


A Endeavor é a rede formada pelas empreendedoras e empreendedores à frente das scale-ups que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.
No atual contexto de diminuição da disponibilidade de investimentos, é fundamental para as pessoas empreendedoras saber o que esperar do ecossistema de Venture Capital e como captar.
O nosso mentor Anderson Thees, do Itaú, e o nosso empreendedor Endeavor Tomás Martins, da Tembici, compartilharam insights e aprendizados sobre venture capital na abertura do programa Scale-up da Endeavor.
Mudanças de VC no ecossistema e expectativas de crescimento
Os empreendedores ainda precisam demonstrar crescimento escalável para os fundos. Porém, o que mudou no ecossistema é o conceito de crescimento a qualquer custo. O plano precisa ser factível, com unit economics positivos, para que o crescimento seja sustentável. O plano de longo prazo depende de um processo sistematizado, com acertos nas decisões financeiras.
“Quando a Endeavor lançou o scale-up, passamos a ter mais e melhores empresas de tecnologia no ecossistema. O nível médio dos empreendedores brasileiros subiu drasticamente nos últimos anos, com muito mais conhecimento.
O programa Scale-up é um marco no Brasil.”
Anderson Thees
Como aprimorar a tese para dar próximo passo no investimento
O processo não é tão linear quanto parece, com pitch, term sheet e due diligence. É importante ter familiaridade entre pessoas empreendedoras e pessoas investidoras em conversas anteriores ou via indicação de organizações e outros investidores do ecossistema.
O relacionamento precisa ser iniciado cedo para que o investimento se concretize. Muitas vezes a negativa não é um problema do modelo de negócio em si, mas ocorre pela falta de relacionamento entre a pessoa empreendedoras e a pessoa investidora De todo modo, há problemas que precisam ser identificados, como captable que é um deal-breaker pro investidor independente do quão bom é o negócio.
Criar relacionamento com investidoras e investidores
O VC está comprando a pessoa e não apenas o negócio. FOMO é um fenômeno muito comum em rodadas de investimento – quando o investidor vê outro investindo, ele também quer fazer parte. Ou seja, ele quer entender o que outro investidor está vendo que ele não está. Nesse processo, é importante alimentar conexões. Nada é mais crível para uma pessoa investidora do que recomendação de uma pessoa empreendedora que já está em seu portfólio.
Por isso, o processo de relacionamento precisa ser amplo, desde investidores e organizações até outros empreendedores referências do ecossistema. Esse relacionamento também precisa ser genuíno e minimamente profundo para que a pessoa te recomende de forma qualificada.
Negócios que têm características para venture capital
É preciso entender que o VC tem ciclos específicos. Então, empresas fundadas agora terão um ciclo positivo de VC nos próximos anos, diferente dos últimos dois anos.
A primeira pergunta que a pessoa que empreende deve fazer é se ele quer entrar nessa jornada de funding. Negócios como e-commerce, por exemplo, não são necessariamente dependentes de venture capital. É um trade-off, dado que é preciso aumentar seu risco para escalar com mais rapidez.
Para ser atrativo para um VC de early-stage, é preciso olhar para algumas coisas que são intrínsecas: qualidade do time, relevância do problema que está sendo resolvido, tamanho do mercado (isto é, o tamanho é grande ou ainda não existe e tem grande potencial). Também há um trade-off entre alternativas de acesso à capital. Crédito, por exemplo, é muito complexo em um país como o Brasil devido aos processos e ao custo do financiamento. O crédito pode te dar um respiro de caixa, mas também tem alto risco para o negócio. Dívida também se diferencia pelo momento e pelo ofertador.
Os empreendedores incorrem em risco pelas garantias fornecidas ou covenantes que precisam cumprir. A dívida precisa funcionar como uma vitamina pro negócio, ou seja, uma alternativa para quando não o dinheiro não é necessário e o empreendedor não quer diluir mais sua participação. Nesse caso, a dívida funciona como uma forma de alavancar o negócio quando ele já está caminhando bem.
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Fundos que têm interesse na empresa mesmo quando ela não está captando
Mesmo que não haja necessidade de captar no momento, é importante manter esse relacionamento e entender quais fundos você gostaria de levantar capital agora para ter poder de barganha, com melhores termos. Esse processo permite um ciclo curto, com o recebimento de um term sheet rápido e gerando FOMO em outros investidores. É importante aproveitar esse momento porque a probabilidade de que fundos mantenham tanto interesse no seu negócio no médio prazo é baixa.
Secundária
Na visão do mentor Anderson Thees:
A secundária não é uma boa alternativa para resolver a questão de aumento de renda da pessoa empreendedora. Quem investe não quer a pessoa empreendedora preocupada com suas contas pessoais, então não é uma conversa difícil. Há vários caminhos para negociar: aumento de salários (com base em pesquisas de mercado) e bônus são opções, por exemplo. Como a pessoa investidora não quer que você venda suas ações no mercado, é possível balizar e negociar esse aumento de renda. Conforme sua renda aumenta, quem investe vai entender que você precisa de uma maior remuneração.
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