A pessoa egressa do sistema prisional é aquela que deixou o cárcere privado após ter passado um período em privação de liberdade por ter cometido algum delito aparente. Karine Vieira é egressa e conta que passou 15 anos da sua vida na criminalidade. “Aos 14 anos já furtava e roubava, na maioridade migrei para o mundo do tráfico”, conta.
Conforme o passar dos anos, Karine engravidou e em um período de 3 anos começou a trabalhar, mas por diversos motivos voltou para o mundo do crime, onde permaneceu até meados de 2008. Após ter perdido um parceiro nesse ano, começou a refletir sobre o legado que gostaria de passar para os seus filhos e percebeu que não era esse. “Precisava começar minha nova trajetória de algum lugar. Em 2009 voltei a estudar, cursei o ensino médio, consegui um ‘bico’ no bairro, prestei vestibular através do Enem e passei “, conta a CEO, que é formada em Serviço Social.
A partir de um projeto que desenvolveu para um programa chamado Recriar e Inserir e também com base nas suas próprias vivências, em 2018, Karine decidiu criar o Responsa Emprego, uma agência de impacto social que sofre mutações constantes para atender as demandas do público-alvo que são pessoas egressas do sistema prisional.
A metodologia utilizada pela agência tem como foco atender as pessoas em sua totalidade, incluí-las socialmente, bem como promover a geração de renda através da inserção no mercado de trabalho, a empresa cuida desde o acolhimento desses indivíduos até acompanhamento psicossocial, jurídico, capacitação e pós empregabilidade.
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“Não existem excessões para atendimento de pessoas egressas. No entanto, não podemos deixar de frisar que existe um processo de análise interno para detectar comportamentos e fases”, comenta a CEO.
Para se manter de pé, a empresa possui investidores que custeiam a operação do RH. Os recursos adquiridos são obtidos através de empresas parceiras que remuneram a Regressa por consultorias. Atualmente a agência tem mais de 15 empresas parceiras, dentre elas startups como Corneshop/Uber; Dolado; Kangu, Musa, entre outras.
Sistema Prisional Brasileiro e mercado de trabalho
Segundo dados levantados pelo G1 dentro do Monitor da Violência em parceria com o Núcleo de Estudos da USP e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Brasil ocupa a 3ª posição no ranking de população carcerária, o país fica atrás apenas da China e Estados Unidos, e à frente da Índia, que tem pouco mais de 478 mil detentos.
Segundo Karine, o sistema prisional brasileiro apresenta algumas falhas e grandes entraves desde que foi fundado. Dentre elas a superlotação das unidades prisionais e celas, espaços insalubres, ociosidade, propensão a epidemias, o consumo de drogas ilícitas e até mesmo a forma de coerção que mais distorce do que corrige o sujeito em privação de liberdade.
“Inserir, ou melhor, incluir uma pessoa egressa do sistema prisional no mercado de trabalho é uma importante chave para mudanças. Uma vez gerando renda, essa pessoa poderá suprir as suas necessidades básicas sem precisar recorrer ao crime como uma alternativa”, diz a CEO da Responsa sobre a importância das empresas contratarem essas pessoas.
“Outro ponto importante está ligado à criação de autonomia e sensibilização sobre responsabilidades e sentimento de pertencimento, e a empresa contratante estará promovendo inclusão social e sustentabilidade. Tudo isso contribui para a diminuição da criminalidade, da violência e da reincidência, um grande ganho para a sociedade como um todo”, completa.
Cases de sucesso e próximos passos da Responsa Emprego
Karine conta que ao longo desses 5 anos a Responsa já atendeu mais de 3 mil pessoas e inseriu no mercado de trabalho mais de 1.500. Dentro desses atendimentos e inserções algumas histórias marcaram a empresa, como é o caso da Andresa, que passou mais de 12 anos em situação de rua pelo uso abusivo de drogas, foi presa por diversas vezes e hoje está inserida no mercado de trabalho desde 2018.
Hoje a Responsa está presente em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Salvador, para os próximos anos a empresa pretende atender o Brasil inteiro, trabalhar em novos negócios que gerem renda e inserir cada vez mais pessoas no mercado de trabalho.
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