A análise aprofundou-se em três cidades, com diferentes características geográficas, consideradas de alto impacto

O Sebrae e a Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) realizaram na tarde desta terça-feira (9) o lançamento do estudo “Ecossistemas de Empreendedorismo Inovadores e Inspiradores”. A pesquisa é uma análise da capacidade de empreendedorismo em cidades consideradas ecossistemas de alto impacto no Brasil e no exterior. O gerente nacional de inovação do Sebrae, Paulo Renato, apresentou a webinar e iniciou explicando o principal objetivo do estudo.

“É uma honra estar reunido com os colegas de diversas instituições que apoiam os processos inovativos. O estudo feito pela Anprotec, em parceria com o Sebrae, se aprofunda nos ecossistemas de três cidades brasileiras bem distintas, em números de habitantes e demais características. Essa diferenciação geográfica possibilita traçar diversos aspectos que explicam o funcionamento da dinâmica da inovação no Brasil”, afirmou o gerente.

O estudo analisou ecossistemas de inovação nas cidades de Campina Grande (PB), Porto Alegre (RS) e Santa Rita do Sapucaí (MG). Berlim, Manchester, Toronto e Haifa também integraram a pesquisa que usou a abordagem do Massachusetts Institute of Technology (MIT). Os especialistas apontaram, dentro de cada caso, características como impacto, vantagem comparativa, capacidade de empreendedorismo e capacidade de inovação. Através disso, foi possível construir uma espécie de raio-x da inovação em cada município, apresentando quem são os principais atores que incentivam o empreendedorismo no local, quem impulsiona os sistemas inovativos, quais são os principais polos e ambientes de inovação de cada cidade.

Daniel Pimentel, um dos apresentadores que participou do estudo, chama atenção para algumas características de alguns ecossistemas de inovação brasileiros. “Santa Rita do Sapucaí é um exemplo de case que estudamos e se destaca pelo tratamento especial dado ao ecossistema de inovação. A cidade tem polos de ensino técnicos mantidos com a união da sociedade civil e governo. São gerados por ano 14.700 mil empregos, isso é fantástico. Campina Grande é outro polo brasileiro de inovação, com 407 mil habitantes possui 50 mil alunos em escolas de graduação, pós-graduação e escolas técnicas. A cidade se destaca na geração de capital humano, possui diversos centros de inovação. Os ambientes são favoráveis para desenvolvimento”, observa.

Após a apresentação da análise, o chefe de divisão de inovação e criatividade do BID, Juliano Seabra comentou sobre a importância de estudos que incentivem o empreendedorismo no país. Seabra afirmou que através do estudo é possível confirmar alguns desafios que o Brasil enfrenta quando se trata de inovação. “A gente fala muito sobre o ecossistema, sobre o que temos que ter, sobre o que temos que fazer. Mas também temos que falar sobre os meios para isso. Temos que avançar em aspectos como manutenção das instituições que alicerçam os empreendedores, sejam elas públicas ou privadas. Temos muita vontade de empreender, mas falta essa base, seja com crédito, com isenção de impostos, etc. Outro desafio é a assimetria de informações. Muitos querem fazer e não sabem como, não sabem por onde começar”, analisa. O estudo completo está disponível aqui

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