Com base em informações de 39 empresas de diferentes tamanhos e setores, um novo relatório desenvolvido pela ABVCAP, ApexBrasil e Global Corporate Venturing com apoio da EloGroup, Wayra e Fundação Dom Cabral, mostrou o cenário de Corporate Venture Capital (CVC) em 2023.
A pesquisa incluiu empresas com sede no Brasil, bem como multinacionais com operações no país. Embora a maioria (81%) das empresas seja nacional, há uma crescente participação de empresas com sede nos EUA (5%), Ásia (2%) e Europa (11%), em comparação com 2022. Os resultados indicam um crescente interesse por parte de empresas com matriz no EUA em investir em startups brasileiras, além de um avanço, ainda que modesto, de empresas com matriz na Ásia.
Dentre as empresas participantes da pesquisa, 43% operam no setor de serviços financeiros, enquanto uma parcela menor, de 6%, atua no segmento de mídia. Destaca-se também a presença significativa do setor industrial, representando 31% das empresas respondentes, e do setor de energia, na terceira posição com 23%.
Condições de negócios e expansão
Cerca de 42% das empresas avaliaram as atuais condições de negócios das CVCs de forma neutra, indicando espaço para melhorias. No entanto, quase metade (48%) expressou uma visão positiva, o que reflete um otimismo geral e a abertura de novas unidades de CVC no país. A maioria das unidades de CVC (34%) foi estabelecida em 2022, com 73% delas surgindo durante a pandemia, entre 2020 e 2023.
Correlação setorial
Observa-se uma correlação entre os setores de atuação das corporações e os setores investidos pelas unidades de CVC, com serviços financeiros, energia e tecnologia da informação predominando em ambas as categorias. No entanto, também há investimentos em setores em estágio inicial, indicando uma busca por novas oportunidades de crescimento e inovação.
A maioria das empresas participantes da pesquisa (77%) possui receita líquida de até R$ 50 bilhões, sendo que 69% das unidades de CVC são praticadas por empresas com faturamento superior a R$ 5 bilhões. Isso ressalta que o CVC é predominantemente utilizado por grandes corporações. É importante ressaltar que as porcentagens obtidas nas pesquisas de 2022 e 2023 não apresentaram variações significativas, demonstrando uma estabilidade nesses indicadores.
Budgets dos fundos de investimento
A maioria das empresas respondentes (53%) possuem um fundo CVC inferior a R$ 250 milhões, enquanto uma minoria de aproximadamente 13% possui valores entre R$ 501 milhões – R$ 1 bilhão, sendo que esse é o “teto”, já que nenhuma das empresas sinalizou possuir um fundo superior a esse valor.
Fundos de menor valor, de até R$ 50 milhões, aumentaram e agora representam 39% dos programas de CVC brasileiros de 2022 para 2023. Consequentemente, é possível observar que fundos com maior budgets alocado diminuíram sua representatividade dentro do cenário brasileiro. Nesse caso, destaca-se os fundos que estão na faixa de R$ 50 milhões e R$ 120 milhões que apresentaram uma queda de 9 pp em sua representatividade.
Os investimentos adicionais em empresas do portfólio após o investimento inicial são comuns, com quase metade dos respondentes reservando de 11% a 30% de seu fundo para follow-ons. Além disso, há uma preferência por uma postura menos ativa nos conselhos de administração das startups investidas.
Desempenho e parcerias
A maioria dos programas de CVC registrou um desempenho positivo, com retornos que superam o capital investido. No entanto, um número significativo de empresas relatou um retorno equivalente ou abaixo do investimento inicial. Quanto às parcerias estabelecidas, 68% experimentaram impactos financeiros significativos, destacando a importância dessas colaborações para o sucesso das empresas do portfólio.
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