Desde que estrearam no Brasil, a partir de 2012, os aplicativos de mobilidade urbana mudaram a forma como as pessoas se deslocam, principalmente em grandes capitais. Junto com os prós, como a comodidade, vieram também os contras: inúmeras denúncias de violência contra a comunidade LGBT+ durante as corridas.

Estes crimes não são exclusividade dos aplicativos de corridas, uma vez que o Brasil é o país mais perigoso do mundo para esta comunidade, de acordo com a ILGA – Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais. Apenas em 2017, o GGB – Grupo Gay da Bahia -, instituição que mapeia crimes de ódio contra LGBTs há décadas, apontou que foram assassinadas 445 pessoas no Brasil vítimas de crimes de ódio.

Uma das formas de fazer com que esta parcela da população se sinta mais segura é através da tecnologia. Em janeiro de 2018, Thiago Guirado Vilas Boas e Gerson Costa Almeida começaram a desenvolver a startup Homo Driver, aplicativo mineiro que conecta motoristas e passageiros LGBT+, oferecendo a eles uma rede segura durante a prestação do serviço. 

As operações da empresa começaram em Dezembro de 2018 em Belo Horizonte, e, de acordo com Thiago, em menos de dois meses já são 1.000 motoristas aprovados na plataforma, e mais de 2.000 corridas realizadas com sucesso. Hoje, as corridas são realizadas na capital mineira e região metropolitana, como Contagem e Betim. “Nosso projeto de expansão para 2019 tem objetivo de alcançar as principais cidades dos estados brasileiros, colocando Rio de Janeiro e São Paulo como prioridade”, afirma o fundador.

Como funciona

De acordo com Thiago, a seleção dos usuários motoristas e passageiros se dá de forma natural, criando-se o interesse nas pessoas LGBT+ a utilizar a plataforma. “Podendo também, alcançar pessoas heterossexuais que são simpatizantes da identidade de gênero existente e que respeitem estas escolhas como liberdade. Exemplo disso são as muitas solicitações que temos recebido de mulheres heterossexuais, para utilizar nosso aplicativo, pois alegam sentirem-se mais seguras, pois são assediadas nos apps que estão no mercado”, afirma.

Para a segurança dos motoristas e usuários, são avaliados todos os dados, documentos e informações pela equipe da startup, que treina os motoristas para conhecerem e entenderem a política de privacidade da startup, com o objetivo de oferecer um serviço com excelência aos passageiros. “Nossa proposta é para o passageiro e motorista LGBT+ sentir-se mais seguro e a vontade durante as corridas.

Além do treinamento para que os motoristas cadastrados entendam sobre cultura organizacional e simulações de cenários de corridas, é também realizado um acompanhamento durante toda a parceria do profissional com a plataforma que, em conjunto com a avaliação de cada corrida, torna o processo de monitoramento rigoroso, acarretando na exclusão de qualquer usuário ou motorista que aja de forma discriminatória ou homofóbica.

“Acreditamos que quando se cria algo que preste um serviço personalizado a um público específico, com mais segurança, onde o usuário encontra maior empatia e liberdade ao fazer uso do aplicativo, reduzimos muito os riscos de rejeição. A Homo Driver veio também par dar oportunidade para classes que são excluídas do mercado de trabalho, pelo preconceito existente na sociedade. Dificuldades estas, enfrentadas principalmente pelos transgêneros, transexuais e travestis”, diz Thiago. “Entendemos que nossos objetivos quanto empresa em oferecer mais segurança e liberdade, e menos preconceito e discriminação seja uma ajuda a combater a segregação que já existe pela sociedade para com a comunidade LGBT+.”

Os aplicativos Homo Driver e Homo Driver Motorista estão disponíveis para download para aparelhos Android, e em breve também será possível baixá-los em iOS. Após completo o download no smartphone, o usuário faz seu cadastro para login e ter acesso aos serviços. “Nossos preços e tarifas por viagem são mais econômicas que as praticadas no nosso mercado”, garante o fundador.

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