Na última semana aconteceu uma edição especial do Startupi Innovation Tour, um dos maiores eventos de imersão no ecossistema de inovação do País. Dessa vez, recebemos um grupo fechado da CDL Jovem da cidade de Muriaé, em Minas Gerais.

Com o apoio do Sebrae, a Confederação Nacional de Dirigentes e Lojistas visitou, durante dois dias, as sedes de algumas das maiores empresas de tecnologia e startups sediadas na cidade de São Paulo. O Tour visitou a unidade Berrini do Co.W. Coworking Spaces, Movile, Supermercado Now, In Loco, Mercado Livre, Linx e CUBO, além de assistirem a apresentações especiais do Carrefour e Zaitt.

No vídeo abaixo, Érika Becari, do Sebrae, fala sobre o objetivo do grupo com a imersão. 

Uma das primeiras apresentações do dia foi realizada por Geraldo Santos, diretor-geral do STARTUPI. Ele abordou alguns pontos sobre o ecossistema de inovação no Brasil, além de falar sobre o cenário de investimento atualmente.

Geraldo Santos, diretor-geral do Startupi, fala sobre o mercado de inovação e investimentos no Brasil atualmente.

“Os grupos de investidores estão mais organizados que cinco anos atrás. Antes, por exemplo, era difícil conseguir um investidor-anjo para aportar R$300 mil. Hoje, é muito mais fácil juntar 10 investidores para aportarem, juntos, R$3 milhões”, explica. Para ele, o momento é propício para que os negócios, de qualquer segmento, apostem em inovação. “É preciso se reinventar e trazer soluções que impactem o usuário final, porque o mercado está pedindo isso hoje”, afirma.

Inovação

André Tomasi, head de Growth Marketing da Zaitt, bateu um papo com o grupo do Tour e falou sobre inovação no varejo. A startup capixaba é responsável pela implementação, em São Paulo, do primeiro supermercado 100% autônomo da América Latina. “A Zaitt começou, no Espírito Santo, como um delivery de bebidas 24 horas”, conta.

André, da Zaitt, fala sobre tecnologia, inovação e trajetória da startup capixaba.

Uma das tecnologias da startup permite que, na loja 100% autônoma, os clientes possam escanear os produtos das prateleiras e serem automaticamente cobrados do cartão de crédito, já evoluiu. “Agora, estamos com o modelo que chamamos de Just Go. Não precisamos mais do QR Code. Nós conseguimos identificar quais produtos o cliente pegou da prateleira e, com a tecnologia de reconhecimento facial, conseguimos reconhecer qual é o cliente consumindo aquele produto”, explica. Até o fim do ano, a empresa espera abrir mais 18 lojas.

Varejo

A seguir, foi a vez de Daniel Andrade, gerente de Pagamentos Digitais e Inovação do Carrefour. A companhia é parceira da Zaitt na loja autônoma de São Paulo. Além disso, a rede francesa está investindo fortemente no digital, que acredita ser o futuro do varejo.

“Em São Paulo, temos 19 drive-thrus. Em média, 40% das entregas das compras realizadas pelo site do Carrefour são efetuadas por lá”, explica. Nesta opção para os clientes, chamada de Click & Collect, o tempo médio de espera para a busca das compras é de três minutos. Com ajuda da tecnologia, a companhia conseguiu, ao mesmo tempo, diminuir o tempo em que o cliente fica na loja e aumentar o ticket médio de compra.

Daniel, do Carrefour, fala sobre a transformação tecnológica pela qual a companhia passou.

Além da parceria com a Zaitt, o Carrefour também tem um microapp dentro da Rappi. Em janeiro, a parceria começou com uma loja Carrefour, hoje já são 32. “Mais de 40% dos clientes que compram no Carrefour pela Rappi e dão o CPF, não eram nossos clientes antes. Outra grande parte são clientes que migraram para o online e o ticket médio deles é maior agora”, completa.

Cultura

Uma das primeiras visitas do Startupi Innovation Tour com o grupo da CDL Jovem foi a sede da Movile. Lá, Matheus Fonseca, do time de Employer Branding, falou sobre a ascensão exponencial da companhia e o papel da cultura da empresa neste crescimento. “A Movile não é uma empresa de tecnologia, é um ecossistema, cujo objetivo é melhorar a vida de 1 bilhão de pessoas. Hoje, já são 350 milhões de pessoas todos os meses impactadas por nossas empresas”, conta.

Os números das marcas Movile impressionam. A quantidade de pedidos realizadas pela plataforma iFood, por exemplo, já é equivalente à quantidade de pedidos em uma Black Friday em alguns e-commerces. “Nós precisamos uma estrutura muito sólida para dar conta disso”, diz Matheus. A Sympla, maior plataforma de gestão de eventos e venda de ingressos do Brasil, hoje conta com mais de 22 mil eventos simultâneos. A PlayKids também tem números expressivos, com mais de 5 milhões de usuários ativos mensalmente.

