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O mercado de investimentos precisou se reinventar.
A tecnologia avançou exponencialmente, mas os modelos tradicionais de Venture Capital e Private Equity ainda operam com as mesmas métricas, métodos e fórmulas criadas há décadas. Esses modelos funcionam, mas não refletem mais a realidade dinâmica da Nova Economia. Estamos vendo uma transformação acontecer. As casas de VCs e PEs estão mais abertas, comunicativas e ágeis. No artigo que publiquei no Startupi, já falei sobre essa necessidade de mudança.
Hoje, trago uma nova provocação!
Buscar bons retornos não pode ser um fim em si mesmo. O Capital de Risco precisa ir além dos múltiplos financeiros, é preciso gerar impacto produtivo, promover o crescimento sustentável e construir legados que transcendam os números. As palavras são bonitas, de efeito, aparentemente teóricas e até românticas, mas quero chamar atenção para a mudança de mentalidade necessária e essencial para os Gestores de Venture Capital e também de Private Equity.
O problema do mercado tradicional
O modelo tradicional de investimentos, via de regra, opera no piloto automático, preso a métricas amplamente utilizadas que sozinhas não capturam o verdadeiro valor dos ativos. Alguns exemplos:
No Venture Capital:
- Taxa Interna de Retorno (TIR): ótima métrica, mas é importante considerar também a DPI, TVPI e RVPI.
- Valuations: o Valuation é importante para marcar estágios e rodadas, mas existem muitos Valuations inflados que deturpam alguns fundamentos.
- Marcação: a marcação da investidas de um Portfólio é sempre a Mercado, ou seja, com base na realização de rodadas. Se a empresa teve uma nova rodada, a marcação reflete o valuation dessa rodada. Com a demora em realizar uma nova rodada ou a não informação atualizada delas, se faz necessário analisar também outra marcações sugeridas, com a remarcações dos ativos, espelhando o momento dessas startups.
- Foco excessivo no crescimento exponencial a qualquer custo: crescer é o objetivo, mas queimar caixa a qualquer custo, é o que preocupa.
- Follow-ons como garantia de sucesso: rodadas subsequentes sendo tratadas como métrica de validação.
No Private Equity:
- Foco no EBITDA: A fixação por essa métrica, muitas vezes cega para outras oportunidades.
- ROE e ROIC sem contexto: Métricas isoladas que não refletem a criação real de valor.
- Excesso de alavancagem financeira: Priorização da estruturação de dívida em vez do crescimento orgânico com novas avenidas de crescimento.
- Corte de custos como solução: Redução de despesas sem estratégia sustentável.
Não se trata de abandonar esses modelos e métricas, mas sim de aperfeiçoar e combinar com novos métodos e conceitos que realmente refletem a dinâmica da nova economia. ATENÇÃO: a ideia não é desvalorizar o modelo tradicional, mas provocar uma reflexão sobre como pensar além do convencional.
O que está mudando no mercado de equity?
O jogo já mudou! A nova economia exige mais do que somente capital. Exige mais inteligência estratégica, visão ampliada, flexibilidade, adaptação, empatia, colaboração, comunidades, ecossistemas e a capacidade de antecipar movimentos antes que se tornem óbvios.
E é exatamente aqui que entra o conceito de SMART EQUITY.
Antes que digam que estou querendo “inventar moda” , lembro que em 2016, quando escrevi o livro Smart Money, e em 2020, quando publiquei O Poder do Equity , disseram a mesma coisa (Como por exemplo: “outlier”, “spray and pray”, não para de pé”, Influenciador, Coach e etc).
O Resultado? Ahh o o resultado do que disseram: Só falo do que fiz ou faço e nunca vendi curso online, só escrevo livros, aliás, os termos SMART MONEY e EQUITY são amplamente usados até por quem me criticava naquela época, Além disso, ambos os livros foram best-sellers, apoiando milhares de empreendedores e investidores. O que escrevi ajudou de fato o mercado e muitas tendências aconteceram! Agora, estou apenas conectando os dois conceitos para a realidade de 2025.
Então vamos lá, o que é SMART EQUITY nos investimentos?
O SMART EQUITY vai além da digitalização e da automação. Ele significa aplicar mais inteligência na alocação de capital, seguindo cinco princípios fundamentais do conceito SMART adaptado ao mundo do investimento:
Estratégico (Strategic) – Investir com Visão Sistêmica
Ser estratégico não é apenas investir em empresas promissoras, mas em Ecossistemas que amplificam o impacto do capital alocado. No Private Equity, isso significa consolidar mercados e criar sinergias reais. No Venture Capital, significa identificar tendências, assumir novas responsabilidades e gerar serviços para o portfólio e atuar como parceiro de longo prazo, não apenas como financiador de rodadas.
Mensurável (Measurable) – Criar novos indicadores de valor
As métricas tradicionais precisam ser complementadas por novos indicadores que realmente reflitam a saúde do investimento. No Venture Capital, um exemplo é o conceito de Efficient Growth, que prioriza startups que conseguem crescer organicamente e com menos queima de caixa. No Private Equity, medir a capacidade de reinvestimento se torna tão essencial quanto avaliar o EBITDA.
