O filme “Se Beber Não Case” é a imagem que a maioria das pessoas têm referente às despedidas de solteiro. Mas querendo mudar esse conceito, Eduardo Vespa criou a Agência Hangover, em 2017.
Edu, como é chamado, foi convidado para organizar a despedida de solteiro do seu amigo, mas ao procurar agências que cuidavam deste tipo de evento, ele se deparou com um mercado escasso e inexplorado. Então, decidiu cuidar de toda a organização sozinho, e percebendo que conseguiu cumprir com maestria a tarefa, pensou: “por que não criar uma agência de despedida de solteiros?”.
A Agência Hangover é responsável por organizar despedidas de solteiro para noivos e noivas que estão em busca de uma experiência única. A startup organiza o processo de praticamente todos os detalhes da comemoração, desde a passagem aérea até hospedagem, alimentação, experiências e entretenimento.
“Nós somos uma agência de viagens focada em despedidas de solteiro. O que nos diferencia de outras empresas do mesmo ramo é que não trabalhamos com hotéis, porque geralmente durante a comemoração o grupo de pessoas é de 10 a 15, por isso é mais interessante trabalharmos com casas”, comenta Eduardo Vespa, fundador da Agência Hangover.
Dentro da residência escolhida, uma equipe da própria startup – especializada em limpeza e cozinha – cuida de toda a parte da alimentação, decoração e estrutura para que os noivos e noivas não precisem se preocupar com nada mais do que curtir a tão sonhada despedida, com privacidade e eficiência.
Pandemia e isolamento social: Como a Agência Hangover sobreviveu a este período?
“Eu lembro do dia em que tudo foi fechado. Nós estávamos prontos para receber 14 argentinos em Angra dos Reis, e os planos precisaram ser alterados. A primeira coisa que eu fiz foi parar de cobrar dos clientes, até porque em momentos de crises a primeira coisa que precisamos fazer é estancar o vazamento. As pessoas não sabiam se teriam empregos e não tínhamos perspectiva de nada. Eu queria que a lembrança que eles tivessem de nós naquele momento fosse positiva e deu certo”, diz Eduardo que ressalta que durante o período pandêmico, o índice de cancelamento das despedidas foi de apenas 10%.
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Shark Tank Brasil
Em 2019, Edu Vespa e sua irmã e sócia Stephanie Vespa levaram a Hangover para o mar dos tubarões. Eles apresentaram a Hangover para os empresários e apresentadores do Shark Tank Brasil.
Edu comenta sobre a experiência: “Eu não queria que a minha empresa se tornasse qualquer tipo de piada, eu demorei para construir um nome e não queria que ele fosse destruído”. Ele ainda ressalta o quão importante foi participar do programa: “Por mais que o negócio não tenha sido efetivado por questões contratuais, é muito bom ver que uma empresária do porte da Cris Arcangeli viu valor em uma ideia minha e, mesmo que não sejamos sócios, ela sempre me ajuda quando preciso”.
Desafios e conquistas
“O maior desafio que vivi até o momento foi enfrentar o preconceito que gira em torno das despedidas de solteiro, e mostrar para as pessoas que o meu negócio é sério e que tem valor”, diz o CEO.
“A maior conquista sem dúvidas é ter conseguido chegar até aqui. Lembro que quando falei para o meu pai que iria abrir a startup, ele me perguntou quando iria começar a trabalhar”, relembra Edu. “Hoje nós estamos aqui há quase 7 anos e já realizamos 407 despedidas de solteiro”, completa.
Faturamento e próximos passos da Hangover
A Hangover está localizada em São Paulo, mas realiza eventos em quase todos os estados brasileiros. Hoje a equipe é composta por 10 pessoas que trabalham em formato presencial e home office.
A startup cresce em modelo bootstrapping até o momento, isto é, sem investimentos externos. A previsão de faturamento para 2022 é de R$ 4 milhões, já para 2023 a previsão é de alcançar a marca dos R$ 5 milhões.
Os próximos passos da startup incluem abrir um escritório nos Estados Unidos e conseguir sócios no país, fazer com que despedidas de solteiro deixe de ser tabu e se torne algo cultural e realizar cada vez mais celebrações em outros países.
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