
Moradores das regiões Norte e Nordeste estão entre os mais dispostos a usar serviços oferecidos por startups financeiras, as chamadas fintechs.
De acordo com uma nova pesquisa realizada pelo Google e divulgada durante o evento Fintech@Google, 22% dos entrevistados no Nordeste afirmam que estariam dispostos a trocar instituições financeiras tradicionais por startups.
Depois do Nordeste, a região Norte é a que apresenta maior oportunidade para as fintechs, com 21% dos entrevistados inclinados a testar os serviços.
No Sudeste, Centro-Oeste e Sul, a participação de pessoas com interesse nas startups de serviços financeiros é de 16%, 15% e 10%, respectivamente. No Brasil, em média, 16,5% dos entrevistados disseram que usariam serviços oferecidos por fintechs e 40% afirmaram que não sabiam se o fariam.
“Além da oportunidade nas regiões, o estudo também apontou que os jovens são mais propensos a mudar para uma startup”, explica Fernanda Doria, gerente de Google Customer Solutions no Brasil. “Mais de 25% dos entrevistados com idade entre 18 e 24 anos afirmaram que usariam os serviços de uma fintech. O número cai para 15% entre aqueles com idade acima de 25 anos.”
O estudo também buscou entender o porquê dos outros 40% dos entrevistados não estarem dispostos a usar serviços de fintechs.
Entre os principais motivos estão a satisfação com o serviço bancário tradicional (40,3%), falta de conhecimento sobre as empresas (18,7%) e a falta de entendimento sobre como os serviços funcionam (22,4%). Além disso, a falta de confiança nas startups (14,8%) e a oferta de produtos menos atrativos que os atuais (3,4%) completam a lista.
As entrevistas foram feitas por meio de uma Google Survey, ferramenta de pesquisa online, no mês de outubro de 2019, com 500 pessoas de todas as regiões do Brasil com idade superior a 18 anos e que são usuários de algum serviço financeiro.
Nível de satisfação
Além de determinar onde há potencial para as fintechs, a pesquisa também buscou entender o grau de satisfação do brasileiro com as instituições financeiras.
Clientes de instituições financeiras tradicionais, como bancos, apresentaram um índice de satisfação menor do que aqueles atendidos por startups: no caso dos primeiros, 55% estão satisfeitos, enquanto no caso das fintechs, a satisfação chega a 78%.
Tanto no caso de bancos, como de startups, o índice de satisfação registrado na pesquisa é superior ao do ano passado, quando a pesquisa do Google mostrou que 42% dos entrevistados afirmaram estar contentes com os bancos tradicionais, enquanto 71% declararam estarem satisfeitos com as fintechs.
Outra descoberta do estudo é que, apesar de boa parte dos entrevistados indicar insatisfação com os bancos, o grau de confiança neles é alto: dos mais de 60% dos internautas que responderam que utilizam mais de uma instituição financeira, 41% são clientes de bancos tradicionais, 18,3% são clientes de startups e 40% se mantêm clientes dos bancos tradicionais ao mesmo tempo em que usam serviços de fintechs.
A indicação de amigos ainda é o principal fator que influencia a contratação de um serviço financeiro, seguida pelos meios digitais, incluindo sites especializados (31%), busca do Google (28%), vídeos na internet (19%), opinião de influenciadores (18%) e redes sociais (15%).
“Em um cenário com cada vez mais opções de instituições financeiras e novos produtos, a Busca do Google tem um papel fundamental na jornada do consumidor”, diz Fernanda. “Ao pesquisar na web, o consumidor pode fazer comparações entre fintechs e bancos para achar a melhor opção.”
Confira outros insights relevantes apresentados no evento Fintech@Google:
- As categorias relacionadas a finanças que tiveram maior crescimento de buscas nos últimos 12 meses incluem Investimentos (85%) e Conta Corrente (41%) (dados internos do Google);
- O interesse pelas questões “Qual é a melhor maquininha de cartão?”, “Qual é o melhor banco digital” e “Qual é o melhor fundo de investimento” tiveram crescimento no Google de 84%, 285% e 84%, respectivamente, em 2018 (dados internos do Google);
- A busca por “Como abrir conta pelo celular” no Google teve aumento de 76% entre 2015 e 2017 (dados internos do Google);
- Os apps se consolidam como grande alavanca para digitalização entre bancos e, principalmente, fintechs. São mais de 100 milhões de usuário ativos em apps de serviços financeiros (App Annie);
- Em 2015, o mercado possuía apenas 54 fintechs e, em 2019, o número alcançou 529 empresas em diversos setores, de cartão de crédito a adquirentes (Radar FintechLab);
- O tempo de visualização no YouTube dos principais canais de educação financeira cresceu mais de 110% no último ano.
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