Especialistas indicam que os pilares tecnologia, inovação, empreendedorismo e modelo de gestão podem colaborar para alavancar resultados e facilitar processos de desenvolvimento dos municípios brasileiros
Na manhã desta terça-feira (10), a Semana de Inovação proporcionou uma mesa redonda on-line, com a temática “Impacto da tecnologia, melhoria da gestão e empreendedorismo nos municípios brasileiros”, para discutir a importância de criar ambientes favoráveis aos pequenos negócios. Sob a mediação de Débora Aroxa, o evento contou com a participação do presidente em exercício do Sebrae, Bruno Quick; do CEO Extreme Digital Solutions, Gustavo Rabelo; e do presidente da Fundação Nacional da Qualidade, Ronald Dausche.
Ao analisar o cenário atual, Bruno Quick ressaltou que a pandemia expandiu as possibilidades de inovação. “Nos fez sair do lugar comum. Precisamos pensar em como o poder público e as prefeituras podem avançar em relação às novas tecnologias. O Brasil é um mar de oportunidades”, destacou. Segundo ele, o país tem tecnologia suficiente para avançar. “Temos que pensar mais em gestão centrada no cliente, e falar de economia comportamental. Além disso, ter soluções complexas para simplificar a vida das pessoas”, indicou.
Para Quick, torna-se indispensável que haja abordagens de inovação organizacional e de redes e cooperação, com a criação de ambientes favoráveis ao empreendedorismo nos municípios. “Não dá para resolvermos sozinhos problemas complexos. A convergência é muito importante. Devemos pensar em parcerias, concessões e métodos ágeis. E sair da era dos diagnósticos infindáveis”, apontou.
O executivo do Sebrae destacou ainda a importância de resolução de problemas novos. “A aposta deve estar focada em soluções integrais que levem isso para o cliente e para o cidadão. Dessa forma, é imprescindível chamar o mundo da criatividade, de startups, da ciência, entre outros, trabalhando conosco em busca de soluções para a sociedade”, complementou o presidente em exercício do Sebrae, ao incentivar o empreendedorismo direcionado a tornar as cidades sustentáveis.
Desafios da inovação
De acordo com Ronald Douscha, a criação de metrópoles inteligentes engloba a cooperação entre esferas e empresas. “É essencial contar com a articulação entre vários atores e a cooperação com outras cidades. As cidades podem ter papel importante em um aspecto basal muito grave de pobreza, fome e desemprego. A tecnologia tem que ter um papel muito forte em relação a esses aspectos”, enfatizou.
“Existem projetos hoje que têm o intuito de levar alimentos a pessoas que precisam. Alguns na linha de frente de conseguir localizar alimentos que estão sendo descartados de forma inteligente, como resíduos de restaurantes direcionados a pessoas com fome. A tecnologia deve ajudar, na prática, o público que está fora do circuito econômico e que perdeu o emprego”, acrescentou Douscha.
Adaptação digital
“Quando você pega a vida real e a real ambientação do que acontece dentro de um município, dentro de uma agenda de qualquer região, você está falando de educação, saúde, segurança pública, mobilidade urbana e questões de uso intensivo de tecnologia”, apontou Gustavo Rabelo, CEO Extreme Digital Solutions. Segundo ele, nos últimos anos a forma desses serviços prestados aos cidadãos mudou drasticamente. “A eficiência deles interfere na vida das pessoas. A melhoria da qualidade da educação, por exemplo, reflete não somente na melhoria de qualidade, mas na segurança”, ressaltou.
Sobre o panorama de migração digital, Gustavo afirma que a população tem adaptabilidade a esse meio, mesmo sem nascer nele. “A gente tem, por obrigação, de buscar o crescimento de nossas empresas, mas devolvendo cada vez mais o que a gente pode de conhecimento, considerando que podemos fazer uma agenda muito mais coletiva”, sugeriu.
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