Com a participação de representantes do Sebrae, evento discutiu cenários e tendências para micro e pequenas empresas

O Sebrae marcou presença no terceiro dia do fórum promovido pelo Banco do Nordeste para apresentar ideias que contribuam para minimizar incertezas e sinalizar rumos e oportunidades para a região, a partir das expectativas pós-pandemia da Covid-19. O evento, que ocorre pela primeira vez de forma completamente virtual, apresentou nesta quarta-feira (22) dois painéis especialmente voltados para tratar do assunto sob a perspectiva dos pequenos negócios.

No painel “MPEs: Ações para retomada”, o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, destacou que o papel do Sebrae no pós-pandemia será de continuar apoiando o desenvolvimento das micro e pequenas empresas, o que também inclui prepará-las para enfrentar os desafios que virão pela frente. “É preciso nos preparar para enfrentar os principais desafios e muitos deles ainda não são possíveis de serem identificados. Nesse sentido, é preciso desenvolver, acima de tudo, essa capacidade de readaptação. Precisamos fazer um exercício de discernimento para identificar o que é apenas transitório e um exercício de desapego para estarmos abertos às possibilidades de uma nova realidade”, explicou.

O diretor do Sebrae também ressaltou a atuação da instituição na elaboração de 47 protocolos setoriais para a retomada segura e consistente dos pequenos negócios, que correspondem a 75% das micro e pequenas empresas brasileiras e são responsáveis por 46% dos empregos gerados no País. “Elaboramos documentos bastante didáticos com informações que identificamos como efetivamente relevantes, alinhadas com as recomendações das autoridades oficiais, para que os pequenos negócios gerem diferenciais no retorno das atividades econômicas”, complementou.

No mesmo painel, o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, destacou o potencial de crescimento e desenvolvimento do país com a participação das micro e pequenas empresas. Segundo ele, o maior desafio é aumentar a produtividade delas. “Se a gente consegue aumentar a produtividade das nossas micro e pequenas empresas, para que elas alcancem 60% da produtividade em relação às grandes empresas do país, nós poderemos crescer mais de 4% ao ano durante 10 anos, apenas por conta disso”, ressaltou.

O secretário também fez questão de destacar a importância da atuação do Sebrae, principalmente na melhoria da capacidade empresarial dos pequenos negócios, considerada um dos pilares para viabilizar esse aumento de produtividade, ao permitir o alcance de novos patamares de gestão dentro das MPE. “Tivemos esse tempo para dar um upgrade no Programa Brasil Mais, que será retomado a todo vapor com possibilidade de escalabilidade muito maior com a digitalização; e o Sebrae é um dos nossos principais parceiros”, avaliou.

Crédito

Durante a apresentação do painel, o presidente do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, aproveitou para apresentar as iniciativas da instituição no apoio às micro e pequenas empresas que, por meio Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) que permitiu contratações no valor de R$ 2,4 bilhões para os pequenos negócios até final de junho deste ano. Ele também destacou que o Banco do Nordeste também aderiu ao Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). Segundo o secretário Carlos da Costa, dos 16 bilhões liberados para essa ação, apenas R$ 2 bilhões foram para o Nordeste. “Sabemos que existe espaço para a liberação de mais crédito para a região e agora, com a expansão desse valor e com a entrada do banco, nós vamos expandir muito o programa no Nordeste”, declarou.

Recuperação

O outro painel desta quarta-feira (22) – “MPEs: cenários e tendências para os pequenos negócios” – contou com a participação do analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Giovanni Beviláqua. Ele ressaltou que os pequenos negócios, com cerca de 17,3 milhões de empresas formais no país, representam uma estrutura fundamental para a economia brasileira, respondendo por 29,5% do PIB e mais da metade dos postos de trabalho formal. Com o impacto da pandemia do coronavírus, o segmento, segundo o analista, foi profundamente atingido com a queda de faturamento provocada pelas medidas de isolamento social. Entretanto, pesquisas realizadas pelo Sebrae indicam que, aparentemente, o pior já passou.

De acordo com ele, as empresas, mesmo com o seu nível de faturamento ainda cerca de 51% menor que o observado antes da pandemia, já apresentam sinais de recuperação. Apesar disso, ele ressalta que ainda há desafios importantes que precisam ser enfrentados, como a melhoria do acesso a crédito. “Desde o início da pandemia, cerca de 46% dos pequenos negócios procuraram empréstimos; mas somente 18% conseguiram obter o crédito”, comenta. Outro ponto salientado pelo analista foi que as empresas tiveram que acelerar a sua transformação digital durante a pandemia, aumentando as possibilidades de permanecerem próximas de seus clientes e reinventar seus negócios.

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