Nesse bate-papo durante o Scale-Up Summit 2018 com Luiz Sérgio Vieira, CEO da EY no Brasil, Rubens Menin conta os caminhos que o fizeram criar a maior empresa do seu setor.

Rubens Menin deu início à sua história a partir de um pequeno terreno na Rua dos Maçaricos, endereço da zona norte de Belo Horizonte. Rubens fundou a MRV com uma missão clara, que jamais se alterou: erguer unidades habitacionais para famílias de classe média-baixa.

Mas os obstáculos foram vários, ele explica: “Começamos a MRV em 1979 e o PIB caiu 4,5% naquele ano. Respiramos um pouquinho, e depois caímos ainda mais. Era igual caranguejo: um passo pra frente, um pra trás. Fomos vivendo de crise em crise”.

A partir de 94, com a criação do Plano Real, as coisas começam a mudar. “Hoje a gente pode errar, mas pelo menos sabe que está errando”.

Atualmente, um entre cada 200 brasileiros vive num imóvel construído pela MRV. São 24 mil funcionários que executam a missão da empresa em mais de 150 cidades, em 22 estados brasileiros, além do Distrito Federal.

Em 2018, Rubens foi eleito Empreendedor do Ano Global (World Entrepreneur Of The Year), entre candidatos de mais de 50 países. Foi a primeira vez que um empreendedor da América do Sul vence o prêmio, criado em 1986 pela EY.

Nem fechar a mão, nem arriscar demais

A maioria das empresas morrem por falta de capacidade financeira, não porque o produto ou serviço é ruim. Mas isso cria um antagonismo curioso: para Rubens, se o empreendedor não fosse maluco, e sim conservador no planejamento financeiro, ele fecharia as portas.

“O empreendedor tem que saber que horas ele vai virar a chave, quando vai ser mais agressivo ou mais conservador. E esse ‘quando’ é difícil.”

Por isso, ele pode e deve correr um risco no início, mas disciplina financeira é fundamental, principalmente depois que atinge um certo porte.

Colaboração para inovar

“Precisamos estar conscientes de que a inteligência é maior fora da empresa que dentro dela” — Rubens defende que companhias precisam estar abertas para novas tecnologias e meios de alcançá-la em cooperação com outras empresas.

Por muitos anos, eles se mantiveram verticalizados, criando tudo internamente. Hoje, no programa de corporate venture, há mais de 80 startups que trabalham com a MRV, que, ele afirma, agregam muito valor.

“Se a gente chegou onde chegou, era porque era de ponta nisso”, conta Rubens. “Nosso processo é um dos mais competitivos do mundo, mas se a gente ficar parado, daqui a 5 anos ele não será mais… empresas estão morrendo porque estão ficando obsoletas.”

“Propósito é uma palavra mágica”

Casa própria é um problema no mundo todo, sejam países ricos ou em desenvolvimento. Por isso, o propósito da MRV sempre foi muito forte e claro, o que atrai boas pessoas para o time.

“Gente é a diferença entre ganhar e perder o jogo. Você pode ter uma bela tecnologia, uma boa estrutura financeira, mas se não tiver capital humano, não vai ganhar a guerra”, diz Rubens, que tem satisfação em ver que as pessoas também se conectam melhor quando há uma causa por trás:

“Uma pessoa nova, hoje, não quer ir para uma empresa apenas um bom salário ou uma boa chance de crescer; antes de qualquer coisa ela vai olhar para o propósito.” Um dos resultados disso é o baixo turnover da MRV — também impactado pela preocupação em dar os incentivos certos, com base meritocrática — “mas se não tiver propósito, o pessoal não fica.”

O post Rubens Menin: Sonho do fundador, essência do negócio aparece em Endeavor.

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