Adaptável (Adaptive) – Flexibilidade para mudanças de mercado
Investidores SMART pivotam rapidamente, ajustando suas teses e modelos conforme novas oportunidades surgem, sem perder a essência e respeitando o já combinado com todos os investidores e founders.
Relevante (Relevant) – Investir onde há demanda real
SMART Equity direciona investimentos para setores com maior impacto no Capital Produtivo, com comunicação adequada e com um posicionamento mais claro e público, se torna essencial para investidores e empreendedores e para o mercado em Geral.
Atemporal (Timeless) – Criar valor perene e jogar o Jogo Infinito
O objetivo do SMART Equity não é apenas a próxima rodada ou o próximo Exit. É construir negócios que geram valor contínuo, independente das condições de mercado. No Venture Capital, além de reinvestir continuamente no portfólio, é ampliar a quantidade de Startups investidas e o alcance dos seus investimentos. No Private Equity, é investir com visão de décadas, não apenas ciclos financeiros.
Diferenciais do smart equity?
O modelo se destaca por mudar a forma como fundos e empresas são estruturados:
- Gestão de Fundos Flexível – Não depende exclusivamente de captação de LPs ou de modelos tradicionais de investimento.
- Visão de Drone – Capacidade de enxergar além do óbvio e antecipar oportunidades estratégicas.
- Learning Organization – Um modelo de evolução contínua, baseado em dados e inteligência de mercado.
- Gestão Compartilhada – Não está concentrada em um pequeno grupo Gestor, mas em distribuir responsabilidades e participações entre um grupo maior de stakeholders.
- Mindset Investidor 5.0 – Enxerga o Equity não apenas como participação, mas como potencial desbloqueado.
- Ecossistema de Valor – Criação de negócios sinérgicos em torno da tese principal de investimento.
- Capital humano – Gestores mais sensíveis se tornam um diferencial competitivo.
- Comunidade – Desenvolvimento do pertencimento com objetivo comum para transformar Empreendedores e Investidores em usuários e beneficiários.
- Consolidação Estratégica – Cada aquisição deve fortalecer o portfólio como um todo, evitando armadilhas das tendências e do curto prazo.
A Aplicação prática do SMART EQUITY nos modelos atuais de Venture Capital e Private Equity. (Muito além do Dinheiro!)
Diferente do Venture Capital tradicional, que muitas vezes foca em valuations futuros, projetos, follow-ons e múltiplos baseados na próxima rodada, o SMART Venture Capital desenvolve suas próprias estratégias, independentemente do “padrão” estabelecido há anos pelo mercado. Aplica o conceito de Skin in the Game e não depende exclusivamente de suas taxas para operação e do OPM (Other People’s Money).
Ele se torna um verdadeiro parceiro na construção e evolução das startups investidas, onde o foco não está apenas em captar mais rodadas para startups ou buscar uma saída definitiva, mas também desenvolver novos modelos de retorno sobre o investimento (early exits, dividendos, secundárias e etc – Nada que não seja regular, obviamente!). Também oferecer serviços e soluções em torno do negócio principal (VC) caracterizando um Ecossistema para um crescimento sustentável e escalável. Por que não?
No Private Equity, o modelo SMART não se limita à gestão tradicional de fundos. Ele pode operar com veículos de investimentos alternativos, privados e menores, além de incluir participações minoritárias e aportes que vão além do capital financeiro. (Nada irregular, obviamente!). Também permite diferentes tipos e níveis de controle das investidas, eliminando o pensamento curto-prazista e a ênfase excessiva na eficiência operacional isolada. O objetivo é transformar empresas em plataformas de valor, criando novas fontes de receita, novos motores de crescimento e uma geração de caixa sustentável. Por que não?
Ser SMART não É um RÓTULO, é uma nova forma de Jogar o JOGO do Equity.
A ideia do SMART EQUITY é construir legados, não apenas retornos financeiros. Enquanto muitos fundos e casas de investimentos jogam o jogo finito, vivem de suas taxas, tentando maximizar retornos de curto e médio prazo, os investidores realmente SMART operam no jogo infinito, criando valor sustentável, perpétuo, impactante e gerando valor real para os stakeholders e prosperidade para todos, inclusive do mercado.
Por isso, estamos reposicionando a Bossa Invest como SMART Venture Capital e a Equity Fund Group como SMART Private Equity. Essa é a diferença entre apenas investir dinheiro e destravar negócios para o longo prazo.
É óbvio, que o conceito e modelo precisa ser melhor explorado, trazendo exemplos práticos, experiências embarcadas, resultados e ensinamentos do COMO fazer. Por isso e para isso, estou escrevendo o meu novo livro Smart Equity, com lançamento para o segundo semestre.
Investir não é apenas comprar Equity. É subir o nível de consciência e destravar o potencial de um mercado inteiro.
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