*Por Eduardo Fonseca

Antigamente, a maioria dos modelos de negócio eram pautados na hierarquia de poder, ou seja, uma mão de única via. Os líderes determinavam suas escolhas e aos funcionários só cabia executar as suas funções, já que não se sentiam totalmente seguros para expor suas ideias, propósitos, dores e ambições. Porém, a transformação sempre foi um processo com base em questionamento e muitas empresas entenderam que era necessário repensar certas tradições para ver se tais condutas ainda eram viáveis.

E é nesse cenário que o princípio de empoderamento, que teve destaque nos últimos anos, entra. Também chamado de empowerment, esse conceito implica em dar o poder para si mesmo ou para outra pessoa. Na prática, em uma empresa, isso significa envolver profissionais de todos os níveis em decisões, identificar os desafios de cada setor e aumentar produtividade dos colaboradores.

Para ficar mais claro, pense no seguinte exemplo. Quando um time de futebol é montado, quem escala os jogadores e decide as melhores táticas é o técnico. Por outro lado, são os jogadores que estão na linha de frente e sabem quais são os desafios que estão enfrentando efetivamente. Dessa maneira, não faria sentido se coubesse a eles somente ouvir e obedecer, é indispensável que eles participem ativamente das escolhas. Do mesmo jeito funciona em uma organização, ter voz é cada vez mais imprescindível.

Uma cultura empresarial que se pauta em conceder poder aos colaboradores, em primeiro lugar, contribui para uma visão ampla do que é o negócio, quais são suas maiores dores ou oportunidades. Então, esse processo de colaboração começa a caminhar para um sentimento coletivo de liderança, onde todos enxergam seu espaço e o veem como fator de motivação.

Questionar a hierarquia de poder já é um traço de inovação, mas essa amplitude de pontos de vista abre espaço para dar outros passos no caminho da transformação. Quando todos estão mais envolvidos com a organização também sentem que são partes essenciais para o crescimento dela. Uma relação de trabalho que antes se tratava apenas de fornecer e receber, muda para uma ótica participativa, com sugestão de melhorias, uso de novas tecnologias e metodologias e busca pela maior eficiência.

As empresas estão compreendendo cada dia mais que é importante empoderar os colaboradores, mas, como fazer isso na prática? Primeiro, devemos identificar qual é o propósito da sua empresa e o de cada funcionário, verificando se eles se complementam entre si. Para isso, ouvir cada um deles é essencial. Conhecendo as suas particularidades e estímulos, é possível propor ideias que sejam boas para o todo, sem deixar de pensar em cada indivíduo como uma pessoa única.

O que podemos concluir é que o empoderamento oferece muitas possibilidades para que o seu negócio prospere, mas, para isso, é fundamental que as organizações estejam abertas às mudanças que vão acontecer. Problemas que antes não se enxergava vão aparecer e é preciso reconhecê-los para inovar, já que, quem não inova em algum momento, pode se tornar obsoleto.

*Eduardo Fonseca é CMO da DIWE, primeira agência de profound marketing do país. Criada a partir da fusão das marcas WCK, pioneira em inbound marketing no Brasil, e a Next Idea, foca em digital strategy, a empresa aplica em todas as suas propostas a premissa de estar presente no dia a dia dos clientes, entender sua realidade e propor ações autênticas, passando por um intenso processo de questionamento de escopos moldados a antigos padrões de mercado.

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