A Wavy, uma das mais novas marcas da Movile, responsável pela área de conteúdo móvel e mensageria do grupo, envia mais de 1 bilhão de mensagens mensalmente. Já a Zoop, fintech da Movile, cresceu 45 vezes em um ano, e oferece mais de 20 serviços financeiros aos clientes. Uma das soluções criadas é o Movile Pay. Criado em outubro do ano passado, já estava disponível em mais de 10 mil restaurantes credenciados em menos de três meses de operação.

“Tudo isso é fruto da nossa cultura. Aqui, temos que ser rápidos, testar, ver se dá certo e colocar no ar. O Movile Pay, por exemplo, foi fruto de umas duas semanas de conversa”, explica. Já o app PlayKids, sucesso no mundo todo, foi o resultado de 40 testes. “Nossa cultura é baseada em seis valores, que batizamos de Gente FIRME: Gente, Foco no cliente, Inovação, Resultados, Meritocracia e Ética”, completa.

Delivery

Para falar sobre o mercado de delivery, o Tour visitou o Supermercado Now. A empresa já está em seu 4º escritório, hoje com 47 colaboradores. “Nós crescemos ao menos 20% ao mês desde que começamos”, conta Marco Zolet, fundador e CEO da startup, que recebeu o grupo.

“Como temos o DNA do varejo, todo mundo que começa a trabalhar com a gente tem um dia de shopper (profissional que realiza e entrega as compras aos clientes). A nossa proposta é trazer um público maior e aumentar as vendas do supermercado”, diz. Ele afirma que hoje, apenas 0,5% das compras em supermercados são realizadas online, enquanto no varejo, como um todo, este número chega a 10%, o que mostra o tamanho potencial deste segmento.

A plataforma da startup é full commerce, ou seja, o Supermercado Now é responsável pelo site do cliente, logística, meio de pagamentos e pós-venda. “Já chegamos a 14 mil reais em um ticket único”, conta. “A gente não acredita que a loja física vai acabar, a gente é parceiro dela. A gente só quer entregar mais conveniência ao cliente e dar ao lojista o melhor do mundo online. Através da tecnologia, ajudamos a entregar um nível de serviço muito superior à experiência exclusivamente offline”, completa.

Tecnologia

A In Loco é um dos grandes cases de startups sediadas em São Paulo. Quem recebeu o grupo do Startupi foi Gruilherme Mota, customer success da startup, que contou sobre trajetória, tecnologia e modelo de negócio. “A In Loco é uma empresa do mundo físico. O que o Google é para a web a gente tenta replicar no offline”, conta.

A empresa nasceu em Recife, como um projeto de faculdade, e hoje já são 180 funcionários entre a sede pernambucana, São Paulo e Rio de Janeiro. Para falar sobre a história da startup, precisamos voltar algumas décadas e falar sobre Mark Weiser, considerado o pai da computação ubíqua, termo que descreve a onipresença da informática no cotidiano das pessoas. O objetivo da In Loco, assim como descrito por Mark Weiser, é fazer com que a tecnologia esteja tão intrínseca na vida das pessoas que elas mal percebem.

A empresa desenvolveu uma tecnologia única no mundo, que fornece inteligência a partir de dados de localização. As soluções da In Loco permitem que empresas entreguem soluções mais assertivas e otimizadas, com muito mais precisão, além de garantir o anonimato dos consumidores.

Como funciona: de um lado, aplicativos se unem à tecnologia da In Loco para monetizarem e oferecerem publicidade. Do outro, o anunciante paga para a In Loco por visita à loja física, a partir do público impactado pelo app. Como a In Loco sabe, com precisão, o comportamento de cada usuário, ela impacta apenas o público-chave para aquele anúncio.

Confira aqui um pouco da história da In Loco, desde a ideia até os dias de hoje:

Marketplace

O segundo dia de Tour iniciou dentro da sede do Mercado Livre. A companhia conta hoje, no mundo, com mais de 7 mil funcionários. Destes, mais de 2 mil estão na Melicidade, espaço de 17 mil m² em São Paulo. “Este lugar era um galpão de logística que demorou um ano para ser reformado, com um investimento de R$110 milhões. O espaço físico é alugado, o Mercado Livre não possui nenhum ativo”, conta Henrique Leal Teixeira, da área de desenvolvimento corporativo da companhia.

Com um espaço aberto, onde todos os departamentos conversam, Henrique conta que a comunicação entre todas as células da empresa é mais fluida. “Há poucas barreiras hierárquicas no Mercado Livre, e isso ajuda muito para que a inovação aconteça.”

