* Por Henrique Volpi

Speeds, cargueiras, bicicross, elétricas e triciclos – seja para prática esportiva ou para o uso no dia a dia, quando o assunto são bicicletas, são diversos os tipos encontrados nas ruas, estradas, parques, ciclovias e ciclofaixas brasileiras. Mas, sem dúvidas, a grande estrela é a mountain bike.

O modelo é caracterizado por ter pneus mais grossos e suspensão reforçada ao se comparar a uma speed ou cargueira, por exemplo. Ideal para passeios na praia, trilhas de terra ou subir e descer montanhas (daí a origem do seu nome), apresenta grande resistência aos mais diversos impactos. E é justamente essa versatilidade e durabilidade que a torna um modelo coringa para a realidade da mobilidade urbana brasileira.

Com a explosão da utilização de bicicletas no Brasil, principalmente durante a pandemia, sozinhas as mountain bikes são responsáveis por 60% de todas as magrelas vendidas no País, segundo dados da Aliança Bike. Apenas no primeiro trimestre de 2021 houve um aumento de quase 52% no número de vendas de todos os modelos em comparação com o mesmo período de 2020. Foram ouvidas 180 lojas dos mais diversos portes em 20 estados.

Em 2022, o mercado continuará com os mesmos desafios de 2021. A alta da demanda continuará, assim como a dificuldade de encontrar alguns modelos à venda (principalmente os de entrada). O impacto é global, já que a pandemia atingiu em cheio a produção das peças em países como China, Indonésia e Taiwan – e o boom de pedidos só fez piorar o quadro.

A produção nacional até tenta dar conta do recado. Uma pesquisa da Abraciclo projeta a produção de mais de 880 mil unidades para 2021. Mas ainda é pouco. Os brasileiros continuam querendo bikes mais econômicas – até R$ 3 mil (61%), mas o surpreendente é o crescimento da faixa entre R$ 2 mil e R$ 3 mil, que significa 29% do total.

Isso revela o interesse em investir mais em uma bicicleta, abrindo um leque de novas possibilidades de negócios. Por exemplo, ao invés de comprar uma nova bicicleta, por que não substituir as peças? Aí surge a necessidade de lojas que tanto vendam como instalem e façam reparos.

E foi-se o tempo que as bicicletarias eram lugares com cara de poucos amigos. Hoje elas se tornaram um ponto de encontro dos amantes do pedal, inclusive com cafeterias e lanchonetes no mesmo local.   

Com grande parte da população adulta vacinada e a terceira dose à caminho, em 2022 será possível começar a pensar na volta dos passeios ciclísticos e competições. E, para quem tem uma mountain bike, essa segunda opção será um prato cheio para testar os limites da magrela e a perícia em pilotá-la.

Outra oportunidade é a importação de mountain bikes elétricas. Em países como Estados Unidos elas estão em alta, principalmente depois que a grife Santa Cruz lançou um modelo do tipo, a Bullit. Outras gigantes como Specialized, Cannondale e Scott também já apresentaram as suas, elevando o movimento.

As novas tecnologias às vezes podem demorar para chegar, mas quando uma massa de empresas que são referência adota uma tendência, começa-se a ver a mudança de percepção de quem tem resistência a esse tipo de inovação. Os valores serão salgados, mas vai agradar em cheio quem gosta de uma novidade.

O mercado é promissor e quem investir nele só tem a ganhar. Você já tinha pensado nessa possibilidade de negócio? Agora é a hora e a vez das mountain bikes! 


HenriqueHenrique Volpi é sócio-fundador da Kakau Seguros, formado em Administração pela PUC-SP, com especializações em fintech pelo MIT e em liderança do futuro pela Singularity University. Trabalhou em empresas como BMC, EMC Dell e Servicenow. Foi co-autor do livro “The INSURTECH Book: The Insurance Technology Handbook for Investors, Entrepreneurs and FinTECH Visionaries”.

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