No início dessa semana, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o projeto-piloto da nova moeda digital oficial do Brasil, o Real Digital, começará em março para que seja totalmente implantada até o final de 2024.

O anúncio pegou várias pessoas de surpresa e logo surgiram dúvidas sobre como funcionará esse sistema e se ele realmente será seguro. Segundo o programador Bendev Junior, a novidade trará maior segurança para as transações financeiras, no entanto, abre possibilidades perigosas para o controle monetário.

O real digital é uma moeda digital emitida pelo Banco Central. São moedas nacionais inseridas de forma oficial no mercado de blockchain. O Brasil não é o primeiro país a implementar a ideia, os Estados Unidos, Inglaterra e México também estudam o desenvolvimento de suas próprias moedas. A China, está em testes avançados com o iuan digital e Bahamas e Jamaica já lançaram suas moedas.

“O sistema da Moeda Digital do Banco Central (CBDC), será baseado na tecnologia blockchain associado aos Smart Contracts, o que permitirá que os ativos negociados sejam tokenizados, o que possibilitará uma maior segurança na realização de transferências e eliminará a necessidade de intermediações bancárias para transferências de valores para os cidadãos”.

“No entanto, ter uma moeda digital estatal, centralizada, também gera a possibilidade de um maior controle sobre a moeda, o que tem preocupado muitas pessoas, mas é necessário analisarmos o modelo que será proposto para analisarmos definitivamente a segurança da nova moeda, o certo é que se o modelo blockchain for usada corretamente a possiblidade de fraudes será reduzida praticamente a zero” Explica Bendev Junior.

De acordo com o presidente do Banco Central, o Real Digital não será uma nova moeda, e sim uma extensão da moeda física, disse também que haverá segurança jurídica, cibernética e privacidade nas operações realizadas através dela.

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Banco Central fala sobre Real Digital

O coordenador dos trabalhos do Real Digital do BC, Fábio Araújo disse que a chegada da moeda não significa que o banco controlará os gastos dos cidadãos. “Cabe às pessoas definirem como vão usar [seu dinheiro]”, afirma ao responder um questionamento sobre o possível monitoramento do Bolsa Família pelo Governo Federal.

No entanto, segundo Araújo, a plataforma do real digital poderá abrigar diversos tipos de ativos, entre eles vouchers com gastos direcionados. “Uma Prefeitura poderá dar um voucher para comprar leite que pode ser digital e estar na carteira [digital do cidadão], e ter todas as características de dinheiro, mas, na hora do pagamento, ele só vai se prestar para aquela finalidade”, explica.

“É muito importante separar o voucher do dinheiro, e deixar bem claro para quem está recebendo. Isso precisa estar muito claro para as pessoas, porque existe um risco de interferência que é preciso tomar muito cuidado”, afirma.

O beneficiário do Bolsa Família tem direito de escolher onde irá gastar o seu dinheiro recebido. Com a chegada do real digital, os gastos continuariam não sendo controlados pelo governo. As configurações do processo só mudariam se, em vez de reais digitais, os cidadãos recebessem voucher digitais.

Araújo acredita que a tecnologia não deve ser usada de maneira prejudicial. Ele exemplificou o uso do voucher em uma situação: um voucher entregue como dinheiro poderia proibir o consumo de refrigerante com açúcar em meio a uma epidemia de obesidade. No seu entendimento, esse tipo de uso deve ser evitado. “Tem um grau de influência na vida das pessoas quando você começa a pensar nesses mecanismos, que vão muito além do que se deveria fazer com essa tecnologia”, explica.


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