A companhia foi fundada em 1999 na Argentina, dentro de um projeto de Stanford. Em 2000, graças a um dos cofundadores, o brasileiro Stelleo Tolda, a plataforma já estava no Brasil. Com o IPO realizado na Bolsa de Valores de Nova York, o Mercado Livre vale hoje R$120 bilhões na Nasdaq. Está também presente em 19 países e é o marketplace líder em quase todos os países da América Latina.

São 70 milhões de usuários únicos mensais. Entrega de 30 mil pacotes por dia de fullfillment, o que representa 1% das vendas da empresa”, conta. Pelo Mercado Envios, a solução fullfillment permite que o vendedor se preocupe exclusivamente com a venda do produto, deixando as demandas de separação, embalagem, coleta, transporte, rastreamento e pós-venda com o Mercado Envios. Isso dá às vendas mais agilidade, rapidez na entrega, reduz o custo de frete e garante a qualidade da mercadoria ao chegar ao consumidor final.

Aqui, Henrique fala sobre o MELI Fund, fundo de investimentos da companhia, e sobre o evento MELI Experience, que acontece no próximo mês:

O evento MELI Experience 2019, que recebe o MELI Pitch, acontece dia 29 de agosto, no São Paulo Expo. Para detalhes, acesse a Agenda de Eventos Startupi.

Gestão

Uma das últimas visitas do Startupi Innovation Tour foi na Linx, uma das maiores empresas de softwares de gestão para o varejo da América Latina. Por ter como clientes alguns dos maiores varejistas do país, passam pelas soluções da Linx cerca de 40% das transações brasileiras deste segmento,. Ela espera faturar em 2019, por volta de R$1 bilhão.

“Não somos especialistas só de software, mas de mercado. A gente entende a demanda do cliente para entender a inovação que ele precisa entregar. Hoje somos 3.300 colaboradores e 50 mil clientes. Estamos em 20 escritórios no mundo, em 5 países diferentes: Chile, México, Argentina, EUA e Brasil”, conta Roberto Ameriot, Sales Director Hunting da companhia.

No último mês, a Linx abriu suas ações na Bolsa de Valores de Nova York, se tornando a primeira empresa brasileira de software a abrir IPO. Hoje, suas ações valem cerca de R$5 bilhões.

“Nossa missão é tornar o varejo mais competitivo, sustentável e rentável através da tecnologia. No final do dia, o que a gente faz é entregar uma melhor experiência para o consumidor final. A visão da empresa é ser a escolha natural em software e serviços para varejo. Para chegar a esse objetivo, do que precisamos? De produtos que os clientes amam, um pós-venda encantador, altíssima especialização e, por fim, cases indiscutíveis, para que a experiência dos nossos clientes possa falar por nós”, diz Roberto.

Ecossistema

O Startupi Innovation Tour com o grupo da CDL Jovem de Muriaé terminou no CUBO. Laura Oliveira, do time do CUBO, recebeu o grupo e apresentou o espaço aos presentes. “Há alguns anos, o Itaú percebeu como o mercado estava se movimentando rapidamente por conta das startups, das inovações rápidas que elas apresentavam ao mercado, e foi descobrir como aprender com isso. Como fazer com que grandes empresas entrem neste novo mercado de forma natural e orgânica? O CUBO nasceu para isso. Ele é um grande hub de inovação e colaboração”, conta.

No espaço são atualmente 127 startups residentes, preenchendo 95% da capacidade do local, e 1300 pessoas trabalhando ali diariamente, além dos eventos que acontecem no CUBO também todos os dias.

Marcos Medeiros, community manager da Associação Brasileira de Startups, acompanhou o Tour e apresentou a ABStartups aos participantes do Tour. “As frentes em que a Associação atua hoje, para as startups, são: acesso a produto, mercado, investimento e educação. Como associação, conectamos startups de maneira nacional. O meu papel é olhar para cidades que estão fora dos principais centros de inovação e ajudar a colocá-las como foco. Para isso, realizamos eventos gratuitos para levar conexão por todo o Brasil”, conta.

Neste ano, acontece a 6ª edição do CASE – Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo, realizada pela ABStartups. Anualmente, são milhares de participantes de todo o mundo que se encontram em São Paulo para conhecer o ecossistema brasileiro de startups e debater o futuro de diversos mercados impactados pela tecnologia.

O STARTUPI, em parceria com a Associação, realizará o Plus Day, evento que antecede a Conferência e leva os participantes para uma imersão no ecossistema de inovação da cidade. Para saber como foi a última edição, acesse aqui.

Henrique Lourenço, presidente da CDL Jovem, fala sobre a experiência de imersão realizada pelo STARTUPI:

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