
A Axenya, healthtech voltada à gestão de saúde corporativa, anunciou a captação de US$ 12 milhões, cerca de R$ 65 milhões, em rodada Série A. O aporte foi liderado pelo Canary, contou com coliderança da Indicator Capital e participação da Zentynel. O objetivo é financiar expansão comercial, fortalecer infraestrutura tecnológica e avançar no desenvolvimento de inteligência artificial aplicada à saúde.
O modelo da empresa se diferencia das corretoras tradicionais de planos por integrar empresas, colaboradores, operadoras e profissionais em uma mesma base digital. A plataforma tem dois componentes centrais: o LifeVault, que organiza informações clínicas, operacionais e administrativas em um repositório interoperável, e o Axenya IQ, motor preditivo que utiliza inteligência artificial e modelos generativos para antecipar riscos, sugerir intervenções e ajustar jornadas de cuidado.
Segundo o fundador e CEO, Mariano Garcia-Valiño, a proposta é estrutural: colocar a companhia no centro da cadeia de valor do setor. Ele destacou que a captação ocorre em um cenário desafiador para rodadas Série A, reforçando o modelo de negócios baseado em dados, IA e biomarcadores conectados.
Resultados registrados junto a clientes incluem inflação médica até 50% abaixo da média de mercado, sinistralidade 1.500 pontos-base inferior à média nacional, redução de 22% nos custos totais de saúde em comparação ao ano anterior, queda de 40% nas despesas com pacientes de alto risco e custo por consulta ou procedimento 50% menor, mesmo com aumento de 13% nos atendimentos.
Kristian Huber, general partner do Canary, destacou que o impacto mensurável do modelo foi determinante para o investimento. A abordagem, afirmou, reduz reajustes anuais de planos empresariais ao mesmo tempo em que melhora o cuidado para pacientes críticos. Segundo ele, a companhia utiliza IA para identificar funcionários com maior risco de doenças degenerativas e apoiar tratamentos preventivos, mitigando potenciais sinistros.
Para a Indicator Capital, a Axenya representa uma oportunidade de transformação estrutural na gestão de saúde corporativa. O cofundador Thomas Bittar afirmou que a empresa constrói a infraestrutura tecnológica necessária para integrar dados, dispositivos e inteligência preditiva, pontos considerados estratégicos para ampliar eficiência e impacto populacional. O fundo apoiará a expansão com foco em IA generativa e biomarcadores digitais, dentro de seu programa Building Value Together.
A Zentynel, que também participou da rodada, ressaltou que a execução da Axenya materializa práticas de saúde digital antes vistas apenas como promessa. Para o general partner Cristian Hernandez-Cuevas, a companhia introduz no mercado regional modelos preditivos e integração clínica em tempo real, alinhando incentivos entre diferentes agentes do setor.
Fundada em 2020, a startup já havia levantado R$ 37,1 milhões em rodadas anteriores, com investidores como Patria High Growth, Big_Bets e Zentynel. Também adquiriu a HealthAPI, reforçando a capacidade de interoperabilidade. O mercado potencial estimado no Brasil varia de R$ 68,9 a R$ 106 bilhões, com menos de 1% de penetração atual. A empresa calcula que pode superar R$ 689 milhões em receita anual e mira expansão internacional em países como México e Estados Unidos, onde a fragmentação e os altos custos também são desafios.
Os novos recursos serão direcionados principalmente à expansão comercial, à consolidação de canais como TPAs e franquias e ao avanço do roadmap tecnológico. Estão previstos novos módulos preditivos, maior integração com dispositivos e ampliação do uso de biomarcadores digitais. A meta é atingir 1 milhão de vidas monitoradas por IA, sustentar reduções de até 45% nos custos ao longo de cinco anos e ampliar o impacto em saúde populacional com base em dados clínicos e planos de ação automatizados para áreas de Recursos Humanos.
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