Iniciativa trouxe seminário de fruticultura com palestras técnicas e mostra de agroprodução em Água Branca
O Seminário Fruticultura na Região Semiárida, realizado no município de Água Branca, Sertão Alagoano, na quarta-feira (27), faz parte da programação da Jornada das Águas e da Rota da Integração, promovida pelo Sebrae, Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), além da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.
O município sertanejo, um dos escolhidos pela rota que passou por oito estados do Nordeste e Minas Gerais, reuniu produtores de todo o Sertão Alagoano que puderam expor seus produtos e obter mais conhecimento sobre a fruticultura. O gerente adjunto da Agência de Atendimento Integrada do Sebrae em Delmiro Gouveia, Vitor Pereira, destaca a importância da escolha de Água Branca como o único do estado a receber as ações da Jornada das Águas.
“Água Branca foi uma das cidades do país escolhidas para receber a Jornada pelo potencial que tem para o desenvolvimento da fruticultura. Trouxemos essas palestras para que os produtores possam aproveitar o conhecimento e aumentar a produtividade deles. É o conhecimento que transforma o mundo e a agricultura tem o potencial de desenvolver a nossa região semiárida, que se fosse um estado, seria o mais pobre do Brasil. Por isso, precisamos do apoio dessas entidades para mudar essa realidade”, afirma Vitor Pereira.
Na abertura do seminário, a representante oficial de Comunicação da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, Aline Czezacki, abordou temas como o desperdício de alimentos, fome e o papel da mulher do campo na produção de alimentos, principalmente no cenário da pandemia.
“O desperdício de alimentos não é só aquele produto que é jogado fora. Ele também significa o desperdício do tempo do produtor, de insumos, de recursos naturais, da água, do solo. Preservar e não desperdiçar esses alimentos também é uma forma de garantir a preservação de todos esses recursos. Hoje, no Brasil, temos 20 milhões de pessoas passando fome. Essa é uma realidade muito dura”, pontua Aline.
“Com a pandemia, aumentaram as restrições e a mulher do campo precisou cuidar ainda mais da família, de casa, dos filhos e esse trabalho acaba sobrecarregando essa produtora. Precisamos pensar como podemos garantir mais acesso, mais oportunidades para a mulher rural que é importante e tem papel central na produção de alimentos”, ressalta.
O evento também marcou a assinatura do Termo de Adesão e Compromisso para a inclusão do município na Rota da Fruticultura no MDR, para que o Ministério possa mapear informações sobre produtores e culturas de frutas iniciadas na região. José Carlos Carvalho, prefeito de Água Branca lembra que a Jornada das Águas é motivo de celebração para os produtores locais. “Essa Jornada só irá trazer melhorias para o nosso município. Hoje é um dia de luta, de trabalho e de agradecer ao MDR, ao Sebrae, a Codevasf. Juntos, de mãos dadas, poderemos trazer ainda mais melhorias. Junto com a agricultura, iremos chegar lá. Que todos os nossos pequenos produtores possam aproveitar bem esse conhecimento”, frisa.
O diretor do Departamento de Desenvolvimento Regional e Urbano do MDR, Francisco Soares, reforça que o trabalho realizado pela Jornada das Águas pode ajudar a garantir o aumento da produção de alimentos no Brasil, atendendo demandas internas e de outros países do mundo. “Hoje, somos o segundo maior produtor de alimentos do planeta, mas muito em breve seremos o primeiro. Essas ações que estão sendo feitas para desenvolver a fruticultura vai demonstrar que o Nordeste tem condições de utilizar a agricultura irrigada em toda região para triplicar a possibilidade de produção de alimentos aqui. Por isso, a responsabilidade nossa, enquanto nordestinos é enorme. É uma grande satisfação poder participar desse momento que é muito importante para o MDR”, afirma o diretor.
Mostra de agroprodução
A Jornada também contou com a Mostra de Agroprodução, com estandes da Cooperativa dos Agricultores Familiares do Sertão de Alagoas (Cafisa), Cooperativa dos Produtos de Mel, Insumos e Derivados Apícolas (Coopeapis), Associação Municipal dos Jovens Rurais (Terra Jovem), Produtores do Assentamento Lameirão, bem como Engenho São Lourenço e um da Secretaria de Agricultura de Água Branca.
Todos os grupos produtivos são acompanhados pelo Programa Alagoas Maior, desenvolvido pelo Sebrae Alagoas e Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur).
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