Acordo firmado entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a plataforma global israelense Sosa vai dar oportunidades de acesso a novos ecossistemas de inovação
As startups brasileiras terão acesso aos ecossistemas de inovação nos Estados Unidos e Israel, onde poderão se aproximar de corporações multinacionais do setor de inovação. Isso será possível com a parceria firmada nesta quarta-feira (1) entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Sosa, uma plataforma global de inovação, que conecta empresas, governos e cidades às tecnologias e ecossistemas nas áreas de segurança cibernética, soluções orientadas a dados e indústria 4.0.
Para o presidente da CNI, Robson Andrade, o acordo terá grande importância para o setor. Segundo ele, a pandemia, que atingiu a economia do país, ocasionou uma queda nas atividades das indústrias e trouxe incertezas. Mas o quadro pode mudar. “As pesquisas nos dão uma certa confiança para o futuro”, observa o presidente da CNI.
De acordo com a diretora de Inovação da Confederação, Gianna Sagazio, a parceria vai ajudar as empresas brasileiras e startups a serem mais competitivas, principalmente após a crise causada pelo Covid-19. Ela avalia que pelo menos 70% das corporações foram atingidas pela pandemia. “Mas a maioria teve interesse em se enquadrar no processo”, ressalta Gianna. “Cerca de 83% das empresas precisarão inovar para vencer a crise”, calcula a diretora, afirmando que setor poderá ter acesso, por meio da CNI e Sosa, a novas tecnologias que estão à disposição no mundo.
Segundo Uzi Scheffer, CEO e membro do conselho do Sosa, o objetivo do grupo é ajudar as corporações a ter acesso à tecnologia. A plataforma, que tem sede em Tel Aviv e escritório em Nova Tork, quer investir em grandes empresas, mas também em pesquisas envolvendo as startups que trabalhem com inovação direta, assim como nas indústrias 4.0. A intenção, conforme Scheffer, é melhorar a produção e reduzir o custo, mesmo no momento de pandemia. “As corporações precisam buscar soluções de fora”, observa o CEO.
“Precisamos pensar na inovação no futuro e parcerias com universidades”, diz Emmanuel Lagarrigue, diretor de inovação e membro do comitê executivo da multinacional francesa Schneider Electric. Hoje o grupo trabalha com 200 startups. Para o executivo, o Brasil é um país chave para investir em inovação. A parceria firmada entre a CNI e Sosa vai permitir que as startups brasileiras participem de eventos técnicos com curadoria, aproximação de corporações multinacionais, venture capitals, investidores e de empresas de tecnologia.
Com a crise causada pelo novo coronavírus, a tendência é que a inovação aberta internacional seja acelerada, segundo o analista da Unidade de Inovação do Sebrae, Rafael Castro. “Essa é hoje a principal essência no processo, já que uma empresa se conecta com outros atores fora da organização, como universidades e outras corporações em nível internacional”, explica o analista. “Com a pandemia essa estratégia vai crescer, pois diminui os custos da inovação e se tornar mais efetiva”, observa Rafael Castro. Segundo ele, o Sebrae também pretende investir nesse tipo de processo.
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