Promovido pelo Sebrae, evento online reuniu lideranças de instituições de tecnologia e fomento à pesquisa
Apoiar pesquisas acadêmicas com potencial de gerar negócios inovadores para alavancar o desenvolvimento do país, inserir os pesquisadores na jornada empreendedora e aproximá-los do mercado, essa é a proposta do Catalisa ICT, uma inciativa articulada pelo Sebrae, tema de uma live realizada nessa quarta-feira (4). O bate-papo foi mediado pelo gerente de Inovação do Sebrae, Paulo Renato, e contou com a participação de Guilherme Calheiros, superintendente executivo da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec); Odir Dellagostin, presidente do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap); Shirley Coutinho, presidente do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (Fortec); Evaldo Vilela, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq); e Jorge Pacheco, Fundador e CEO do STATE.
Shirley Coutinho, presidente do Fortec, destacou a importância da iniciativa. “Quando o Fortec foi instituído, em 2006, tínhamos a noção de que era preciso traçar um canal para levar o conhecimento e a tecnologia gerados na universidade para o mercado. Hoje agradeço ao convite do Sebrae, não apenas para integrar essa live, mas também para participar do Catalisa desde o início, iniciativa com a qual pretendemos colaborar ativamente. É importante que os alunos, em suas dissertações, desenvolvam temas, produtos ou processos que respondam às demandas da sociedade. Temos certeza de que fazemos parte do círculo virtuoso de inovação e estamos muito felizes por participar do Catalisa”.
O presidente do CNPq ressaltou que para o Brasil crescer é fundamental aproximar o conhecimento científico e o universo empresarial. “O estreitamento entre o mercado e a pesquisa tem melhorado, mas ainda é pouco para fazermos o que o país precisa, que é o empreendedorismo tecnológico. A universidade sempre podou a capacidade de empreender dos alunos, porém, diante do cenário atual, é necessário transformar o estudo acadêmico em inovação para o país crescer. Temos que treinar os nossos mestrandos e doutorandos para que, além de lecionar, tenham interesse em empreender o conhecimento e por isso o Catalisa é uma iniciativa tão importante”, comentou Vilela.
Para Guilherme Calheiros, os ideais do Catalisa estão de acordo com o propósito da inovação. “Os ecossistemas de inovação existem justamente para desenvolver a conexão efetiva entre quem trabalha com a produção do conhecimento e quem está na ponta, nas empresas, em busca de soluções e para resolver problemas da sociedade e das cadeias produtivas. O Catalisa contempla todas as etapas da jornada empreendedora, desde a pesquisa inicial até a transformação do pesquisador, e será um instrumento para fortalecer o pesquisador-inovador que deseja criar produtos e serviços a partir do seu conhecimento”, destacou o superintendente executivo Anprotec.
Jorge Pacheco, CEO do STATE, enfatizou que é importante que o jovem cientista tenha iniciativa e saiba que ele pode empreender. “A maioria dos pesquisadores almeja a carreira docente, muitas vezes por falta de oportunidade no mercado. Precisamos aproveitar todo potencial do conhecimento para oferecer novos produtos e/ou serviços que agreguem valor à sociedade e atendam às necessidades da população. Aos cientistas em processo de formação, eu destaco que é importante que entendam o caminho para o empreendedorismo e iniciem a jornada. É fundamental que façam conexões com outros empreendedores, peçam ajuda e mentoria nas suas universidades, tenham iniciativa e aproveite todo potencial da pesquisa”.
Odir Dellagostin concluiu com recomendações aos alunos da pós-graduação que querem empreender. “Como orientador universitário, afirmo que para nós não é fácil estimular o aluno fazer algo que não fizemos e que foge do nosso domínio, mas precisamos fazer isso. Pesquisadores, procurem ser diferentes dos seus orientadores. Em geral, eles preparam o orientando da forma como foram treinados e muitas vezes o pós-graduando acaba reproduzindo muito do que o orientador faz. Precisamos de algo mais. Se conseguirmos estimular 5% desses pesquisadores a empreenderem, teremos um número bastante expressivo de empresas inovadoras que contribuirão de forma significativa com a economia do país”, finalizou o presidente da Confap.
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