O Distrito lançou o Fintech report 2023, estudo para analisar quais são as categorias e tecnologias que estão chamando a atenção de investidores e gerando resultados expressivos no mercado financeiro.

Como estão as principais tendências da indústria financeira tech?

Segundo a pesquisa, feita com clientes de bancos públicos neste ano e conduzida pela empresa Akamai Technologies, 70% dos entrevistados possuem conta em bancos tradicionais e bancos digitais. Em 2020, essa porcentagem era de apenas 37%. Nesse mesmo período, a porcentagem de pessoas que tinham conta somente em banco tradicional caiu de 57% para 21%.

Open Finance

O open finance é conjunto de normas regulatórias que permitem o compartilhamento do histórico financeiro dos clientes entre bancos através da integração dos seus sistemas. Esse método obteve baixa adesão dos brasileiros até o momento.

Somente 15 milhões de usuários, ou 8% dos brasileiros com conta em banco, aderiram ao open banking. Especialistas apontam que o receio da população em compartilhar dados online pode ter comprometido o avanço do sistema nesse primeiro momento.

Pix

O Pix começou a operar integralmente em todo o Brasil no dia 16 de novembro de 2020. Trata-se de um sistema de pagamentos e transferências instantâneas gratuito e disponível 24 horas por dia, sete dias por semana, para pessoas físicas e jurídicas.

Segundo dados do Banco Central, 44,6 milhões de pessoas que não tinham feito TED nos 12 meses anteriores ao lançamento do Pix utilizaram a nova ferramenta pelo menos uma vez até outubro de 2021. De dezembro de 2021 a fevereiro de 2023, o número de nova chaves Pix cadastradas por pessoas físicas e jurídicas no Brasil de 381 milhões para 577 milhões. No último dia 20 de novembro, o Pix chegou à marca de 104 milhões de transações em apenas 24 horas.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que o Banco Central irá lançar o Pix Crédito em 2023. O objetivo é autorizar as instituições financeiras a oferecer o serviço através do Pix.

NFTs

NFTs (non-fungible tokens) são criptoativos não-fungíveis, que possuem uma identidade única e não podem ser substituídos por outros. Eles surgiram em 2014 e atingiram o auge em 2021, quando a obra de arte digital “Everydays: The First 5,000 Days” foi leiloada na forma de um token por US$ 69,3 milhões.

A peça, do artista Mike Winkelmann, foi uma das mais caras vendidas naquele ano, quando o mercado mundial de NFTs movimentou mais de US$ 24,8 bilhões em negociações, de acordo com dados publicados pela startup DappRadar.

Em 2022 as vendas de NFTs atingiram 101 milhões de unidades no mundo todo, 67% a mais do que no ano anterior. Uma pesquisa conduzida pela empresa alemã Statista e publicada em junho apontou o Brasil como o segundo país com maior número de proprietários de NFTs, atrás apenas da Tailândia.

Fintechs de crédito brasileiras enfrentam aumento da inflação e juros

Das 1.481 fintechs mapeadas pelo Distrito Dataminer no Brasil, 252 delas (17%) estão dentro da categoria de crédito. Dessas, 33% foram fundadas após abril de 2018, quando o Banco Central publicou uma resolução que regulava fintechs de crédito para pessoas físicas e jurídicas no Brasil. Em 2020, foram US$ 355,7 milhões investidos em startups desse setor, 10% a mais do volume total aportado em 2019.

Agora as fintechs de crédito estão passando por um cenário complicado pela economia com inflação e taxa de juros em alta. Atualmente, perto de 81% dos empréstimos no Brasil são realizados pelos grandes bancos.

Entre 2021 e 2022, os valores investidos em fintechs brasileiras diminuíram 40%, porém, a redução para as fintechs da categoria de crédito em particular foi de apenas 5% no mesmo período. O número de M&As também caiu de 2021 para 2022, a discrepância entre o volume se justifica não só pelo número de M&As superior, como também por um valor de aquisição considerável superior.

“Fintechzação” da indústria financeira

A inovação por meio da tecnologia é um processo natural em qualquer setor. A “fintechização”, segundo o Distrito, é o conceito que descreve o movimento no qual empresas que não fazem parte do setor financeiro passam a também oferecer produtos e serviços financeiros.

Por meio desse movimento, as empresas conseguem centralizar a execução de vários serviços em um mesmo lugar. Mais do que isso, com a fintechização é possível se reinventar, integrar e automatizar operações e serviços financeiros.

A pesquisa cita três efeitos da “fintechização” nas empresas:

1- Geração de nova fonte de receita

Uma empresa não financeira que decide se “fintechizar” passa a oferecer serviços bancários próprios, como empréstimo e cartão de crédito, por exemplo. Ao fazer isso, ela abre portas para obtenção de uma receita que vai além dos produtos e serviços que ela já costuma oferecer como core business.

2- Atração e fidelização de clientes

A empresa que optar pela “fintechização” tem a grande vantagem de conhecer bem o seu público e conhecer seus hábitos de consumo. Isso significa que ela entende aquilo que seus clientes desejam e quais dores precisam ser atendidas no que diz respeito às questões financeiras. Esse fator gera diversas novas possibilidades, pois a empresa em questão consegue oferecer produtos e serviços que atuam diretamente nas necessidades de seu público-alvo. Como consequência, ela não apenas atrai consumidores, como também consegue retê-los e até mesmo aumentar o ticket médio.

3- Melhora a experiência de compra

Com pagamentos integrados, bancos digitais próprios, entre outras tantas opções, a experiência de compra fica mais fluida. O cliente ganha também em conveniência, eficiência e agilidade. Indiretamente, isso o incentiva a concluir o pagamento.


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