
Em meio à multiplicidade de vozes online, pequenos negócios brasileiros buscam formas de comunicar com clareza o que fazem. Em 2025, com os canais digitais cada vez mais saturados, a imagem continua sendo elemento decisivo. No entanto, mais do que estética refinada, o que tem se mostrado eficaz é a representação fiel do cotidiano.
Dados da ferramenta VisualGPS, da iStock, indicam que consumidores da América Latina valorizam imagens que retratam experiências comuns. Três características se destacam nas escolhas visuais de maior engajamento: autenticidade, objetividade e praticidade.
A pesquisa mostra que 71% do público prefere visualizar pessoas reais, em momentos cotidianos. Isso significa que conteúdos que exibem um produto ou serviço sendo utilizado em situações possíveis facilitam a identificação. Além disso, 69% demonstram desconfiança diante de anúncios exagerados. Portanto, honestidade nas imagens utilizadas transmite mais credibilidade. Outro dado relevante aponta que 64% das pessoas querem entender, com facilidade, como comprar ou usar algo. Mostrar o processo com clareza colabora para a decisão de aquisição.
A comunicação visual, quando bem utilizada, atua como ponte entre negócios e clientes. No entanto, muitos empreendedores seguem acreditando em conceitos desatualizados sobre o que funciona na promoção online. Um deles é que o produto, por si só, atrairia consumidores, sem necessidade de explicações. Contrariando isso, 72% das pessoas afirmam que vídeos demonstrativos ajudam a compreender o funcionamento de um item.
Outro mito recorrente é a valorização exclusiva de produções com aparência sofisticada. No entanto, 81% preferem ver indivíduos comuns, em situações próximas da realidade. Ainda, 74% indicam que a veracidade das imagens importa mais do que a origem do conteúdo, seja próprio ou vindo de bancos especializados.
O custo também não é mais justificativa. Produções simples, feitas com recursos disponíveis, como smartphones, são capazes de gerar engajamento se forem autênticas. Há ainda plataformas acessíveis, como a própria iStock, que oferecem acervos com valores adaptados a orçamentos menores.
O que se observa é que a obsessão pela perfeição visual já não se traduz em conexão com o público. Apenas 18% dos entrevistados se sentem representados por imagens idealizadas. A maioria busca algo próximo da própria vivência.
No Brasil, 99% das empresas são classificadas como pequenos ou microempreendimentos, de acordo com o SEBRAE. Nesse universo, a disputa pela atenção do consumidor exige estratégias eficazes e viáveis. Mostrar quem está por trás de um produto, como ele é feito, ou de que forma pode ser utilizado no dia a dia, tem se mostrado mais efetivo do que simular um padrão inatingível.
“A comunicação visual não é mais um recurso exclusivo das grandes marcas. Qualquer pequeno negócio pode utilizar imagens de forma estratégica para criar vínculos e gerar resultado”, afirma André Pantaleão, executivo da Getty Images no país. Segundo ele, ao humanizar a narrativa, empreendedores aumentam suas chances de transformar visualizações em transações.
Em um ambiente onde o ruído digital é constante, imagens sinceras ajudam a filtrar atenção. A decisão de compra, muitas vezes, passa pela identificação com uma história, um rosto, uma rotina. Não se trata apenas de ilustrar o que é vendido, mas de demonstrar, com coerência, por que aquilo pode ser relevante para quem vê.
A pesquisa também reforça que a produção visual deve acompanhar um objetivo claro: comunicar, informar e gerar confiança. Em vez de buscar composições elaboradas, a recomendação é mostrar processos reais, ambientes possíveis e resultados palpáveis.
Em tempos de economia instável, a criatividade combinada com autenticidade se mostra uma saída viável. Para negócios de menor porte, que operam com recursos limitados, usar a imagem de maneira funcional representa uma oportunidade concreta de crescimento.
No cenário atual, investir em uma imagem não é um gasto extra, mas uma ferramenta de impacto. Mostrar o que se faz, com quem se faz, e como isso chega até o cliente, continua sendo uma das maneiras mais diretas de converter atenção em confiança e, consequentemente, em resultado.
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