
A Wayra Brasil, braço de Corporate Venture Capital da Vivo, oficializou aporte na Omni Saúde, startup que opera com modelo digital de acesso a medicamentos via empresas. O investimento complementa a rodada liderada pela Enseada, family office ligado à família fundadora da SulAmérica, e inclui nomes como Isa Tanure, da Alliança, André Kina, da 4BIO, e Renato Garcia Carvalho, da Novartis.
A proposta da healthtech é distribuir créditos mensais para colaboradores adquirirem medicamentos tarjados em farmácias físicas ou digitais, mediante receita médica. O benefício, estruturado como um plano digital, não está vinculado a redes específicas nem a laboratórios. O modelo utiliza mecanismos atuariais semelhantes aos seguros, sem regulação da Agência Nacional de Saúde Suplementar.
Segundo Fernando Moreira, CEO e cofundador, a empresa projeta crescer cinco vezes em receita no próximo ciclo. Em 2024, a operação atingiu faturamento próximo a R$ 5 milhões. A expectativa, com os recursos captados, é ampliar presença junto a departamentos de recursos humanos, além de manter a ênfase no desenvolvimento tecnológico. “Hoje utilizamos inteligência artificial para interpretar prescrições médicas, acompanhar tratamentos e promover o uso racional de medicamentos. O sistema fornece ainda dados analíticos para que organizações possam gerir a saúde populacional de seus colaboradores, reduzindo custos com agravamentos de doenças e melhorando a adesão a tratamentos. Nosso foco é melhorar esse processo cada vez mais e proporcionar melhoria de vida e continuidade de tratamentos para os brasileiros”, afirma.
A plataforma opera via aplicativo. Após a prescrição ser validada, o usuário acessa o saldo disponível para a compra, realiza o pagamento via Pix e adquire o medicamento em qualquer estabelecimento credenciado. Segundo os fundadores, o sistema evita fraudes e promove controle de uso, além de reforçar a segurança do processo ao exigir receita médica.
Wana Schulze, responsável pela área de investimentos da Wayra Brasil e da Vivo Ventures, explica os critérios considerados na escolha da healthtech. “A Omni Saúde está inovando ao combinar tecnologia, inteligência de dados e um modelo de benefício farmacêutico disruptivo, com impacto real na saúde corporativa e na vida dos brasileiros, e foi o que chamou nossa atenção. Este seguirá como um pilar estratégico em nossa tese de investimento, com foco em soluções inovadoras com diferencial competitivo. Buscamos atuar não apenas como parceiro financeiro, mas como catalisador de valor, oferecendo apoio ao posicionamento de mercado.”
A base atual da Omni Saúde inclui mais de 40 organizações, entre operadoras, seguradoras, corporações e plataformas de telemedicina. Entre os clientes estão Riachuelo, Dr. Consulta, Grupo Trigo, Selbetti, Cocal e Befly. A empresa já captou R$ 23 milhões em recursos desde sua fundação, realizada por Moreira e Leopoldo Veras, executivo com mais de duas décadas de experiência em saúde suplementar. Fernando Domingues, da Conexa Saúde, também integra o grupo de fundadores.
A relação com a Vivo foi estabelecida a partir de investimentos anteriores na Conexa, conectando os empreendedores à estratégia da operadora de telecomunicações para o setor de saúde. A parceria com a Wayra visa acelerar a entrada em novos canais, além de gerar sinergias com o ecossistema corporativo da operadora.
A meta é atingir 70 mil vidas até dezembro e alcançar o breakeven no próximo exercício. Para isso, a companhia pretende continuar expandindo os canais de distribuição, além de explorar oportunidades como serviço adicional em empresas e outras instituições.
“Contribuímos para a melhoria da saúde pública e da produtividade nas organizações, além de atuar na prevenção de agravos de doenças crônicas. Estamos promovendo o consumo seguro e combatendo a automedicação”, resume Moreira.
A iniciativa busca se consolidar como alternativa viável ao modelo tradicional de planos de saúde ou benefícios de farmácia, com estrutura que une dados, prevenção e personalização. A abordagem parte da lógica de que é possível prevenir agravamentos de doenças por meio de incentivos estruturados, com controle técnico, e sem depender de subsídios públicos ou dos grandes conglomerados farmacêuticos.
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