CERC Empreendedores EndeavorCERC Empreendedores Endeavor CERC Empreendedores EndeavorCERC Empreendedores Endeavor

Publicado em: 14 de fevereiro, 2023 | Atualizado em: 15 de fevereiro, 2023
Endeavor Brasil Endeavor Brasil

Endeavor Brasil

A Endeavor é a rede formada pelas empreendedoras e empreendedores à frente das scale-ups que mais crescem no mundo e que são grandes exemplos para o país.

O sonho grande extrapola os limites do possível. 

É ele o ponto de partida para resolver grandes problemas, impactar milhões de pessoas e mudar a forma como as coisas são feitas. 

Fernando e Marcelo vivem por um sonho grande. Eles criaram a CERC para ajudar outras empreendedoras e empreendedores. E fizeram mais. Transformaram todo o ecossistema de crédito.

O mercado de recebíveis

O Fernando iniciou sua carreira no mundo dos investimentos. Trabalhava numa corretora no Rio de Janeiro. Tudo ia bem, até que uma crise atingiu o mercado de ações no final dos anos 1980. A bolsa do Rio quebrou e ele teve que ajustar a rota.

Aos 19 anos, foi para São Paulo para continuar no mercado financeiro. Os anos trabalhando como corretor deram a ele uma visão: as corretoras de valores não estavam preparadas para atender pessoas físicas

“Minha tese era de que a quantidade de pessoas físicas investindo em ações iria crescer exponencialmente no Brasil. E as corretoras não estavam configuradas para atender o que me parecia ser o cliente que o mercado financeiro deveria priorizar” , conta.

Essa ideia foi o impulso para o Fernando começar sua jornada no empreendedorismo. Aos 27 anos, criou uma corretora de valores focada em ajudar pessoas comuns a investirem em renda variável. 

Em 2002, depois de cinco anos empreendendo, o cenário econômico não favorecia o mercado de capitais. Então, Fernando resolveu pivotar os negócios de sua corretora após conhecer uma nova forma de oferta de crédito: os fundos de recebíveis (FIDCs). 

“Fui mordido pelo mosquito de recebíveis. Resolvemos direcionar os esforços da corretora para esse mercado, olhando para o que chamamos de securitização, que é pegar o recebível e transformá-lo em um investimento”, completa.


Aqui, vamos fazer uma pausa: o que é um recebível? 

Recebível é o que uma empresa ou pessoa tem para receber no futuro. Por exemplo, quando uma empresa faz uma venda e dá um prazo para que o seu cliente pague pelo produto ou serviço. 

Então, o recebível é um ativo que quase todas as empresas e pessoas têm, e que podem ser usados para elas se financiarem, seja vendendo esses ativos para fintechs, bancos, fundos, ou utilizando-os como garantia em operações de crédito. 

Os fundos de recebíveis são especializados em comprar esse tipo de ativo, os recebíveis, E a empresa do Fernando era a líder na administração deste tipo de fundos de recebíveis, ajudando-os a controlar os seus investimentos.  

As infraestruturas de mercado financeiro

Marcelo vem de uma família de microempreendedores. Sem saber o que significava a expressão “espírito empreendedor”, quando criança, decidiu formar uma sociedade com o primo para confeccionar e vender pipas na banca de jornal do pai. 

“No início das férias, fizemos 110 pipas e vendemos só duas. Fracasso nos negócios mas um sucesso nas férias: tivemos suprimento de pipas garantido”, ele brinca. 

Na faculdade, cursou Engenharia de Computação. Sem perspectiva de emprego na área “pura” de tecnologia, foi trabalhar com tecnologia em um banco – um universo completamente desconhecido para ele. Ainda na tecnologia, se encantou tanto com o mercado financeiro, que chegou a assumir a diretoria de tesouraria do Itaú. 

Após sair do banco, ele liderou a área de produtos e clientes na BM&FBovespa, o que lhe rendeu uma boa visão sobre o mercado de capitais, particularmente quanto ao funcionamento e papel da infraestrutura de mercado nos negócios. 

O espírito empreendedor do Marcelo, contudo, continuava vivo. E teve resultados muito melhores do que as pipas da infância:

“Após sair da bolsa, resolvi fazer investimentos anjo, além de me tornar Mentor Endeavor, com a vontade de ajudar empreendedoras e empreendedores e especialmente aprender mais sobre como empreender. Meu primeiro investimento foi na Creditas (que na época ainda se chamava Bankfacil), do Empreendedor Endeavor Sergio Furio. Pura sorte de principiante!”, continua.

O encontro de bilhões

Em 2014, as histórias do Fernando e do Marcelo se cruzam. Com as andanças pelo mercado financeiro, acabaram se conhecendo. Um, com experiência em fundos de recebíveis e o outro, em infraestrutura de mercado. 

Fernando conta: “quando conheci o Marcelo, eu trouxe um enigma: por que o mercado de capitais consegue ajudar 500 empresas a se financiarem vendendo suas ações mas não faz nada para outras milhões de pessoas e pequenos negócios?”. 

“Quem precisa de crédito no Brasil são pequenos e médios empreendedores, que só conseguem oferecer os recebíveis. Não têm um imóvel como garantia, por exemplo, e muitas vezes essas PMEs não conseguem obter o crédito que precisam para sobreviver”, complementa.

Na época, os recebíveis tinham pouca credibilidade. Não havia uma solução tecnológica ou uma regulamentação adequada que permitisse que as pequenas empresas pudessem ter acesso a crédito usando os recebíveis. 

 

Marcelo e Fernando sonhavam grande. 

Queriam mudar a experiência com recebíveis, tornando-os tão seguros e fáceis de se transacionar quanto se fazia com ações, e solucionar o problema de crédito para pequenas e médias empresas. 

Foi assim, com a missão de reinventar modelos antigos, que fundaram a CERC. 

O sonho grande

Com a CERC, o Fernando e o Marcelo tinham o sonho grande de fazer com que empresas de todos os tamanhos conseguissem crédito para crescer. 

Para isso, eles queriam resolver três questões principais na gestão de recebíveis: 

  • 1. Verificar se o recebível realmente existe. Ao ajudar empreendedoras e empreendedores a dar credibilidade aos seus recebíveis, financiadoras e financiadores oferecerão mais crédito. 
  • 2. Garantir que o recebível não seja usado em outra operação. Ao registrar as movimentações de recebíveis, elimina-se a possibilidade de usar o mesmo recebível duas vezes, dando mais segurança para quem financia. 
  • 3. Garantir que o pagamento do recebível vá para o destino correto. E que o dinheiro seja transferido para quem concedeu o crédito. 

Esse era – e ainda é – um modelo inédito no mundo, que logo recebeu apoio de Fabio Barbosa, Conselheiro Endeavor. 

“O Fabio virou sócio no comecinho da CERC, quando falamos que era uma forma de resolver um problema crônico no Brasil, gerando impacto na vida das pessoas. A gente queria deixar um legado – quanto mais você ajuda pequenas e médias empresas a crescerem, mais elas poderão gerar empregos”, conta Marcelo. 

O Fabio enxergou o alto potencial de crescimento e impacto – que poderia ser multiplicado com o apoio da Endeavor. Assim, convenceu os empreendedores a participarem do processo de seleção para fazer parte da rede das scale-ups que mais crescem no mundo. 

CERC Talks - fabio barbosaCERC Talks - fabio barbosa

CERC e Endeavor

O Fernando e o Marcelo acreditavam que não tinham perfil para serem apoiados pela Endeavor. Achavam que o timing já tinha passado. Mas, mesmo assim, toparam participar com uma condição: aprender durante cada etapa do processo. 

“Tivemos umas 30 conversas e todas foram úteis para a gente. Conhecemos muita gente boa, que nos ajudou em temas como gestão de pessoas e cultura. Desde o dia 1 recebemos valor nessas trocas. Estávamos sendo apoiados e avaliados ao mesmo tempo”, relembra Fernando. 

Em novembro de 2022, depois de três dias intensos de seleção, eles se tornaram Empreendedores Endeavor no Painel de Seleção Internacional em São Paulo. Agora, eles contam com o apoio da nossa rede global para ampliar o impacto da CERC, que já viabilizou mais de R$1 trilhão em crédito para pequenos e médios negócios. 

“É uma honra fazer parte de um grupo de pessoas que admiramos tanto. Além de sermos ajudados, queremos ajudar também. Vamos ser alunos e professores ao mesmo tempo”, finaliza Marcelo. 

A história do Fernando e do Marcelo comprova a tese de Peter Thiel, autor do livro De Zero a Um:

A humanidade não decide o que vai construir escolhendo as opções disponíveis em um catálogo cósmico; em vez disso, ao criar novas tecnologias, nós reescrevemos o mundo como ele é.” 

Porque são os grandes sonhos que dão a empreendedoras e empreendedores mais espaço de manobra para superar os desafios de curto prazo. Ter uma visão mais ambiciosa do que se quer construir aumenta a resiliência e a dedicação para o sucesso da jornada. 

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