Iniciativa é gratuita e vai até sexta-feira, 27, com realização de paineis virtuais sobre temas como crédito, cooperativismo, inovação e tendências

As possibilidades oferecidas pelo mercado de investimentos para as empresas que buscam investidores para os seus negócios foi tema do painel do Sebrae no primeiro dia da Semana Nacional de Educação Financeira, que começou nesta segunda-feira (23). O painel “O Capital Empreendedor é uma alternativa viável para a minha empresa?” contou com a participação de investidores em diferentes modalidades de capital de risco para compartilhar conhecimento sobre a dinâmica do ecossistema de investimentos, principalmente voltado para os pequenos negócios inovadores, como startups e empresas de base tecnológica. 

Na apresentação do painel, o diretor de Administração e Finanças do Sebrae, Eduardo Diogo, destacou a importância da realização do evento, que oferece uma oportunidade para os empreendedores aprenderem mais sobre gestão financeira. “O atual cenário exige muito dos empreendedores, principalmente para lidar com os recursos financeiros. A participação do Sebrae vem trazer a discussão de práticas do dia a dia do empresário com objetivo de auxiliá-lo em como buscar fazer essa travessia, em um momento de crise, da melhor forma possível”, destacou.

Neste ano, o tema da sétima edição da semana é “Resiliência Financeira: como atravessar a crise?”. Serão cinco painéis do Sebrae Nacional até sexta-feira (29) sobre os assuntos mais procurados pelos empreendedores, tais como, crédito, cooperativismo, inovação e tendências. Para participar de forma gratuita e ter acesso à programação, basta clicar aqui.  

Com a moderação da analista de Capitalização e Serviços Financeiro do Sebrae, Maria Auxiliadora Umbelino, o primeiro painel, organizado pela instituição, apresentou como o capital empreendedor, também chamado de venture capital ou capital de risco, pode ser uma alternativa de financiamento para os pequenos negócios. Neste modelo de financiamento, o chamado de investidor de risco, aporta recursos financeiros no negócio, em troca de participação societária, geralmente minoritária, de uma empresa de capital fechado. 

 Para tratar do assunto, o Sebrae convidou o CVO da Closegap Ventures, Marco Poli, que é investidor anjo; o sócio da Domo Invest e empreendedor, Franco Pontillo; a sócia e gestora do Fundo Brasil Venture Debt, Gabriela D’ávila Gonçalves e o founder e CPO da startup de logística, Equilibriu, Fábio Nunes. 

Confira abaixo os principais trechos do painel do Sebrae 

Moderadora: Vocês podem explicar qual o tipo de investimento vocês representam e como funciona? 

Marco Polo: Como investidor anjo, eu atuo em empresas que estão em um estágio inicial, mas que geralmente já conseguiram algumas vendas e faturam em média, de R$ 5 a R$ 10 mil por mês, mesmo que ainda no modelo de concierge MVP. Os investidores anjo fazem rounds de investimentos em grupo que variam de R$ 300 a R$ 1 milhão em empresas que já conseguiram demonstrar o que ela se propõe a fazer é possível e com clientes que estão dispostos a comprar, mesmo que tenham uma equipe de 4 a 5 funcionários. 

Franco Pontillo: Eu sou gestor de um fundo anjo, que faz parte de um dos fundos da Domo Invest, focado também na fase anjo das empresas com foco em tecnologia. O fundo anjo veio para ajudar os investidores a poderem investir em mais empresas gastando menos dinheiro, complementando os recursos e com isso, minimizando o risco. Então, o fundo anjo aumenta a capacidade de investimentos dos investidores, atuando em vários rounds até atingir o valor máximo de R$ 5 milhões por CNPJ. 

Gabriela D’ávila: Sou gestora do primeiro fundo de venture debt do Brasil, que se apresenta como um tipo de investimento complementar por meio de dívidas.  Acreditamos que existe um equilíbrio entre as formas de financiamento para as empresas que já se encontram mais maduras e que precisam cumprir um cronograma de pagamento. O venture debt envolve valores mais representativos de longo prazo. 

Moderadora: Quais cuidados você destacaria para a empresa durante a jornada de investimento? 

Fábio Nunes: A primeira coisa é avaliar realmente a necessidade do investimento, principalmente em um momento em que o mercado nunca esteve tão bom para o empreendedor. Outro ponto importante é ter em mente que o seu investidor é um sócio do seu negócio. Então, procure alguém que traga mais do que recursos financeiros e agregue valor ao seu negócio e tenha experiência no segmento em que você está inserido. Quanto ao dia a dia da empresa, é preciso deixar claro que quando você tem um investidor o negócio requer mais disciplina na gestão. Tenha em mente que o investidor não quer gerir a sua empresa, mas colaborar para o crescimento dela. 

Moderadora: Quais conselhos vocês podem dar para os empreendedores neste momento que requer resiliência diante de uma crise? 

Marco Polo: Eu acredito que o pior já passou e daqui para frente, os empresários devem ficar atentos às ações do governo, principalmente se o negócio depende de fluxo de pessoas. Como estamos entrando em uma era de hipercomunicação, é preciso que os empresários aproveitem esse momento, procurando alternativas online, bem como os programas emergenciais oferecidos pelo governo. 

Franco Pontillo: A palavra da ordem é preservação de caixa. Claro que depende muito do tipo do negócio, mas é a hora de levantar dinheiro e avaliar sob uma perspectiva mais longa. Uma coisa é certa: vai passar. Do ponto de vista do investidor, o momento de crise separou quem é excelente de quem é apenas bom. Então, observamos empresários se movimentando, pivotando os negócios e com isso, estão surgindo várias soluções inovadoras. Como ainda há incertezas, eu diria que os empresários também busquem negociar dívidas, se for possível. 

Gabriela D’ávila: Eu avalio que este momento trouxe um ponto positivo que foi mostrar a importância de olhar para dentro das empresas. A pandemia é um momento inesperado, mas sabemos que as incertezas fazem parte do mercado. Então eu enxergo uma mudança bem representativa, principalmente nas startups, que antes da pandemia estavam muito preocupadas em crescer, mas que agora tiveram que pensar em eficiência, corte de custos, entre outras coisas. 

Fábio Nunes: Como empreendedor eu sou otimista, mas eu diria que pensem rápido, principalmente na hora de cortar custos. São decisões difíceis, mas que podem fazer a diferença diante de incertezas.

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