A SES finalizou a aquisição da Intelsat, formando uma nova força no setor de comunicações espaciais. Com a união, a operadora passa a contar com uma rede integrada de 120 satélites distribuídos entre órbitas geoestacionária (GEO) e média (MEO), além de acesso estratégico a constelações de órbita baixa (LEO). A operação marca um movimento de consolidação que reposiciona a companhia como fornecedora global de soluções multi-órbita para clientes públicos e privados.

A estrutura combinada reúne aproximadamente 90 satélites GEO e cerca de 30 MEO, além de infraestrutura terrestre e bandas de espectro complementares, como C, Ku, Ka, Military Ka, banda X e UHF. A estratégia visa ampliar a cobertura e a capacidade de personalização de serviços em setores com demanda crescente, como defesa, aviação, navegação e mídia.

O CEO da SES, Adel Al-Saleh, afirmou que a integração representa mais do que a união de ativos. “Estamos criando uma organização preparada para o futuro, com pessoas qualificadas, recursos técnicos, presença internacional e soluções sob medida”, declarou. Segundo ele, a empresa agora reúne condições para oferecer serviços de conectividade e aplicações espaciais com mais eficiência.

A nova configuração também fortalece a posição competitiva da SES em mercados de alto crescimento. Cerca de 60% da receita combinada vem de segmentos considerados estratégicos, o que deve acelerar o desempenho da companhia nos próximos anos. Com a unificação das operações, a empresa amplia sua capacidade de atender com maior agilidade às exigências dos clientes por conectividade confiável em diferentes ambientes.

Do ponto de vista financeiro, a companhia projeta receita anual de € 3,7 bilhões com taxa de crescimento entre baixa e média, no acumulado até 2028. O EBITDA ajustado combinado estimado é de € 1,8 bilhão, também com expectativa de crescimento gradual. A empresa prevê geração de mais de € 1 bilhão em fluxo de caixa livre ajustado até 2028, antes do impacto do programa europeu IRIS².

A carteira de contratos da empresa após a fusão supera € 8 bilhões, o que garante maior previsibilidade nas receitas futuras. Esse perfil financeiro mais estável abre espaço para planejamento de longo prazo e continuidade dos investimentos. A SES manterá aportes anuais médios entre € 600 milhões e € 650 milhões no período de 2025 a 2028, com foco em expansão de rede e desenvolvimento de soluções.

A aquisição da Intelsat, tradicional concorrente no setor, representa uma mudança relevante no cenário global de comunicações via satélite. O mercado passa a contar com uma operadora que combina escala, diversidade orbital e presença internacional, criando condições para disputar contratos em ambientes complexos e de alta exigência tecnológica.

A SES reforça que a nova estrutura permitirá explorar oportunidades em setores como segurança nacional, conectividade em áreas remotas, transmissão de dados em tempo real e projetos espaciais de governos. Com presença ampliada e sinergias operacionais, a empresa acredita estar posicionada para capturar demanda por soluções mais robustas e flexíveis.

A transação encerra um processo de integração iniciado com negociações entre as companhias ainda em 2024. A conclusão do acordo marca o início de uma nova fase para o setor espacial, em que a combinação de múltiplas órbitas e tecnologias passa a ser diferencial estratégico.


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