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*Por Pedro Naroga
O avanço da Inteligência Artificial (IA) não para, e um exemplo disso é o recente lançamento do Operator, o novo serviço da OpenAI que permite a agentes autônomos executarem tarefas diretamente no navegador, interagindo com páginas da web como humanos.
Disponível para usuários do plano Pro nos EUA, o Operator sinaliza um primeiro passo para uma mudança de uma ferramenta passiva para um participante ativo no ecossistema digital. Contudo, soluções semelhantes já estavam sendo desenvolvidas por outros players no mercado, como o “Computer Use”, da Anthropic. A tecnologia do Claude permite que desenvolvedores criem funcionalidades bastante próximas ao Operator, permitindo a interação com navegadores e sistemas operacionais, e já está disponível para todos os usuários, sem restrição a planos pagos.
Mas o que isso significa para empresas e consumidores? E como o mercado brasileiro se posiciona diante dessa revolução?
O primeiro passo para a era dos agentes inteligentes
O Operator, desenvolvido pela OpenAI, utiliza um novo modelo chamado Computer-Using Agent (CUA). A tecnologia permite que o agente interaja com interfaces gráficas de usuários (GUIs) como um humano faria, navegando, clicando, preenchendo formulários e até mesmo personalizando fluxos de trabalho em diferentes plataformas. De acordo com a OpenAI, o Operator tem o potencial de transformar tarefas repetitivas em experiências mais eficientes e acessíveis.
Além da OpenAI e da Anthropic, outros concorrentes também investem em agentes autônomos. O Skyvern, por exemplo, aplica uma abordagem semelhante ao Operator, mas em código aberto (Open Source) e também combina visão computacional e lógica avançada para alcançar objetivos. Embora essas tecnologias ainda sejam suscetíveis a erros em tarefas amplas ou complexas, a expectativa é de amadurecimento acelerado até o final do ano.
O impacto no Brasil e o futuro dos agentes de IA
O lançamento dos agentes autônomos reforça uma tendência inevitável no setor de tecnologia. A IA está mudando o futuro do trabalho, e os agentes autônomos são parte dessa transformação. Estamos falando de inovações que podem, de fato, criar novas possibilidades para empresas e trabalhadores. Na Crawly, já estamos desenvolvendo soluções nessa direção porque acreditamos que essa é a próxima grande mudança de mercado.
Os agentes de IA autônomos têm o poder de redefinir a forma como lidamos com processos internos nas empresas. Já estamos trabalhando para criar equipes virtuais que realizam coleta de dados, análise e até ações automatizadas em nome de nossos clientes. Isso significa escalar negócios com menos burocracia, maior eficiência e menores custos.
Há uma convergência global em termos de desenvolvimento de IA. O Operator é mais um exemplo do que a Crawly observa como um desejo de termos agentes que possam lidar com tarefas complexas e se adaptar a diferentes demandas de mercado.
Agentes de IA produzidos em grandes modelos de linguagem – os LLM ‘s – podem agregar “ferramentas” aos seus comandos há algum tempo com o recurso conhecido como ‘tool calls’. Para isso, é preciso que humanos incorporem de modo manual as ferramentas aos agentes.
O diferencial agora é que tecnologias como o Operator estão abrindo caminho para que essas ferramentas possam ser usadas de forma ágil, sem a necessidade de configurações manuais complexas. O Operator é um início de uma tendência que é permitir o uso de ‘ferramentas’ de modo ‘genérico’, sem requisitar o uso de configuração e implementação para incorporá-las aos agentes, mas ainda assim, a solução é limitada e requer supervisão humana constante.
IA generativa e o impacto no dia a dia das empresas
Um dos pilares dessa transformação é o papel da IA generativa, que tem acelerado a produtividade em diversos setores. E isso já é uma realidade na Crawly. Hoje, cerca de 40% do nosso código é gerado por IA, o que torna nossa equipe muito mais produtiva. Ainda assim, é importante lembrar que todo o trabalho passa por revisão humana.
Além da produtividade, a IA generativa também abre espaço para novas possibilidades em marketing, vendas e operações. Parte da especialidade da Crawly é desenvolver essas ferramentas e incorporá-las aos agentes.
Os desafios e oportunidades do futuro
Embora o Operator seja uma das primeiras soluções de agentes autônomos amplamente divulgadas, a tecnologia ainda está em fase inicial, com limitações relacionadas a como lidar com interfaces complexas ou certas transações sensíveis, além de ser limitada a planos mais caros da plataforma.
Esse fato abre espaço para iniciativas de código aberto, modelos de desenvolvimento de software que permitem que qualquer pessoa possa usar, alterar, examinar e redistribuir o código-fonte. Entre eles a Crawly destaca o Qwen2.5-VL da Alibaba, que abalou o mercado recentemente ao lançar um agente “computer use” próprio, disponível para construção colaborativa.
Estamos nos preparando para um mundo onde processos serão automatizados e a inovação será a chave para novos modelos de negócios.
*Pedro Naroga é cofundador, CTO e Head of AI Development da Crawly, empresa referência em coleta de dados e soluções em inteligência artificial. Com quase 20 anos de experiência no desenvolvimento de software, Naroga se especializou em Deep Learning pela Universidade de Stanford e em Data Science pela Johns Hopkins. Autodidata e inovador, lidera a criação de agentes autônomos de IA.
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