo parcerias. Estou pronto para contribuir da mesma forma novamente”.
Ofereça a solução
Sabe como valorizar ainda mais a sua contratação? Aumentando o problema que o recrutador precisa resolver. Cutuque o problema, mostre que ele precisa ser resolvido rápido e que a solução, logicamente, é você.
Nesse ponto, seja específico. Não adianta dizer que é você é resiliente, por exemplo. Você precisa dar um exemplo da sua resiliência.
Voltando para o exemplo de nossa startup, poderíamos destacar o problema da seguinte forma:
“Entendo que coordenar equipes exige controle para o alcance de metas. Quando tive essa experiência, estabeleci critérios de prioridade para a resolução de problemas junto ao time. Estes mecanismos foram fundamentais para tornarmos a gestão eficiente”.
Conclua de forma confiante
Lembre-se que você não está pedindo um favor ao recrutador. E se você for pedante, vai acabar desvalorizando a oferta salarial que pode receber. É preciso saber valorizar a sua contratação. Portanto, conclua a sua carta com a confiança de quem dá conta do recado.
Uma despedida com “Atenciosamente” é válida, mas mais interessante é acrescentar algo na linha:
“Assim sendo, eu adoraria ter uma oportunidade para conversarmos sobre estes desafios a fim de compartilhar minhas propostas para esta posição”.
Viu? Simples, sucinto e confiante. O que você acha?
Chamaria este candidato para uma entrevista?
Vinicius Aguiari é profissional de marketing com foco em tecnologia e inovação e praticamente de mindfulness nas horas ocupadas.
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