* Por Ana Flávia Carrilo

No mês de junho, comemoramos o orgulho LGBTQI+. A data, celebra um episódio que aconteceu em Nova York em 1969. No dia 28 de junho, um grupo que frequentava o bar Stonewall Inn, comum por receber gays, lésbicas e trans, reagiram pela primeira vez a uma batida policial indevida, que culminou em mais de dois dias de luta.

Cinquenta anos após o acontecido, apesar de algumas conquistas, ainda vemos essa comunidade, assim como outras minorias, lutando por direitos básicos. E é por isso, que a pauta da diversidade tem que ser discutida não só no mês de visibilidade, mas diariamente, especialmente se quisermos construir um ambiente mais diverso e inclusivo para nossas startups, em todos os sentidos.

Na nossa comunidade, 40% das startups são formadas exclusivamente por homens, ainda que as mulheres representam 51,6% da população brasileira. Em uma pesquisa da Santo Caos sobre LGBTQI+ no mercado de trabalho, 41% dos entrevistados afirmaram terem sofrido discriminação por sua orientação sexual ou identidade de gênero no ambiente de trabalho e 61% dos funcionários LGBTQI+ no Brasil optam por esconder a sexualidade de colegas e gestores.

Ou seja, a diversidade está muito longe de ser a ideal nesses ambientes. E esses números ficam cada vez mais preocupantes, quando incluímos machismo, discriminação, os negros no mercado de trabalho, acessibilidade para deficientes físicos, divergência religiosa, vagas para pessoas acima dos 50 anos, mulheres negras e por aí vai.

Ao mesmo tempo e na contramão dessa realidade que vivemos, encontramos cada vez mais estudos que comprovam como um ambiente de trabalho mais diverso pode ser mais eficiente, criativo e com mais diálogo. Uma pesquisa do professor Aeron A. Dhir da Universidade de Nova York, comprovou que a diversidade nas empresas melhora o processo de tomada de decisões e traz mudanças positivas para o ambiente e a cultura.

E tenho certeza você já se deparou alguma vez com o anúncio de um produto ou um pronunciamento de uma empresa que achou de mal gosto e se perguntou: “como ninguém percebeu isso?” A resposta é simples: falta de diversidade. Não dá para sair da zona de conforto, se não for confrontado com opiniões e visões diferentes. Nesse sentido, o que você tem feito para mudar esse cenário na sua startup?

Já existem diversas iniciativas para te ajudar nessa missão e que você precisa conhecer! Vale a pena você conhecer a TODXS, startup social que desenvolve projetos de engajamento, pesquisa, educação e proteção voltados para pessoas LGBTQI+, a Camaleao.co, Startup que conecta oportunidades de emprego das empresas com a comunidade LGBTQI+ e também a MaturiJobs, plataforma que conecta empresas em busca de candidatos acima de 50 anos.


Ana Flávia Carrilo é comunicadora por essência, formada em jornalismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Acredita no acesso a informação como forma de transformação social. Atualmente, faz parte da equipe de comunicação da Associação Brasileira de Startups, ajudando no desenvolvimento do ecossistema empreendedor brasileiro.  

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