Como indivíduos, os profissionais de hoje estão cada vez mais acostumados a experiências personalizadas em seu dia a dia. De recomendações na Netflix, até a gratificação instantânea de serviços como o UberEats, e a facilidade de contornar atrasos no tráfego via Google Maps, a inteligência nos serviços criou uma experiência de usuário completamente inovadora.

No ambiente de Recursos Humanos, essa experiência personalizada também já existe em termos de tecnologia –e, agora, tem sido a vez das organizações incorporarem a experiência do funcionário como um tema estratégico de engajamento e atração de talentos.

Para se ter uma ideia dessa mudança, algumas organizações deram muitos passos à frente. Algumas empresas, por exemplo, já contam com um Chief Employee Experience Officer, para supervisionar de forma holística a interseção do espaço de trabalho físico, as ferramentas e tecnologias utilizadas pelos funcionários para serem produtivas, as maneiras pelas quais eles aprendem e desenvolvem para otimizar suas atividades.

Como a experiência de trabalho afeta o sucesso organizacional?

O impacto da experiência do empregado deve estar vinculado diretamente ao resultado do negócio. De acordo com o estudo da Gallup, State of Global Workplace, realizado em 2017, o custo global dos funcionários desengajados na organização é de US$ 7 trilhões em produtividade perdida. O problema é que, segundo esse mesmo relatório, ao menos 85% dos funcionários não estão engajados ou estão ativamente desligados no trabalho.

Uma outra pesquisa, conduzida pela Forbes em dezembro passado e realizada junto a 212 líderes de Finanças norte-americanos, teve por objetivo explorar como esses executivos abordam e medem o engajamento dos funcionários e o verdadeiro custo do desligamento – e ao menos 44% dos entrevistados reconhecem que clientes satisfeitos são também uma medida de engajamento – há uma forte correlação entre funcionários engajados e clientes satisfeitos.

No Brasil, o custo do desengajamento também é alto. Um estudo divulgado da consultoria Santo Caos revelou que uma empresa com mil funcionários perde em média R$ 150 mil no ano com custos diretos relacionados a falta de engajamento. Neste cenário, o futuro da tecnologia do RH aliada à experiência do empregado pode trazer benefícios na melhoria do engajamento.

A participação da tecnologia

Toda essa mudança tecnológica dos últimos anos trouxe uma série de ferramentas que usam processamento de linguagem natural, aprendizado de máquina e a utilização de sensores dos wearables (tecnologias vestíveis, como relógios inteligentes, por exemplo) para melhorar o engajamento dos funcionários.

Neste ponto, é que entra em cena a Inteligência Artificial – cuja inovação trazida pode transformar a experiência do usuário na organização. Neste ponto, a união de conceitos de Inteligência Artificial às ferramentas de RH permite que processos sejam automatizados.

Mais do que isso, quando a Inteligência Artificial estiver finalmente integrada aos programas de RH, poderá auxiliar ativamente no reconhecimento contínuo dos hábitos e necessidades dos funcionários – o que é um fator importante para o engajamento.

Mas existe outro ponto de engajamento – que é primordial para os millenials: políticas estruturadas e claras para o crescimento da carreira profissional. Ainda segundo estudo da Gallup, a carreira é prioridade para 87% desses trabalhadores, que hoje estão chegando nos seus 30 anos. Ainda que menos, não deixa de ser relevante para outras gerações, para quem esse número é de 69%. Neste sentido, a Inteligência Artificial auxiliará, no futuro, os gestores de RH a aumentar o engajamento, prevendo o desenvolvimento da carreira do profissional e auxiliando o gestor no direcionamento de feedback.

Isso pode ser um fator altamente relevante de engajamento: uma pesquisa do LinkedIn apontou que a maior parte dos funcionários não percebem quais habilidades estão faltando para avançar para cargos melhor remunerados. As possibilidades são infinitas – agora, são as empresas que precisam abrir seu horizonte para a integração de novas tecnologias.

O papel da TI na mudança

O papel da Tecnologia da Informação (TI) no aprimoramento das tecnologias em RH é fundamental. Com a quantidade de avanços tecnológicos também em outras áreas, é natural que a TI tenha acesso a inovações antes da área de RH, por exemplo. E a combinação dos esforços das duas áreas podem trazer mudanças significativas para o ambiente organizacional.

E, projetar essa mudança na organização vai requerer que TI e RH trabalhem em uma equipe coordenada, e talvez até com um orçamento único. Segundo o Gartner, até 2022, 75% das organizações incluirão a melhoria da experiência do funcionário como um objetivo de desempenho para os grupos de RH e TI. E isso significa que ambas áreas agora precisam garantir que novas tecnologias não apenas abordem questões complexas de negócios, mas atendam às expectativas das pessoas que as utilizam.

Por último, RH e TI podem trabalhar juntos para simplificar a experiência do funcionário e remover a complexidade que surge quando se lida com vários processos e sistemas. Essas duas áreas são essenciais quando falamos de inovações e mudanças. Nada mais natural de que ter na união das duas o resultado seja uma cultura organizacional forte, com o apoio da tecnologia.

* Por Vagner Santana é diretor de tecnologia da Apdata

Originalmente publicado neste site

Ronaldo Faria Lima
Desenvolvedor de software há 23+ anos. Escreveu software para indústrias diversas, como telecomunicações e hospitality, em sistemas que variam de aplicações de missão crítica a sistemas embarcados em plataforma móvel celular.

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