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Alguns negócios nascem de uma dor pessoal, tão intensa que se torna energia para busca de uma solução inédita. Assim aconteceu com Jacson Fressatto, fundador da Laura.
Só quem vive, sabe. A dor é feita de pólos: o negativo que a transforma em sofrimento contínuo e irreversível e o positivo que transmuta em energia realizadora. Se todo grande negócio resolve uma dor, os melhores empreendedores são aqueles que, vivendo uma situação de aflição, são capazes de torná-la motivo – ou motivação – para realizar algo maior.
A filha de Jacson Fressatto, Laura, nasceu prematura e ficou internada em um hospital de Curitiba, em 2010. A equipe assistencial não notou que seu quadro clínico piorava rapidamente. Quando a situação já era bastante grave, praticamente irreversível, a bebê Laura teve um choque séptico e entrou em óbito. Com 18 dias de vida, ela faleceu.
Diante do luto, Jacson quis entender o que aconteceu. Ele descobriu que, todo ano, 250 mil crianças, adultos e idosos morrem por infecção generalizada nos hospitais do Brasil. Ela representa 56% das mortes nos hospitais, sendo que, a cada dois minutos, uma pessoa morre no mundo por infecção.
Esse é um problema crítico para a gestão hospitalar, sem uma solução clara para melhoria.
Da dor, Jacson Fressatto encontrou sua motivação. Ao lado de Cristian Rocha, ele criou, em 2014, o primeiro robô cognitivo gerenciador de riscos do mundo. Seu nome não poderia ser outro: Laura, a inteligência artificial que salva vidas.
Para entender o problema, os empreendedores fizeram o primeiro piloto como um projeto de inovação em um hospital filantrópico em Curitiba. Lá, mapearam os processos e a jornada de médicos e enfermeiros para entender como acontece a gestão de risco dos pacientes monitorados na UTI.
Na prática, um único enfermeiro precisa cuidar de 15 a 20 pessoas e, por isso, pode ter dificuldades em priorizar o atendimento.
Além disso, os dados costumam ser coletados manualmente a cada 6 horas, tempo que esse hospital, e muitos outros, não conseguem cumprir. O problema desse processo é que pacientes com rápida piora podem não ser avaliados a tempo pela equipe médica, o que pode resultar, em questão de horas, em um quadro de infecção generalizada e até à morte.
Entendendo a fundo o problema, em seis meses, os empreendedores testaram o primeiro MVP. Por meio da inteligência artificial, eles criaram um software que conecta os prontuários eletrônicos com um painel de gestão à vista na Central de Enfermagem. Com ele, cada novo dado sobre os sinais vitais e os exames é coletado em tempo real e gera uma classificação de risco alto, médio ou baixo, ajudando os enfermeiros a priorizar o atendimento.
Assim, Laura reduz em 25% a taxa de mortalidade nos hospitais atendidos.
São mais de 260 monitores agindo em tempo real, a cada 3,8 segundos, para identificar quais pacientes estão em risco ou nas circunstâncias características de uma infecção.
Hoje, três anos depois, a melhor métrica de sucesso do negócio é contada pelo número de vidas. A cada intervenção feita a partir de um alerta da Laura, a vida de um paciente é salva.
O Contador de Vidas de Laura já registra 12 vidas salvas com ajuda da tecnologia todos os dias.
Depois daquele piloto, hoje 13 hospitais já contam com o apoio de Laura. 2020 começa com 30 hospitais atendidos, de contrato fechado, e a expectativa é chegar a 100 até o fim do ano que vem.
Nesse ritmo, os desafios de escala crescem na altura do sonho.
Dois deles em especial: o time de Laura vai sair de 20 para 45 pessoas em um ano. Por isso, Cristian e Jacson sentem a necessidade de entender mais sobre Gente e Cultura, garantindo que o processo de crescimento mantenha os valores mais centrais que trouxeram a Laura até aqui. Além disso, a scale-up cresceu até esse momento por bootstrapping, mas em breve vai contar com sua primeira rodada de Venture Capital para dar fôlego ao crescimento.
Com esses desafios, Jacson e Cristian foram selecionados para o programa de aceleração Eurofarma Synapsis, uma parceria da Endeavor com a Eurofarma. Além do apadrinhamento com um mentor de nossa rede, mentorias coletivas sobre Cultura, Operações, Vendas e Fundraising, os empreendedores também começaram um projeto piloto patrocinado pela Eurofarma para atender ao Hospital Leforte.
A implementação da tecnologia acontece em novembro e, se bem-sucedida, tem potencial de expandir para outros hospitais parceiros da Eurofarma.
Em 3 anos, Laura já salvou 12 mil vidas. Imagine, então, o potencial de impacto que essa scale-up terá nos próximos três?
São histórias assim que nos fazem acreditar no poder de transformação dos empreendedores. Transformação da dor em movimento. Do problema em solução. De uma experiência individual em uma mudança coletiva.
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