* Por Ana Flávia M. Carrilo

No último mês, o ecossistema brasileiro recebeu uma grande notícia: o Nubank se tornou o primeiro decacórnio brasileiro – startup avaliada em mais de US$10 bilhões em valor de mercado.

E não parou por aí. Na mesma semana, a startup ganhou um novo concorrente: nasceu oficialmente o C6 Bank, banco digital que promete ser o primeiro do mercado brasileiro a oferecer recompensas sem taxa.

Como podemos ver, o setor de fintechs vem crescendo e dominando o cenário no Brasil. Conheça um pouco mais sobre nossas fintechs e porquê elas têm sido um dos principais segmentos no mercado de startups dos últimos anos.

Fintechs – mercado aquecido

Você se lembra qual era o seu cartão de crédito lá em 2013? Provavelmente ele ainda não era roxinho. Mas foi nesse ano que tudo começou, quando Cristina Junqueira desistiu da sua carreira no Itaú e decidiu empreender ao lado do colombiano David Vélez e do americano Edward Wible. Foi assim que nasceu o Nubank.

E durante os seis anos que se passaram desde então, o consumidor brasileiro não ficou desamparado, ganhando novos modelos de bancos digitais e fintechs: Neon, GuiaBolso, Easy Crédito, Banco Inter, Next, Original e agora o C6 Bank. E a tendência é que esse setor financeiro continue crescendo!

O mercado de fintechs representa hoje o 3º maior segmento de startups no Brasil, segundo mapeamento do Startupbase, e as startups do setor estão majoritariamente em fase de tração (39,1%) e operação (31%). Utilizado o SaaS como modelo de receita (37,3%), elas se concentram nos pólos econômicos do país: São Paulo (44,7%), Rio de Janeiro (11,9%) e Belo Horizonte (10,2%).

E por que as fintechs estão crescendo?

Um conjunto de fatores são responsáveis pelo crescimento das fintechs. Vai desde o aumento de smartphones e acesso à internet até o amadurecimento do ecossistema de inovação nos últimos anos.

Quando falamos de fintechs, estamos falando de um produto específico: dinheiro. Logo, o amadurecimento dos investimentos e do mercado de inovação nos últimos anos contribuiu muito para que esse mercado se desenvolvesse. Além disso, novas tecnologias e novas legislações surgiram, facilitando a desburocratização dos sistemas bancários.

Pensando no lado do consumidor desses serviços, temos uma exponencial oportunidade de mercado: consumidores insatisfeitos com o sistema bancário tradicional altamente burocrático que envolve tarifas, caixa eletrônico, agências bancárias. Na contramão desse sistema, vemos que startups por ter sua cultura baseada na experiência e atendimento ao usuário são capazes de oferecer soluções muito mais atrativas.

E por fim, não podemos esquecer que no Brasil ainda existe uma alta porcentagem de população desbancarizada (60 milhões de pessoas, segundo o IBGE),  já que o acesso ao crédito ainda é um dos desafios do país. Mais um problema que as fintechs podem resolver e encontram mercado para se desenvolver dia a dia.


Ana Flávia Carrilo é comunicadora por essência, formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Acredita no acesso a informação como forma de transformação social. Atualmente, faz parte da equipe de comunicação da Associação Brasileira de Startups, ajudando no desenvolvimento do ecossistema empreendedor brasileiro. 

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