Venda por aplicativo e foco no consumidor ajudam empresa de alimentação a enfrentar a crise com cuidados higiênicos na produção e entrega

O mercado de empreendimentos gastronômicos que comercializam doces e bolos finos com receitas tradicionais em nova roupagem, tem apresentado um crescimento expressivo nos últimos anos. Aproveitando esta oportunidade, surge a Formiga Dondoca, empresa de brigadeiros gourmet e doces do Distrito Federal cuja principal receitas de vendas antes da crise eram oriundas principalmente de eventos, como festas de aniversários e casamentos, além de venda em consignação com restaurantes, lanchonetes e escolas.

O advento da pandemia que levou à proibição de realização de eventos e fechamento de estabelecimentos como restaurantes e escolas, impactou em uma redução de 90% no volume de vendas da empresa. Estudos do Sebrae realizados em maio, apontam que 40% dos serviços de alimentação estavam com as portas fechadas. No setor de eventos, 98% dos negócios foram impactados e, em média 12 eventos foram cancelados.

Uma das primeiras ações da empresa, que concentrava sua divulgação no Instagram e WhatsApp, foi oferecer um desconto de 20% nos produtos e frete grátis. Tendo nascido nas redes sociais e com uma concentração grande de clientes, começaram uma campanha para atrair mais seguidores. Conseguiram uma média de 2 mil seguidores em 4 dias e, assim, intensificaram as postagens. Para melhorar o fluxo de caixa lançaram até uma rifa cujo prêmio foi, claro, 500 doces da Formiga Dondoca.

“Tínhamos certa resistência em nos inscrevermos em plataformas, como o Ifood pois, como somos uma empresa pequena, existia o medo de não dar conta da demanda. Quando entendemos que quem monta o cardápio e a quantidade dos produtos somos nós, resolvemos nos organizar, escolhendo bem os produtos, para que fosse possível atender a todos os pedidos.”, afirma Júlia Werneck, proprietária da Formiga Dondoca. A adesão à plataforma gerou ótimos resultado em termos de venda ao atrair novos clientes que não eram atingidos pelos canais que a empresa adotava.

Doces resultados

Se por um lado a adesão ao Ifood possibilitou a ampliação de acesso a mercados, por outro, por não alcançar algumas regiões onde a empresa tem clientes, levou a empresa a concentrar em alguns dias da semana para fazer entregas em pontos de Brasília onde não é possível o atendimento pelo aplicativo. No momento estão estudando a abertura de uma cozinha na Asa Norte para expandir as entregas pelo Ifood para o plano piloto e regiões próximas.

Antes da pandemia, o empreendimento vendia cerca de 3 mil doces por semana. Com a crise do covid19, veio a redução das vendas que chegou a 300 docinhos por semana. Depois do Ifood recuperaram as vendas para 1.500 doces semanais.  Segundo Júlia, “O Ifood nos deu a opção de colocar entrega grátis e oferecer alguns cupons de desconto, que é bem chamativo para os clientes e ajuda a alcançar um número maior de pessoas”.

Para Luiz Rebelatto, gestor de Alimentação Fora do Lar Sebrae Nacional, 72% dos estabelecimentos de alimentação fora do lar estão realizando delivery, sendo que 25% iniciaram após pandemia. “Esta modalidade de entrega tem sido uma opção para os pequenos negócios adequarem sua operação, dar comodidade ao cliente e atravessar a crise diminuindo os impactos”, afirma.

Produção segura

A empresa já adotava um processo cuidadoso de produção que foi intensificado com a crise do Covid-19.  Além de manter os cuidados diários, incorporaram o uso da máscara, com trocas conforme recomendando pelas autoridades e a lavagem de mãos de forma intensa para preparos dos doces e montagem das embalagens que ainda recebem um banho de álcool 70% antes de saírem para entrega.  A esterilização das bancadas, o uso de panelas automatizadas para a preparação dos recheios e coberturas, além de cuidados redobrados com a higiene no momento de enrolar e rechear, que é uma etapa manual e artesanal.

Um cuidado adicional é o uso de escadas no processo de logística quando entregam os produtos aos motoboys a fim de evitar o contato com botões/maçanetas e outras pessoas. “Além disso, a orientação aos motoboys é de deixar os pedidos nas portarias e portões, para evitar o contato direto com os clientes, assim os clientes conseguem fazer a higienização necessária ao receber o produto”.

Para implantar as ações de forma abrupta, a empresa utilizou dicas do Sebrae, pesquisas na internet e do intercâmbio de experiências com outras empresas do setor. No momento estão analisando o impacto das mudanças nos processos no preço dos produtos uma vez que aumentou gastos como com materiais de limpeza. Saiba mais sobre como operar seu serviço de alimentação durante a crise e conheça o curso “Como aumentar as vendas utilizando delivery”.

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