O segundo semestre de 2025 começa com um cenário promissor para os pequenos negócios no Brasil. Dados do Sebrae, com base em informações da Receita Federal, mostram que 2,21 milhões de micro e pequenas empresas foram abertas entre janeiro e maio. Apesar do ritmo de crescimento, muitos empreendedores enfrentam dificuldades na organização das finanças e no controle de despesas, fatores que impactam diretamente a sustentabilidade das operações.

De acordo com o estudo “Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil”, elaborado pela Conta Simples em parceria com a Visa, todas as empresas ouvidas relataram não saber definir corretamente o conceito de “gestão de despesas”. O dado reforça a necessidade de maior atenção ao planejamento financeiro, especialmente no segundo semestre, período em que muitas companhias buscam acelerar o desempenho sem comprometer o caixa.

Para Rodrigo Tognini, CEO da Conta Simples, essa etapa do ano representa uma oportunidade para revisar processos internos e alinhar as metas com a realidade operacional. Com base no desempenho dos primeiros meses, torna-se possível ajustar estratégias e promover correções de rota.

A seguir, Tognini apresenta cinco iniciativas voltadas à otimização da estrutura financeira de micro, pequenas e médias empresas para os próximos meses.

1. Digitalização de processos manuais
O estudo revela que essas empresas gastam, em média, 20 horas semanais no controle de despesas, o equivalente a dois dias e meio úteis. Isso se deve, em parte, ao uso de métodos analógicos, como registros em papel. A adoção de ferramentas automatizadas permite liberar tempo da equipe, reduzir falhas e dedicar mais esforço à análise de dados.

2. Integração dos sistemas de controle
Concentrar pagamentos, reembolsos e registros orçamentários em um único ambiente reduz a fragmentação de informações e facilita a leitura em tempo real do desempenho financeiro. Esse tipo de estrutura contribui para a projeção de necessidades, identificação de riscos e negociações com fornecedores.

3. Separação entre recursos pessoais e empresariais
Cerca de 3,5 milhões de pequenos empreendimentos ainda utilizam cartões dos sócios para pagar contas da operação, segundo o Panorama. A prática, além de dificultar a apuração de resultados, pode gerar problemas contábeis e comprometer o entendimento sobre a real situação da companhia.

4. Uso consciente do crédito disponível
Levantamento da Serasa Experian aponta aumento de quase 13% na procura por crédito em julho de 2024, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Para Tognini, buscar financiamento pode ser uma escolha estratégica, desde que seja feita com base em planejamento. Soluções como o modelo “Buy Now, Pay Later” oferecem alternativas para gestão do capital de giro com prazos mais flexíveis.

5. Monitoramento frequente do fluxo de caixa
O controle diário das movimentações é apontado por 61% das empresas como fundamental para a saúde financeira. A prática permite identificar inconsistências de forma imediata e ajustar decisões operacionais rapidamente. Plataformas especializadas ajudam a registrar e visualizar as movimentações com mais precisão.

Na visão do executivo, a combinação dessas medidas permite estruturar a gestão financeira de forma mais eficiente, com base em dados reais e foco no desempenho sustentável. Com isso, empresas de menor porte podem manter a operação estável, mesmo diante das oscilações previstas para os próximos meses.


Aproveite e junte-se ao nosso canal no WhatsApp para receber conteúdos exclusivos em primeira mão. Clique aqui para participar. Startupi | Jornalismo para quem lidera inovação!

Publicação Original


0 comentário

Deixe um comentário

Avatar placeholder