* Por Erik Nybo  

Há algumas semana, saiu a notícia de que investidores do WeWork desejam substituir o CEO Adam Neumann. Essa decisão teria sido motivada pelos recentes escândalos de operações aparentemente não muito ortodoxas e que poderiam prejudicar a empresa (principalmente no momento em que ela se prepara para um IPO) – segundo as notícias recentes, o CEO estaria numa clara situação de conflito de interesse ao alugar imóveis para a própria empresa, além das informações divulgadas sobre técnicas para inflar as receitas da empresa.

Esse caso lembra outros casos também recentes de CEOs de outras grandes empresas do Vale do Silício e que tiveram problemas por conta da atitude de seus CEOs.

Travis Kalanick foi afastado de seu cargo no UBER após uma série de episódios veiculados pela mídia sobre assédio na empresa, além dos programas de violação de dados pessoais (Hell e VTOS – Greyball) e outros métodos questionáveis adotados pela empresa.

Elon Musk teve que abdicar de seu cargo de chairman do Board da Tesla após ter sido acusado de fraude financeira. O motivo: Elon Musk teria feito uma afirmação em sua conta do Twitter capaz de causar a oscilação dos preços da ação da empresa sem ter feito as notificações necessárias à Comissão de Valores Mobiliários Norte Americana (SEC).

Mais ou menos nesse mesmo período, Mark Zuckerberg vem sofrendo uma série de ataques desde o caso do Cambridge Analytica. A última notícia é de que será criado um órgão interno para julgar questões relativas ao uso de dados e nem mesmo o CEO terá poder de desfazer a decisão deste órgão.

Não podemos esquecer do maior caso do Vale do Silício: Elizabeth Holmes, da Theranos. Por ter criado um modelo de negócios baseado em promessas que aparentemente não podiam ser cumpridas, a antiga CEO está impedida de exercer o cargo durante 10 anos.

Essas ocorrências reiteradas envolvendo grandes novas empresas traz reflexões sobre como os CEOs dessas empresas se comportam. Será que a megalomania subiu à cabeça?


Erik Fontenele Nybo, cofundador da EDEVO e head de inovação no Molina Advogados. Foi gerente jurídico global da Easy Taxi, tendo criado o departamento jurídico e foi responsável pelas questões legais em todos os países de atuação da empresa. Autor e coordenador do livro “Direito das Startups” (Juruá), autor no livro “Regulação e Novas Tecnologias” (Forum) e coordenador do curso “Direito em Startups” no INSPER. Pesquisador do GVCEPE – Fundação Getúlio Vargas. Advogado formado pela Fundação Getúlio. Email para contato.

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