Desde 2018, programa do Sebrae possibilitou o aporte de R$ 55 milhões para empresas em diversos estágios de inovação em 16 estados brasileiros

Apesar da pandemia, muitas micro e pequenas empresas que apostam em soluções inovadoras, como é o caso das startups, têm conseguido investimentos para alavancar os negócios. Com apenas dois anos no mercado, a startup Lilu, que oferece serviços pet em casa por meio de um aplicativo, em São Paulo, teve um crescimento de 450% nos últimos 12 meses. No ano passado, a CEO e fundadora da empresa, Aline Lefol, tirou o ano inteiro para buscar investidores para o negócio. Com apoio do programa Capital Empreendedor, desenvolvido pelo Sebrae, conseguiu, um aporte total de R$ 1 milhão com três investidores anjos.

Mesmo com um currículo extenso no mundo dos negócios e doutorado em Química, ela não se sentia totalmente preparada para encarar os investidores até participar do Capital Empreendedor. “Como startup, sabemos da importância dos investimentos para crescer, ganhar escala e visibilidade, mas bem ou mal somos despreparados para nos aproximar de um investidor, saber o que tem que ser ponderado, como conduzir a conversa e mostrar os dados realmente relevantes. Isso nenhuma faculdade ensina”, contou.

Para ela, participar do programa abriu uma janela gigante de oportunidades. “Ficamos frente a frente com pelo menos 12 investidores, ou seja, foram 12 oportunidades captação. Não é todo dia eu você consegue uma atenção dessa”, destacou. Além da preparação com capacitações e conexão com os principais players, a empresária destaca que o diferencial do programa foi as mentorias com abordagem comportamental. “Foi uma capacitação muito significante onde conseguimos identificar nosso perfil e, também, do investidor, para que soubéssemos traçar uma estratégia de aproximação e diálogo mais efetiva”, disse.

No ano passado, a startup “Engage for Business”, que é uma plataforma digital, tipo marketplace, que conecta a necessidade das grandes empresas por serviços profissionais de alta complexidade, comemorou um aporte de quase R$ 1 milhão em investimentos depois de participar do Capital Empreendedor. Os recursos permitiram que a empresa, que está em início de operação, aumentasse o número de integrantes da equipe, aprimorasse a ferramenta que utiliza Inteligência Artificial de ponta, e, ainda, conseguissem um fôlego financeiro para atividades comerciais, como comunicação e marketing.

O CEO da empresa, Raphael Saddy, conta que como toda startup em estágio inicial, eles enfrentaram dificuldades para conseguir os investimentos. Segundo ele, a participação no programa mudou a percepção dele e do sócio, Mauro Resende, sobre os rumos que o negócio deveria tomar. “Queríamos fazer de tudo e muitas vezes tivemos contatos com grandes empresas querendo que nos se adaptássemos a ela e isso, muitas vezes, não faz com que tenhamos capacidade de atender o mercado. Então, o programa nos ajudou a encontrar o nosso foco de mercado, consolidar todos os nossos potenciais para conversar com a mesma linguagem dos investidores e por conta disso conseguimos um investimento no ano passado”, analisou.

O empresário também conta que os aprendizados do Capital Empreendedor permitiram que eles ficassem mais preparados para buscar outras oportunidades. “Já estamos captando novamente, mas agora estamos mais robustos e o material produzido no programa tem nos ajudado a participar de processos de seleção importantes”, comentou.

Saiba mais
Desde 2018, o programa Capital Empreendedor já capacitou 497 empresas, sendo que 90 delas foram investidas em um total de R$ 55 milhões. Neste ano, em sua 4ª edição, foram selecionadas 270 startups em 25 estados do Brasil para participarem do primeiro ciclo de 2021. De acordo com a analista de Capitalização e Serviços Financeiros do Sebrae, Maria Auxiliadora, as startups que foram selecionadas para o programa são preparadas em etapas, que incluem participação em workshops, treinamentos de pitch, mentorias, circuitos de investimentos e follow up. “O Capital Empreendedor permite que os participantes selecionados entendam a dinâmica do investimento de risco, ampliem seu networking, identifiquem o modelo de investimento mais adequado para o momento de sua startup e – ao final do ciclo – se aproximem e negociem com investidores de todos os estágios do capital”, explicou.

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