O Startupi vem noticiando, quase diariamente, as dezenas de investimentos que têm sido realizados no Brasil e nos países latinos – como Argentina, Chile, Colômbia e México – pelo SoftBank Innovation Fund – um super fundo de investimento japonês criado nos anos 80 pelo visionário Massayoshi Soon e que chegou ao Brasil no ano passado.

No início desse ano, Masayoshi afirmou que “a América Latina está perto de se tornar uma das regiões econômicas mais importantes do mundo e prevemos crescimento significativo nas próximas décadas”. Desde que foi escolhido para liderar o escritório do SoftBank em São Paulo, André Maciel tem mostrado para que veio e ajudado a garantir essas previsões. André é ex-J.P. Morgan, onde ficou por 17 anos, e ocupou posições de gestão na M&A and Equity Capital Markets, com foco em tecnologia.

Com um perfil muito parecido com o discreto Massayoshi, André e seu time vem a cada mês realizando uma das maiores campanhas de investimento já feitas em venture capital nos últimos anos no Brasil. Em menos de 12 meses, o Fundo liderou 19 aportes, dos quais 15 já foram divulgados para o mercado. Mais de 300 empresas já foram analisadas no mercado latino, e no total já foram investidos entre R$ 6 e R$ 10 bilhões de reais na região, com um tíquete de investimento de US$7 milhões a US$350 milhões em 2019. Uma das maiores rodadas que o SoftBank participou foi a de US$1 bilhão na colombiana Rappi,

No vídeo abaixo, André destaca a importância dos recentes investimentos para o ecossistema de startups da América Latina e convida outros fundos a participarem juntos desse crescimento.



No Brasil, o perfil das startups investidas é bem diversificado e inclui empresas como Gympass, Vtex, Banco Inter e Loggi. Em um papo descontraído durante um café da manhã, Andre cita “recentemente aconteceu um caso engraçado comigo. Fui comprar uma bermuda online, efetuei o pagamento pelo Banco Inter e recebi meu cashback, automaticamente a Loggi informou que faria a entrega e quem estava por trás da infraestrutura do e-commerce era a Vtex. Achei incrível, pois sem perceber usei três das nossas investidas! Nosso objetivo é justamente esse, fortalecer o empreendedor local e os talentos da América Latina. Não investimos em tecnologia, pois ela é o meio, mas sim em companhias que querem e podem transformar diferentes setores”, destaca. Ele reforça também a importância da diversidade que está cada vez mais presente nas empresas e enfatiza que isso será cada vez mais observado no momento de avaliação dos deals, possibilitando total igualdade de aportes entre empresas fundadas por homens ou mulheres.

Mas como estão conseguindo fazer tantos investimentos em tão pouco tempo? Segundo André, os deals estão sendo fechados cada vez mais rápidos e, para isso, ele possui diversos parceiros de consultorias especializadas em cada fase, principalmente na fase de due diligence, que exige uma auditoria mais a fundo de toda situação da empresa a ser investida. Em média, todo esse processo demora cerca de 4 a 5 meses para ser concluído.

Outros investimentos

Outra estratégia do Softbank é investir em fundos locais como o Kaszek Ventures. Este ano ele também se associou com a Valor Capital, fundada em 2011 por Sobel e seu pai Clifford Sobel, ex-embaixador dos EUA no Brasil.  “Como não temos capilaridade para investir em empresas menores, então nós investimos o dinheiro em fundos da região”.

A Valor Capital tem US$300 milhões investidos em 37 empresas brasileiras e empresas norte-americanas que querem crescer no país. Entre as apostas mais conhecidas estão a empresa de pagamentos Stone, que abriu o capital no ano passado, e a CargoX Transportes.

Em outubro o fundo anunciou o lançamento do Tech Hub, que tem como objetivo trazer essas empresas inovadoras do portfólio mundial para a América Latina, alavancando a rede SoftBank e a experiência das empresas do portfólio para criar mais unicórnios latino-americanos.

Segundo informações, o SoftBank também planeja fundir o Yahoo Japan com a operadora de aplicativo de mensagens Line Corp, criando um grupo de 30 bilhões de dólares que competir de maneira mais eficiente com a rival japonesa Rakuten e gigantes norte-americanas.

O negócio, que vai combinar os dois principais provedores de serviço de pagamento via QR code do Japão, oferece ao Yahoo Japan acesso aos 164 milhões de usuários do Line e aos dados deles no Japão e no sudeste asiático em um momento em que a SoftBank se expande para serviços além de seu tradicional mercado de telecomunicações.

Para 2020 André se mostra otimista e pretende manter o ritmo de investimentos, principalmente aumentando o tamanho dos cheques. O escritório no Brasil começou o ano com três pessoas e hoje já conta com mais de 60 colaboradores. O Softbank também abriu um espaço na Argentina, onde recentemente realizou seu primeiro investimento em uma startup de pagamentos móveis.

“A nossa expectativa é que em alguns anos, muitas das startups investidas abram IPO ou sejam compradas por empresas maiores, aumentando para 10 ou 100 vezes seu valor de mercado e consequentemente, gerando retorno de capital”, finaliza.

Quer rever todos os aportes feitos pelo Softbank na América Latina? Confira aqui!


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