Como você costuma escolher o presente para o seu cãozinho de estimação? Opta por cores vibrantes, por objetos que combinarão com a sua decoração ou vai seguindo sua intuição? Para passar essa tomada de decisão para o próprio cachorro, a Petz, rede de pet shop brasileira, lançou o Pet-Commerce que, aliado a diversas tecnologias, consegue identificar qual produto o agrada mais.

Para isso dar certo, a ferramenta foi treinada por uma Inteligência Artificial com reconhecimento facial para que ela identificasse o interesse do pet, diante de sua reação, ao assistir os brinquedos apresentados por meio de vídeos – sempre em azul e amarelo, que são as cores que os cachorros enxergam.

Na tela do Pet-Commerce é possível visualizar um gráfico de ossinhos que mede o nível de interesse do animal no produto, em uma escala que vai do vermelho ao verde, assim, quando o desejo por parte do pet é detectado, o item escolhido vai direto para o carrinho de compra. No entanto, ela só é finalizada com a permissão do dono que deve preencher todos os dados, tanto cadastrais como de pagamento.

Reconhecimento facial para cachorros identifica, com base em cada pet, qual produto agrada mais

André Marinho, coordenador de marketing da Petz, diz que o projeto demorou cerca de seis meses para ser desenvolvido, e contou com a participação da startups D2G Tecnologia e a Hogarth.

A D2G foi a responsável pela plataforma de Inteligência Artificial. Fundada em 2015, a empresa aplica processos de engenharia para o desenvolvimento de tecnologias para ações publicitárias.

Assim, trazendo a expertise da Engenharia de Automação Industrial, ela atua desde o projeto até a construção de máquinas, dispositivos eletrônicos, mecânicos e robóticos, bem como o desenvolvimento de softwares de controle, integração com aplicativos e websites, além da aplicação e desenvolvimento de Inteligência Artificial voltada a reconhecimento de imagens, sons e padrões.

Entre os cases de sucesso da startups está também um carrinho de supermercado acessível totalmente autônomo para deficientes visuais, criado em parceria com a Ambev e lançado em projeto-piloto em junho do ano passado em Florianópolis, Santa Catarina.

A Hogarth Brazil é uma agência de publicidade, fundada há 10 anos, que trabalha em cinco frentes: criação de conteúdo; produção criativa; produção digital; serviços linguísticos; estratégia e consulta; e tecnologia e inovação.

No projeto, portanto, a empresa foi responsável por criar uma interface responsiva através do desenvolvimento do design e pela experiência de UX e UI trazendo ao Pet-Commerce uma boa sincronia e que chamasse atenção do cachorro.

Além disso, eles tiveram o apoio de um especialista em comportamento animal. “Juntos, analisamos as reações de diversas raças de cães, como a forma que prestam atenção e se demonstram interesse por meio de movimentos, por exemplo, de focinhos e orelhas das raças. A partir daí, fomos classificando de acordo com esses níveis de interesse”, explica.

Ele ainda ressalta que dentre os pets, o cachorro é o que possui reações mais fáceis de serem captadas, por isso que, inicialmente, a ferramenta só funciona com eles.

Lançado há pouco mais de um ano, André fala que o Pet-Commerce teve uma boa aceitação entre seus clientes e já ganhou diversos prêmios, latinos e brasileiros, além de um Leão de Ouro no festival de Cannes.

Sobre como surgiu a ideia de criar o sistema, o coordenador diz que a empresa está sempre em busca de iniciativas que melhorem a experiência e a relação entre pets e tutores. Além disso, a Petz possui uma área chamada Canais Digitais que tem como objetivo procurar e sugerir melhorias, tanto no que diz respeito à marca quanto a produtos e serviços, para o consumidor.

Ele conta que, além dessa área, a rede de pet shop incentiva todos os colaboradores a se aprimorarem em relação às novas tecnologias e transformação digital, compartilhando também todas as inovações da Petz através dos canais de endomarketing.

André Marinho, coordenador de Marketing da Petz

Mercado pet no Brasil

Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet), o mercado pet faturou R$ 22,3 bilhões em 2019. Ainda de acordo com dados divulgados pelo Instituto Pet Brasil, 2020 deve encerrar com um faturamento de R$ 40 bilhões.

O isolamento social também contribuiu com o setor que teve um crescimento de 30% desde o início da pandemia. Na Petz, André revela que o e-commerce, em abril, atingiu 27% sobre a receita, face a 7,7% em 2019. “O número ultrapassou e antecipou a meta de 20%, prevista para 2025”, destaca.

Por fim, ele acredita que é cada vez mais importante a aposta de empresas na tecnologia para levar inovação aos clientes. “A experiência do consumidor tem um papel essencial. Hoje o consumidor está muito mais ligado na experiência que possui com as marcas, que é o que ajuda a gravá-la na cabeça dele, que leva em consideração à forma como ela se posiciona no mercado, em especial como empresa tecnológica e digital”, finaliza.

Como funciona o Pet-Commerce

Acesse o site pelo link, ligue o som do computador e posicione o rosto do cachorro na câmera. É importante deixá-lo à vontade para que o sistema reconheça o que o aninal curte através das reais espontâneas dele.

Com acuracidade de 80% atualmente, a empresa reforça que cada pet possui características físicas e comportamentais distintas, havendo, portanto, a possibilidade do sistema não funcionar com algum cãozinho de estimação.

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