*Por Alex Tabor

O Banco Central do Brasil está revolucionando o sistema financeiro do país, e o Drex, a moeda digital brasileira, é um dos movimentos mais transformadores dessa jornada. Essa inovação pode ser um divisor de águas no mercado, trazendo mais eficiência, transparência e segurança para transações complexas. No entanto, o sucesso dele dependerá da capacidade de superar desafios técnicos e culturais, além de conquistar a confiança dos usuários e das empresas.

Mas o que exatamente é o Drex? Trata-se da versão digital do real, com paridade de 1 para 1. Ele vai além de ser apenas uma alternativa ao dinheiro físico ou digital: sua proposta é facilitar operações que hoje enfrentam processos burocráticos e custosos. Imagine, por exemplo, a compra de um imóvel. Com o Drex, o valor da negociação pode ser bloqueado e liberado apenas após a transferência formal do título, eliminando o risco de não receber o pagamento.

Além disso, contratos inteligentes permitem programar condições específicas, como inspeções em imóveis alugados ou garantias de entrega. No caso de imoveis, o registo final do imovel ainda vai ser feito em cartórios, porém a integração entre o Drex e os sistemas dos cartórios pode fazer esse registro de maneira digital e a transação é registrada em blockchain, oferecendo uma segurança além do cartório.

Essa integração ao blockchain não apenas automatiza processos, mas também traz uma camada adicional de segurança e transparência, registrando cada transação de forma auditável e distribuída. É uma tecnologia que promete não só modernizar o sistema financeiro brasileiro, como reduzir custos e fortalecer a confiança nas operações de alto valor.

Impactos nos mercados globais

Além do impacto local, o Drex posiciona o Brasil no mapa global de moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs). Um dos grandes diferenciais será sua capacidade de facilitar transferências internacionais com rapidez e custos reduzidos. Hoje, essas operações podem levar dias; com o Drex, espera-se que sejam concluídas em segundos ou minutos, aumentando a competitividade do país.

Apesar de todo o potencial, a adoção do Drex não será isenta de desafios. A resistência de setores como cartórios, a integração com sistemas existentes e a necessidade de demonstrar valor significativamente superior a soluções já consolidadas, como o uso de cartórios junto a contratos em papel e pagamentos por Pix, serão barreiras a superar. Além disso, garantir uma experiência de uso simples e intuitiva será essencial para conquistar tanto o público desbancarizado quanto os consumidores mais acostumados às tecnologias atuais.

Oportunidade de novos produtos e serviços

No mercado de pagamentos, o Drex traz oportunidades para bancos e fintechs explorarem a tokenização de ativos e criarem novos serviços financeiros. No comércio eletrônico, pode abrir caminho para mais segurança em compras de alto valor, só liberando o valor da compra depois do produto ser entregue e verificado de ser conforme as expectativas do consumidor. E em setores como o imobiliário e automóveis, o impacto pode ser ainda mais expressivo, reduzindo custos e burocracias.

O futuro do Drex será moldado por sua capacidade de entregar valor real aos usuários e superar obstáculos regulatórios e culturais. Porém, o potencial de transformar transações complexas e aumentar a eficiência do sistema financeiro brasileiro é inegável.

Como CEO de uma companhia no setor de tecnologia e finanças, acredito que a inovação é a chave para construir um mercado financeiro mais inclusivo e conectado. O Drex, então, representa uma peça fundamental nessa transformação, e estamos empolgados em fazer parte dessa revolução.

*Alex Tabor é CEO da Tuna Pagamentos


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

Publicação Original


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder