O governo de Donald Trump está preparando o lançamento de uma nova plataforma federal chamada AI.gov, que promete acelerar o uso de inteligência artificial em serviços públicos e automatizar funções dentro da máquina governamental. A informação foi revelada pela 404 Media, que teve acesso a um repositório de código publicado no GitHub e a uma versão preliminar do site, ainda fora do ar.

O projeto é liderado pela Administração de Serviços Gerais (GSA, na sigla em inglês), por meio da divisão Serviços de Transformação de Tecnologia. À frente da iniciativa está Thomas Shedd, ex-engenheiro da Tesla e apontado pelo New York Times como aliado do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), estrutura criada sob forte influência do bilionário Elon Musk durante a atual gestão.

IA do governo Trump deve padronizar o uso de tecnologia entre agências federais

Segundo os documentos analisados, o AI.gov foi projetado com o objetivo de integrar e padronizar o uso da inteligência artificial entre agências federais.

A proposta inicial do AI.gov inclui três funcionalidades principais, um chatbot que auxiliaria servidores e cidadãos a interagir com sistemas governamentais; um conector que permitirá às agências utilizar modelos de grandes empresas de IA, incluindo OpenAI, Google e Anthropic, por meio de uma interface centralizada; e um painel para supervisão do uso da IA em todas as agências federais, com foco em métricas de desempenho e segurança.

No site encontrado pela 404 Media, essas soluções são descritas como sendo “alimentadas pelo melhor da IA americana”. A previsão é que a plataforma entre no ar em 4 de julho, data simbólica que marca a independência dos Estados Unidos.

Influência de Musk no governo americano

Embora Elon Musk tenha se distanciado recentemente do governo e protagonizado uma disputa pública com Trump nas redes sociais, a influência do bilionário segue presente no projeto. A AI.gov está alinhada com os princípios do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), grupo informal criado na gestão atual com o objetivo de aplicar IA para reduzir custos e automatizar milhares de cargos federais.

Shedd, atual responsável técnico pelo AI.gov, já defendeu publicamente o uso da tecnologia para identificar fraudes, revisar contratos públicos e até gerar software para departamentos federais por meio de “agentes de codificação de IA”.

A movimentação do governo levanta discussões sobre privatização de serviços públicos, impacto no emprego de servidores e riscos éticos relacionados ao uso de modelos de linguagem treinados por empresas privadas. Críticos alertam que a dependência de ferramentas externas — como da OpenAI — pode comprometer a soberania tecnológica do Estado, além de levantar preocupações com vieses algorítmicos, segurança de dados e transparência.

Com lançamento previsto para o mês que vem, o AI.gov deve ser uma das principais apostas da gestão Trump para mostrar comprometimento com inovação e tecnologia no setor público.


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